Air-Ink – Ar poluído transformado em tinta
Graviky Labs, uma startup indiana, lançou uma campanha do Kickstarter em 2016 para desenvolver Air-Ink. Se não lhe diz nada este nome, saiba que é a primeira tentativa de usar as emissões de carbono dos veículos para criar tinta.
Será que o ar poluído pode voltar a ter alguma utilidade?
Ar poluído vira tinta...
A ideia foi desta empresa, uma spin-off do Laboratório de Multimédia do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), que percebeu o processo que absorve os poluentes, criando então um produto que remove os metais e consegue obter um pigmento de carvão purificado, que é transformado para fabricar diferentes tipos de tintas.
Num ano, a empresa, liderada por Anirudh Sharma, conseguiu capturar 1,6 mil milhões de microgramas de partículas, o equivalente à limpeza de 1,6 mil milhões de litros de ar respirável, num país onde 13 das suas cidades estão entre as 20 mais poluídas do mundo.
A empresa ganhou o Prémio Edison (Bronze) - entre milhares de propostas, por desenvolver um método para reciclar resíduos da poluição do ar.
Fuligem transformada em tinta
Os fundadores da Graviky Labs, Anirudh Sharma e Nikhil Kaushik, basearam a sua invenção inovadora em algo básico: quando os poluentes atmosféricos são libertados, tornam-se fuliginosos.
Em contra-mão está a produção de tinta, porque envolve extensa combustão de combustíveis fósseis. A partir daí, a equipa criou a Kaalink, uma tecnologia que captura emissões de poluentes, que são recicladas e refinadas para as transformar em tinta real.
A Air-Ink é uma tinta completamente atóxica que recebeu um grande apoio de artistas todo o mundo, que agora a usam para pintar murais, promovendo assim este produto.
A Air-Ink pode ser incorporada numa ampla gama de produtos, desde marcadores, tintas em spray e até mesmo cartuchos de impressora. De acordo com um relatório da Fast Company, apenas uma das suas canetas Sharpie pode conter 40 a 50 minutos de contaminação de um carro a diesel.
Como Sharma eloquentemente afirmou na sua conferência TED de dezembro de 2017, " [...] o carbono é a fonte da vida. É a matéria prima para muitas coisas. Então, extraímos carbono da poluição para criar tinta. Hoje, a Air-Ink é a escolha perfeita para mais de mil artistas internacionais. Esses artistas querem experimentar esse novo material e criar uma nova comunidade ".
Basicamente é usar a poluição para criar um produto útil recorrendo aos processos de forma reversa. Bom, pode ser complicado imaginar, mas certamente é uma forma criativa para transformar a poluição em utilidade.
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Não me parece que as pessoas vão ter coisas nos seus carros para depois utilizarem como tinta.
Quando vi a noticia, a primeira coisa que vem á cabeça é “uma espécie de mecanismo/filtro que retira do ar poluído da atmosfera e transforma em tinta?” não uma coisa que se coloca no escape do carro para usar como tinta. Como é que isso vai funcionar em carros com DPF? o meu já la vão uns anos e na ponta do escape nem tão pouco está suja de negro.
Exacto. Parece me uma ideia parva. A não ser que tenham um contato com as oficinas e que o equipamento não seja mais caro do que os outros filtros, e que aquilo dê para acumular anos sem se ter que trocar… Quando fazem as coisas para vender a artistas dá logo para perceber que é banha da cobra. É tipo os macs (sim. Eu sei que foi gratuito)