E Porque Hoje é Sexta

guilherme santos says:

Meu caro Vítor,

Tenho o maior respeito pelo teu trabalho, pelas tuas opiniões (desde há muito), pela tua competência e pela tua capacidade profissional e humana (só está num projecto como o “Pplware” quem dispõe de uma forte componente de solidariedade e descomprometimento)
Em assuntos relacionados com a tua área de influência (informática e assuntos afins, por exemplo) não passo de um mero aprendiz insignificantge e envergonhado.
Mas (desculpa lá…) em matérias como a análise política e social, respeito a discuto todas as opiniões mas “não assino nada de cruz”.
Portugal é um país de “tiques” e de “modas”.
Actualmente há duas tendências neste País (futuramente haverá outras, como outras houve no passado), nenhuma delas correspondente à realidade a que se circunscrevem: dizer (sempre) mal de Sócrates, independentemente do que quer que ele faça (quem não o fizer não é bom “chefe de família”…) e idolatrar Mourinho, independentemente das asneiras que cometa (quem não o fizer não é “bom português”!).
Futebóis à parte, não há neste momento nenhum político com suficiente agilidade e conhecimento dos “dossiers” para ombrear com Sócrates. Qualquer dos outros (conhecidos) fica a anos-luz.
Apesar de não ser PS nem sequer socratista tenho que reconhecer que é um “animal político” nato que, durante 6 anos, lutou (quase sozinho) contra tudo e contra todos: partidos políticos, da direita à esquerda, “media” (sobretudo jornais e estações de rádio e de televisão privadas), tribunais, associações de juizes, associações empresariais, sindicatos, blogues, que recorreram a todo o tipo de tentativas de linchamento político, insinuações, insultos, vexames, etc. Vindas da parte de gente que, em circunstâncias normais, deveria estar em lados opostos da barricada mas que estranhamente anda “aos abraços” (basta assistir aos debates).
Sócrates, com todos os seus defeitos,
vale mais a dormir do que muita desta gente acordada e é mesmo a derradeira esperança dos mais desprotegidos face à investida contra o “estado social”. Investida que, em meses, pode enterrar em definitivo o esforço e o progresso de décadas.
Oxalá dentro de pouco tempo não estejamos a arrepender-nos da nossa proverbial superficialidade em lidar com os grandes problemas.
E por aqui me fico, que este não é um espaço de discussão política e o assunto é demasiado sério para ser discutido “aos repelões”.
Se acharem necessário, poderemos fazê-lo no meu “blogue” (endereço a fornecer) ou noutro qualquer espaço adequado. Até porque somos todos portugueses e da discussão (séria, não do tipo “mercado do peixe”) depende o nosso futuro

Saudações para todos vocês e para a competência do (excelente) trabalho desenvolvido no “Pplware”