No futuro os dispositivos móveis poderão não ter bateria
A ideia é fantástica e está à frente dos nossos olhos. Os dispositivos móveis que usamos estão a ficar cada vez mais pequenos e mais inteligentes, ao ponto de já os apelidarmos de wearables, ou de dispositivos que podemos "vestir". Isto é o mesmo que dizer que o desafio é colocar em pequenos componentes electrónicos ferramentas de comunicação, localização e navegação que satisfaçam as nossas necessidades.
A questão principal é: mas como alimentar estes dispositivos para se manterem activos mais que um par de dias? Esse foi o desafio colocado aos investigadores do Jet Propulsion Laboratory da Universidade da Califórnia em Los Angeles (UCLA).
Esta equipa de investigadores da UCLA passou os últimos dois anos a "cozinhar" uma forma de ter dispositivos que possam comunicar com um router Wi-Fi através de muitos sinais que gravitam em volta desse mesmo dispositivo, reflectindo-os de modo a estabelecer uma ligação.
E resultados práticos? Como resultado prático obtiveram uma forma incrível, de baixo consumo, de enviar dados de volta que poderão ser aplicados futuramente nos pequenos aparelhos que o mercado está a tornar como "íntimos" às pessoas, os tais chamados wearables.
Mas então pode haver comunicação sem "produção" de energia ou sinal próprio?
Segundo esta investigação com resultados conseguidos, a magia está nos dispositivos de retro-difusão de ambiente, como os do exemplo acima, já que não exigem um transmissor nem mesmo uma bateria, em alguns casos.
Toda essa comunicação é tratada por ajustes e reflectindo as ondas de terceiros que existem no ambiente, sejam elas sinais de televisão ou, como neste caso em particular, redes Wi-Fi. Este método seria fantástico. Usar "energia" existente no ambiente, sinais que estão disponíveis e já sem serventia, seria um reciclar desses sinais. Mas será que há já resultados animadores?
A equipe da UCLA foi capaz de criar links reflectores com velocidades de até 3 Mb/s de dados entre um dispositivo de teste e uma fonte de sinal que estavam a cerca de 2,5 metros de distância, e estão confiantes de que mais uns ajustes no sinal poderão eventualmente conseguir chegar aos 20 metros.
Claro que esta tecnologia poderá demorar a chegar aos dispositivos, a não ser que a Google, por exemplo, comece a falar abertamente desta tecnologia de retro-difusão, o que mostrará o seu interesse pela sua utilização em futuros dispositivos. Isso será, como sabemos, um impulso forte.
Este fantástico avanço permite que um dispositivo em vez de gerar o seu próprio sinal use outros existentes podendo somente despender 0,01% de consumo de energia. Isto é algo que soa a música para quem gosta de tecnologia.
Este artigo tem mais de um ano
Solução para os iphone…
Pois isso. E vem já incluída no iPhone 6 que vai ser apresentado em Setembro…
Fantástico este desenvolvimento. Não vai ser nos próximos anos que vamos ter dispositivos sem bateria, mas um dia, quem sabe!
Apaz…isso já esta patenteado pela Apple…lol
O que é um “router Fi-Fi ” ??
É uma simples gralha de escrita, já corrigida. Obrigada.
Fazer um artigo destes e não mencionar Nikola Tesla…
Andou a testar isto a 120 anos, e já estava a construir uma torre para fornecer energia ao mundo.
Mesmo!!!
Amigo rjSampaio , os que gostam deste sistema da divida nunca falarão do Nikola Tesla , que queria dar energia livre a todo mundo .
isto não é fornecer energia, isto é modular a reflexão da radiação transmitida por routers Wi-Fi e dessa forma enviar alguma informação a outros.
leste o titulo? o que achas mais importante, o passar a informacao, ou usar a energia?
any way, tesla tambem deu grandes passo na transmição de informação wireless.
Morreu prematuramente, se não o futuro e o presente seriam muito diferentes do que é agora
Se leres o trabalho original verás que não tem nada a ver com alimentar o aparelho mas com implementar um sistema de comunicação de muito baixo consumo, sem necessidade de transmissor.
+1
O problema de reflectir outros sinais é que estamos a desviar esses mesmos sinais. Estes aparelhos serão no fundo parasitas. Se houver muita gente a reflectir por exemplo um sinal wireless, presumo que isso irá prejudicar quem quer usar essa rede.
A Universidade de Aveiro tambem anda a desenvolver uma tecnologia semelhante:
– https://www.youtube.com/watch?v=uDHH46S8x98
– http://expresso.sapo.pt/investigadores-de-aveiro-desenvolvem-futuro-sem-pilhas-nem-baterias=f766862
Boa! Sempre que conheçam projectos nacionais, apresentem-nos
Para quem gosta de artigos científicos está aqui o link do artigo.
Vincent Liu, Aaron Parks, Vamsi Talla, Shyamnath Gollakota, David Wetherall, and Joshua R. Smith. 2013. Ambient backscatter: wireless communication out of thin air. In Proceedings of the ACM SIGCOMM 2013 conference on SIGCOMM (SIGCOMM ’13). ACM, New York, NY, USA, 39-50. DOI=10.1145/2486001.2486015
http://doi.acm.org/10.1145/2486001.2486015 (Para quem tem acessos universitários)
http://homes.cs.washington.edu/~vincent/files/comm153-liu.pdf (Para quem não têm)
Esta tecnologia foi apresentada na SIGCOMM 2013 uma das maiores conferencias de sistemas.
Para além disso, a mesma equipa já conseguiu fazer o mesmo com sinais Wi-Fi ou seja, talvez no futuro poderá existir um pequeno dispositivo Wi-Fi (como sensores de incêndio) que não precisem de bateria e que conseguem ao mesmo tempo comunicar e recolher energia do Wi-Fi.
A equipa também já preparou um artigo que vai ser apresentado na SIGCOMM 2014 (Link no fim)
Kellogg, Bryce, Aaron Parks, Shyamnath Gollakota, Joshua R. Smith, and David Wetherall. “Wi-Fi Backscatter: Internet Connectivity for RF-Powered Devices.” (2014).
http://homes.cs.washington.edu/~gshyam/Papers/wifibackscatter.pdf
Abraços,
Rui Pedro Caldeira
Hey, a distância actual está mal, não são 8 metros, mas sim 2.44 metros (8 feet). Um abraço
Bom reparo. Corrigido. Obrigado Carlos.
Abraço.
Isso para algumas pessoas é uma novidades pra mim isso não é nem mais novidades esse projeto já existe desde de 2007