A Ordem Natural do Dinheiro: Como emerge o padrão do ouro
A ordem natural é o sistema fundamental que rege toda a existência. Ela abrange tanto o mundo físico como o tecido da sociedade humana, e não é uma construção da humanidade. É uma propriedade do Universo. O tempo, a termodinâmica e os ciclos de geração e degeneração da natureza definem o ambiente em que a cooperação humana e os sistemas económicos operam e garantem que todas as ações do ser humano estão alinhadas com as leis da natureza, através do padrão natural.
De facto, o tempo é o aspeto mais fundamental da ordem natural, e é caracterizado pelo seu movimento irreversível e contínuo em frente. Isto significa que cada evento, uma vez ocorrido, fica fixado no seu contexto temporal e não pode ser desfeito. Esta progressão do tempo impõe uma estrutura sequencial a todas as atividades económicas. Por exemplo, plantar uma semente precede sempre a colheita. Ou a construção de uma ferramenta precede sempre o seu uso.
A influência do tempo é universal, e afeta tanto o individuo como todos os aspetos da sociedade em geral. Todas as ações humanas estão subordinadas à passagem do tempo. Em particular, nos sistemas económicos, o tempo governa os ciclos de produção, consumo e renovação.
Deste modo, o tempo não mede apenas duração. Na verdade, o tempo e a sua passagem determinam oportunidade, decadência e transformação. Por exemplo, o agricultor deve semear as sementes no momento certo para se alinhar com os ciclos da natureza. Isto mostra que o tempo é responsável por moldar os resultados económicos.
Por outro lado, a termodinâmica governa os processos físicos do mundo natural e é definida por duas forças opostas, mas interdependentes: energia e entropia. A energia é a força geradora, que impulsiona a formação da matéria, o crescimento dos organismos e a resiliência de vários tipos de sistemas. Energia é a essência da criação. Por outro lado, a entropia é a força degenerativa, que conduz todas as coisas para o caos, desordem, decadência e eventual dissolução. Assim, a atuação da entropia no ambiente garante que nenhum sistema permanece estático ou eterno.
Deste modo, a energia e a entropia são forças conduzidas pelo fluxo irreversível do tempo. Por exemplo, uma árvore cresce ao captar a energia da luz solar, mas a ação do tempo e da entropia fazem com que, eventualmente, enfraqueça e morra. Por natureza, todos os sistemas são termodinâmicos, e equilibram constantemente a conservação de energia contra o avanço da entropia. Este é um equilíbrio que, também todos os sistemas económicos humanos devem navegar.
A geração e a degeneração são, portanto, os processos naturais que emergem da interação entre a energia e a entropia ao longo do tempo. As duas formam um ciclo governado ao ritmo do mundo natural, que se manifesta no ciclo de vida dos organismos (nascimento, crescimento, reprodução e morte), ou em fenómenos naturais como a erosão das montanhas. Na sociedade humana, este ciclo de geração e degeneração dita as condições sob as quais a atividade económica ocorre, e dele emerge o padrão natural.
O padrão natural é uma medida de recompensa objetiva imposta pela natureza sobre a atividade humana, e é expressado através dos resultados tangíveis da interação humana com o mundo natural. No fundo, o padrão natural reflete a capacidade do ser humano de se manter alinhado com os ciclos da natureza. Por exemplo, o sucesso da atividade de um agricultor é avaliado pela abundância e saúde das suas colheitas.
As pessoas, como o agricultor, que lidam diretamente com a natureza para produzir algo com valor energético tangível, ou seja, corpos ou veículos de energia, atuam na economia real. O seu objetivo é produzir um excedente, ou poupança, que vá para além das suas necessidades básicas de subsistência para que depois possa ser trocado por outros bens ou serviços. Estas pessoas são os agricultores que cultivam alimentos, os lenhadores que cortam a madeira das árvores ou os mineiros que extraem matérias primas. Eles não têm escolha, senão negociar com os ciclos de geração e degeneração da natureza.
Para isso, utilizam a energia armazenada nos seus próprios corpos, ferramentas e tecnologias para os ajudar a cultivar ou extrair os bens essenciais dos quais o resto da economia depende. Os frutos do trabalho do agricultor, do lenhador e do mineiro são avaliados através do padrão natural, dado que o seu sucesso é medido pela qualidade e quantidade da sua produção.
A economia real é a base de qualquer sociedade, pois gera o excedente que sustenta a vida, e possibilita o movimento, a ação e a cooperação entre todos os atores económicos. Para além disso, a economia real está ligada à ordem natural, dado que os seus participantes devem respeitar a progressão do tempo, o equilíbrio da termodinâmica e os limites dos recursos naturais.
Os corpos ou veículos de energia gerados pela economia real dividem-se em três categorias: alimentos, combustíveis e matérias-primas. Cada um destes desempenha um papel distinto na sustentação e no progresso da humanidade.
Os alimentos são fontes de energia biológica; representam a energia captada a partir da luz solar e da fotossíntese ou acumulada ao longo da cadeia alimentar. São o corpo ou veículo de energia mais importante, dado que deles depende a sobrevivência de todos os seres vivos. No entanto, estão sujeitos à entropia e à degradação e, portanto, devem ser continuamente repostos tendo como base o ciclo de geração e degeneração da natureza. A produção de alimentos é o alicerce da economia real, porque nenhuma sociedade pode perdurar ou prosperar sem um fornecimento fiável de alimentos que mantenha as pessoas saudáveis e energizadas.
Por outro lado, os combustíveis são fontes de energia, que não são consumidos diretamente pelo ser humano, mas que são utilizados para transformar o ambiente. No dia-a-dia, são usados para cozinhar alimentos, forjar ferramentas ou colocar máquinas industriais a trabalhar. Os combustíveis são responsáveis por amplificar a capacidade humana. Por exemplo, permitem que a economia real produza para além das suas necessidades imediatas, criando o excedente que pode ser armazenado e trocado por outros bens ou serviços.
Já as matérias-primas, como o ferro, o níquel ou o cobre são elementos primários utilizados para construção de ferramentas, máquinas ou infraestruturas. As matérias-primas reservam energia na sua estrutura atómica e são extraídas da natureza através do esforço humano e tecnológico. Alguns elementos encontrados na natureza mudam de estado ou desaparecem com a atuação da entropia, ao passo que outros duram e resistem ao passar de longos períodos de tempo. Estes últimos, principalmente, podem ser pesados, divididos e partilhados, o que os torna bons meios de troca, medida e reserva de valor.
Os alimentos, os combustíveis e as matérias-primas fornecem a energia necessária para a sobrevivência humana, e o seu excedente ou poupança permite que sejam empregues no crescimento e evolução da sociedade.
Estes corpos de energia são tangíveis e estão enraizados na ordem natural, dado que a sua existência está dependente da forma como o ser humano negocia com a passagem do tempo, com as leis da termodinâmica e com o ciclo natural de geração e degeneração. Sem estes três corpos ou veículos de energia a economia dos serviços não existia.
Na realidade, a economia dos serviços não produz corpos de energia. Apenas consome aqueles que a economia real fornece para oferecer outros bens ou serviços ao resto da sociedade. Na economia dos serviços estão incluídos os professores, os engenheiros, os administradores, os médicos ou os artistas, por exemplo.
As pessoas que têm estes ofícios dependem energeticamente do excedente gerado pela economia real sob a forma de alimentos, combustíveis e matérias-primas, para serem capazes de adicionar valor ao resto da sociedade sob a forma de conhecimento, tecnologia, governação, saúde ou cultura. Portanto, a economia real fornece a base material, enquanto que a economia dos serviços acrescenta valor que melhora a eficiência, coordenação e qualidade de vida da sociedade em geral.
A economia dos serviços pode temporariamente desvincular-se da ordem natural e não negociar diretamente com a natureza, dado que os seus frutos não são diretamente medíveis ou avaliados pelo padrão natural. No entanto, quando a economia dos serviços cresce de forma desordeira e supera a capacidade regenerativa da economia real, tornando-se parasítica, a estabilidade do sistema económico fica comprometida.
Neste cenário, a economia dos serviços domina ou explora a economia real, o que leva a sociedade como um todo a desconectar-se da ordem natural e a participar em práticas insustentáveis a longo prazo. Mas, em última instância, todos os participantes na economia têm que responder perante a ordem natural e mostrar provas de responsabilidade ecológica, ou seja, que são capazes de se alinhar com os limites e ciclos de geração e degeneração da natureza.
A responsabilidade ecológica é avaliada segundo as referências do padrão natural que mede os resultados tangíveis da economia real, como por exemplo, o peso de uma colheita ou do material extraído de uma mina. O padrão natural garante que os esforços do ser humano estão enraizados na realidade física e objetiva da natureza. Este padrão não é arbitrário. É hierárquico, porque estabelece uma ordem de prioridade entre os produtos e recursos da natureza com base em características específicas, como a estabilidade, escassez e utilidade. O padrão natural é imposto a toda a economia sob a forma de dinheiro.
De facto, o dinheiro é a medida comum que serve como recompensa para toda a atividade económica e deve garantir que a cooperação entre todos os elementos da economia permanece ecologicamente responsável. Para cumprir esta função o dinheiro deve ele próprio ser um corpo de energia e possuir qualidades específicas como: tangibilidade, estabilidade, divisibilidade, escassez, resistência à entropia e não ser um bem consumível. Tendo como base a tabela periódica, aquele elemento que em simultâneo tem mais estabilidade, que pode ser pesado e dividido, que melhor resiste à entropia, que apresenta melhor durabilidade ao longo do tempo, que é escasso (e difícil de produzir mais) e que apenas é encontrado em quantidades limitadas na natureza e que não é um bem consumível é o ouro.
O ouro emerge como a forma ideal de dinheiro devido às suas propriedades únicas, que o alinham com o padrão natural, e pelo facto de não competir com alimentos ou combustíveis. Desta forma, o ouro surge como uma âncora fiável para os sistemas económicos. Quando o ouro é dinheiro a atividade económica fica inequivocamente ligada às realidades físicas da ordem natural.
Na realidade, tanto o agricultor como o mineiro de ouro dependem energeticamente dos alimentos cultivados pelo agricultor. Mas, apesar da sobrevivência do mineiro de ouro depender da colheita do agricultor, o ouro extraído pelo mineiro é a representação de energia que melhor mede, avalia e recompensa o agricultor pela sua colheita. Para além disso, o ouro é o corpo ou veículo de energia que melhor mantém e armazena o seu valor energético ao longo do tempo, e que pode ser usado a curto, médio e longo prazo para comprar outros bens ou serviços.
No entanto, quando o dinheiro não é um corpo de energia com as características físicas do ouro, que o tornam resistente aos ciclos de geração e degeneração da natureza, lidamos com dinheiro falso. Qualquer dinheiro falso não é capaz de ligar o sistema económico à natureza nem ao padrão natural. Nem impõe responsabilidade ecológica.
A 15 de agosto de 1971, o Presidente norte-americano, Richard Nixon, pôs fim à convertibilidade do Dólar americano em ouro. A partir desse dia, a criação de dinheiro deixou de estar ligada a um recurso escasso e estável, permitindo, assim, aumentar as despesas dos países e aceder a crédito fácil. A economia dos serviços explodiu, enquanto a produção da economia real cresceu mais lentamente. Isto permitiu consumir mais recursos sob a forma de combustíveis e matérias-primas do que a economia podia suportar, como é evidenciado tanto pelo crescimento do consumo de combustíveis e matérias-primas, como pelo aumento da dívida pública soberana por todo o mundo.
O sistema monetário fiduciário (garantido por um governo) em que hoje vivemos permitiu desconectar a economia dos serviços da ordem natural, o que contribuiu para os desequilíbrios que verificamos atualmente por todo o mundo sob a forma de inflação persistente e exagero na forma como exploramos os recursos naturais ao nosso dispor.
Ao longo da história, as civilizações evoluíram e prosperaram quando se encontravam alinhadas com a ordem natural e quando o dinheiro era uma representação de energia com ligação à natureza. Por exemplo, durante a Belle Époque, que teve início nos anos 70 do século XIX e que durou até ao início da primeira guerra mundial, em 1914, o mundo desfrutou de um enorme período de estabilidade, inovação e prosperidade. Durante estas décadas foram inventados o telefone, o avião, o automóvel, o rádio e a lâmpada. Todas estas tecnologias têm em comum o facto de terem sido desenvolvidas quando o dinheiro e o mundo estavam ligados pelo padrão do ouro (gold standard). Ou seja, praticamente todas as moedas soberanas estavam vinculadas e eram conversíveis numa medida de ouro; o que, por sua vez, ligava o comércio mundial à ordem natural e alinhava a inovação e crescimento económico à escassez e ciclos da natureza.
Para concluir, quando a sociedade converge num sistema monetário verdadeiro, em que o dinheiro é uma representação de energia, alinhada com o padrão e com a ordem natural, o sistema económico permanece equilibrado, ecologicamente responsável e justo. Para além disso, a cooperação e as trocas comerciais tornam-se mais eficientes e padronizadas, os custos de transação diminuem e grande parte das barreiras cambiais são eliminadas, o que resulta numa maior confiança nas trocas comerciais. Deste modo, o comércio aumenta, a especialização é estimulada e o investimento torna-se mais atrativo; o que permite gerar o excedente e a poupança que impulsionam o crescimento económico e a prosperidade.
Referências
“The natural order of Money” por Roy Sebag, Chelsea Green Publishing UK, 2023.
What’s The Problem?
Problema: A qualidade do nosso dinheiro
Solução: não é o padrão ouro, mas bitcoin
https://www.youtube.com/watch?v=YtFOxNbmD38
“Roy Sebag é o fundador e CEO da Goldmoney Inc, um serviço financeiro global e de tecnologia de negócios que permite e aos clientes o acesso à transação, entrega e armazenamento de metais preciosos.”
O homem vende ouro e está tudo dito. O texto é um chorrilho de tretas e baldretas.
Quem quiser dar-se ao trabalho, pode informar-se sobre o Acordo de Bretton Woods, de 1944, que nunca funcionou, ao contrário do que diz o texto, e que em 1960 já estava morto, embora formalmente só tenha sido extinto, por Nixon, 10 anos depois, em 1971.
O que interessa perceber é como é que a supremacia do dólar, que estava garantida pelo padrão-ouro do Acordo de Bretton Woods se manteve, mais de 50 anos depois do acordo ter sido extinto – o euro, yen, renminbi e outras “riscam” muito pouco no comercio e no sistema financeiro internacional. E se o dólar está em risco ou se sai reforçado com o que anda a fazer Trump.
https://www.goldmoney.com/investors/bio/roy-sebag
Sim, o Roy Sebag é o fundador da Goldmoney. Mas em lado nenhum diz para as pessoas comprarem ouro. 😉 Mas é preciso perceber a história e como as coisas aconteceram para chegarmos aos dias de hoje. Não é por acaso que ouro tem sido uma reserva de valor durante milhares de anos. Este é o primeiro de uma série de artigos sobre Bitcoin. Para referência, o General Charles de Gaulle foi um dos grandes responsáveis pelo término da convertibilidade do dólar em ouro. Foi dos primeiros a apanhar o bluff dos americanos.
Ah, isto vai parar à BTC… Pois, no texto há muita conversa sobre “energia” que não estava a perceber – vai então parar à energia elétrica necessária para minerar a BTC 🙂
Quanto ao “bluff dos americanos”, tem que se distinguir entre a situação de destruição da Europa e do Japão no final da 2ª Guerra Mundial e a que se começou a verificar por volta de 1960, quando começaram a ter excedente comercial com os EUA.
A seguir à 2ª Guerra Mundial, foram fundamentais para a Europa o Plano Marshal, o seu equivalente no Japão, e os investimentos dos EUA e as suas compras em dólares, teoricamente suportado no padrão-ouro (US$ 35 por onça, cerca de 0,89 g de ouro fino) dos Acordo de Bretton Woods.
O problema foi quando países europeus e o Japão começaram a acumular excedentes comerciais com os EUA – e dólares e, perto de 1960, quando se falou em trocar dólares por ouro, com base nesse Acordo, afinal não era possível. Ou seja, o padrão-ouro nunca funcionou. A partir de 1971 foi substituído pelo chamado “câmbio flutuante” dólar-ouro. E já lá vão mais de 50 anos e o dólar continua a dominar.
Quanto ao BTC, quem o entender como uma moeda está a cometer um erro, quem o entender como um ativo, que até tem um valor intrínseco (o custo da eletricidade para o minerar) vai pelo bom caminho. Quem quiser adivinhar qual é a contrapartida em dólares daqui a uns anos … boa sorte 🙂
Não só à energia elétrica para o processo mineração… Independentemente da BTC, dinheiro é energia acumulada através do trabalho ou investimento. É uma abstração.
Deves comecar por tirar as palas dos olhos para poderes ver o panorama de forma correta.
Então para minerar BTC gastas muita energia, certo? E quanto ao ouro?
São burros e vacas a movimentar as maquinas e perfuradoras?
Os quimicos a ela associados como o mercurio que dizimam o ambiente, os explosivos, a exploração humana de baixo nivel educacional, o necessidade de obter certificados de valor para o poderes trocar, a segurança no transporte e na maior parte das vezes com viaturas pesadas e blindadas que nao podes transpor fronterias com ele no teu bolso, apesar de ser tua propriedade.
E quanto ao valor intrinseco. Sabes ao menos o que isso é?
Com que então o bitcoin não serve de moeda de troca, hem?
Eu uso todos os dias e transaciono de forma imediata milhares de euros em bitcoin no meu node. Pago varias coisas em bitcoin.
Se fores ler o wihtepaper, ele foi criado especificamente para poder servir de moeda de troca. Usá-lo como reserva de valor é uma consequencia que nenhuma moeda no mundo, especialmente depois da paridade com o Ouro, mais nenhum tem e perdem constantemente valor ao longo do tempo.
Não me vou alongar mais, pois fica impraticável ler o post.
Como diz o outro, “abre os olhos mula que a carroça vai cega”.
Caro leitor, Eu, tem que começar a saber interpretar português. Em lado nenhum se disse que a Bitcoin gastava demasiada energia ou que o ouro gastava menos energia do que Bitcoin.Não há nenhum parágrafo no texto ou comentário gastos energéticos. Aliás, este é o primeiro artigo de uma série sobre Bitcoin. Mas estamos a começar a partir de primeiros princípios.
“transaciono de forma imediata milhares de euros em bitcoin…”
Lê esta tua afirmação várias vezes e tira as tuas próprias conclusões!!
“Pago várias coisas em bitcoin.”
NÃO, pagas várias coisas com os euros que “transacionas” disfarçados de bitcoin. É o que é!!
A criação do BTC não passa de um fundamentalismo irracional, e quem o defende ainda mais irracional é, BTC é bom para trades, especialmente futuros. Já detive BTC e nunca mais vou voltar a ter isso em carteira, asset sem utilidade nenhuma
Discordo que o ouro faça parte da “ordem natural” do valor. É certamente uma convenção milenar por isso aparenta ser parte da ordem natural.
“Para concluir, quando a sociedade converge num sistema monetário verdadeiro, em que o dinheiro é uma representação de energia, alinhada com o padrão e com a ordem natural, o sistema económico permanece equilibrado, ecologicamente responsável e justo. ”
Eu poderia dizer uma palavra feia para esta treta…
O conflito entre o curto prazo e o longo prazo existirá sempre, assim como entre o gasto/investimento de recursos hoje e o futuro. O mais certo é impossível de determinar.
Então na tua opinião, o dinheiro é uma ilusão, algo arbitrário? Para ti não existe uma hierarquia de valor? Percebeste o que significa ordem natural? Tem que estar alicerçado à natureza. É algo dado por ela.
Monte de tretas pseudo teóricas
Parece-me que atualmente as reservas bancárias são mais divisas !! Por isso é que…se algum banco/governo colocar em circulação todos os dólares que tem (aplica-se o mesmo a qualquer outra moeda) os EUA já eram 🙂
Sim, a maior parte das reservas dos bancos centrais são essencialmente em divisas (reservas cambiais). A China não divulga os valores por moeda (dólares, euros, yens, …), mas a maior parte há de ser dólares. É, de longe, o pais com mais reservas. Em fevereiro de 2025, as reservas oficiais totalizavam 3.498,6 mil milhões de dólares (3,5 biliões/trillion/trilhões):
– Reservas cambiais: 3.227,2 milhares de milhões USD (92,3%)
– Ouro: 208,6 milhares de milhões USD (6,0%)
– Outros: 62,8 mil milhões (1,7%)
Se a China se pusesse a vender dólares fazia baixar a cotação do dólar – mas perdia valor, quer as suas reservas em dólares, quer os títulos de dívida publica dos EUA que tem, também em dólares.
As transações eletrónicas que fazemos, a energia e recursos para que elas funcionem, entram também nos cálculos do valor do dinheiro de hoje em dia?
Este é o gráfico do câmbio dólar-euro do último mês, em que o dólar caiu 4,05%
O que é importante reter:
– No dia 2 de abril, Trump anunciou a “tarifada” que provocou uma forte queda das bolsas
– Quando há quedas no mercado das ações (por exemplo, quando foi do Covid) o dólar tende a valorizar-se por tradicionalmente ser considerado moeda de refúgio – mas desta vez aconteceu o contrário, o dólar desvalorizou-se. Por causa disso já há muitos a interrogar-se se não está ameaçado o seu papel como moeda de refúgio/reserva
– No dia 9 de abril, Trump anunciou a suspensão da “tarifada” por 90 dias, passando a uma taxa mínima de 10%, exceto para a China, que passou para 145% (e depois para 245%). O dólar continua a cair, o que se atribui às “tensões comercias”.
Quanto à eletricidade gasta nas transações … ninguém liga a isso.
https://www.google.com/finance/quote/USD-EUR?window=1M
Max, muito obrigado pela resposta. Ainda pensei que isso contasse, pois temos a energia para os terminais, mas também para alimentar toda a rede que torna possível esta mesma tarefa.