Projeto Sílica – Microsoft desenvolve armazenamento para mil anos
Atualmente, cada um de nós produz gigas de informação anualmente. São fotografias captadas, são emails que guardam a nossa vida e são dados informativos de tudo o que nos rodeia. Nesse sentido, começa a ser urgente criar um novo tipo de armazenamento. A Microsoft está a trabalhar no Projeto Sílica, tecnologia que estende as metas de confiabilidade de armazenamento de "décadas" para "séculos".
A empresa americana tem já várias outras empresas interessadas nesta tecnologia. Entre elas estão produtores de filmes e gigantes criadores de conteúdos.
Microsoft garante mil anos de qualidade dos dados
Segundo Ant Rowstron, investigador da Microsoft Research em Cambridge, o projeto inovador de armazenamento chama-se Project Silica (ou Projeto Sílica). O objetivo da tecnologia Sílica é substituir tanto os discos óticos de armazenamento como os discos escolhidos para as empresas guardarem conteúdos em grande escala, de (muito) longa duração.
Nesse sentido, a Microsoft Research está já a trabalhar com parceiros nesta área. Um dos gigantes do cinema, a Warner Bros., está diretamente interessada em reduzir custos e aumentar a confiabilidade nos seus próprios programas de armazenamento no frio.
Mas o que está por detrás da tecnologia Sílica?
Conforme pode ser percebido, o suporte para esta garantia de armazenamento assenta num bloco de vidro de alta pureza. Este bloco tem Voxels gravados a laser em femtossegundo. Cada Voxel (ou volume) armazena vários bits que, por sua vez, podem ser lidos através de imagens de microscópio e luz polarizada.
Nos Voxels podem ser escritas 100 ou mais camadas de profundidade, tudo num pedaço de vidro de 2 mm de espessura, focando o laser para a profundidade desejada dentro do próprio bloco.
Contudo, atualmente a velocidade de ambas as leituras e escritas para a Sílica deixa algo a desejar. Este método levou aproximadamente uma semana para gravar os 76 GB de dados do filme Super-Homem no ano passado. Com o intuito de tornar esta tecnologia viável, a Microsoft desenvolveu esforços e atualmente já consegue um período de 3 dias para a mesma gravação.
A tecnologia ainda está na sua infância. No entanto, espera-se para breve grandes diminuições no tempo necessário para escrever e ler. O investigador diz que ainda não espera que alguém queira reproduzir o filme Super-Homem diretamente do armazenamento Sílica, mas também não foi projetado para esse fim.
Apesar da Microsoft não ter informado a capacidade de armazenamento de uma lâmina do Project Silica, especula-se que uma unidade de conteúdo multimédia tenha espaço superior a 1 PB (um petabyte). Provavelmente poderia guardar no mínimo 20000 filmes em 4K.
Armazenamento de longo período é uma proposta muito cara
O verdadeiro arquivo de dados a longo prazo é uma proposta muito cara. Há constantemente necessidade de atualizar os suportes, converter o material analógico e gravar para suportes modernos. Além disso, é necessário verificar a integridade dos discos, pois com o tempo o material mostra desgaste, como delaminações.
Em empresas como uma produtora de cinema do porte de uma Warner Bros., este ciclo de atualização dos seus ficheiros rapidamente se torna assustador. Atualmente, esta empresa migra os seus próprios dados de armazenamento digital num rigoroso ciclo de três anos.
Para piorar a situação, a vida útil dos CDs gravados é frequentemente muito curta. Assim, estes suportes podem facilmente começar a falhar depois de apenas cinco anos. Isso leva a que tenham de ser testados com frequência. Mesmo assim, quer precisem, quer não, periodicamente são todos atualizados.
Além disso, para prolongar significativamente a vida útil dos discos óticos, estes são armazenados a 5°C e 30% de humidade relativa. Tudo isto se traduz numa despesa adicional significativa alocada ao armazenamento e manutenção.
Project Silica para resolver o problema do armazenamento
Conforme está a ser veiculado, o Project Silica vem para resolver este tipo de problema. Pese o facto da tecnologia, pública e atual, ser ainda lenta a ler e a escrever, é o futuro. Este suporte é um vidro de alta pureza, não partilha qualquer fita magnética, nem partilha leituras como um disco ótico.
Um bloco de vidro Projeto Sílica não é um meio composto. Não há revestimento externo de plástico para se desgastar como acontece com o CD, DVD ou Blu-Ray, e não há meio magnético para se perder fisicamente da superfície de uma fita ou disco rígido.
Espera-se que a sílica sobreviva por milhares de anos em praticamente qualquer temperatura, humidade e ambiente químico. Na verdade, estamos a falar apenas de vidro, e as propriedades físicas e químicas do vidro são extremamente bem compreendidas. E claro, tem uma impressionante resistência à degradação do meio - basicamente, pode-se esperar que resista a qualquer coisa, inclusive a tempestades solares, impulsos magnéticos e inundações.
Tem ainda um sistema para evitar dados corrompidos, sistema de correção e encaminhamento de informação e sistemas que previnem a perda do que lá é gravado. Além disso, metadados como título, índice, data, etc. podem ser gravados na superfície de cada bloco do Projeto Sílica em texto legível por humanos.
Este artigo tem mais de um ano
Imagem: Microsoft
Fonte: Microsoft
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Artigo com conteúdo muito interessante.
Já se o deixarmos cair…
compras uma capazinha no chinês
Atenção, mais um produto com recursos finitos e não reciclavel.
Tirando isso, venha ele.
Zeiiiiiiiiiiiiiii, do que é feito o Vidro Zeiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii?
De vários materiais, mais importante que isso, 100% reciclavel e sem impacto ambiental, exceptuando na sua produção e manipulação.
Areia?!
Fonix, tem de haver sempre um a se queixar.. Xiça