Está prestes a chegar o momento especial, pelo qual milhares de jogadores portugueses (e milhões em todo o mundo), ansiaram durante os últimos meses: o lançamento da PlayStation 5.
Ao longo das últimas semanas, no Pplware temos tido o privilégio de usar a nova consola da Sony e de a experimentar já com os primeiros títulos para a consola. Eis as nossas impressões.
Desde a longínqua década de 90 (século passado), quando foi lançada a PS One que a Sony PlayStation se tornou numa presença assídua nas casas de milhares de gamers espalhados por Portugal.
Ao longo destes mais de 20 anos, a marca sempre se manteve fiel ao objetivo de criar a melhor plataforma de jogos do mercado e muitos foram os momentos altos desde então. Do lançamento da PS One para a PlayStation 2 ocorreu um tremendo salto qualitativo e a PlayStation 3 acabou por ser a extensão da PS2. A PSP, entretanto lançada, tornou a consola completamente móvel com bastante sucesso, algo que a PlayStation Vita incompreensivelmente, não conseguiu.
Por fim, a PlayStation 4 e 4 PRO, vieram trazer capacidades técnicas mais avançadas, para possibilitarem o desenvolvimento de jogos mais ambiciosos e imersivos.
Com tudo isto, a Sony PlayStation consolidou-se como a marca de gaming por excelência, estando presente no nosso país desde o final do século passado e sempre tentando trazer aos jogadores, as melhores experiências gaming.
Linhas Curvas assentam-lhe bem
Tal como tivemos oportunidade de referir aqui, durante o nosso Unboxing, a PlayStation 5 é uma consola que, apesar de se distinguir imediatamente das anteriores PlayStations, acaba por mesmo assim, manter vários aspetos familiares.
O principal aspeto que sobressai de imediato é o tamanho da consola. Com cerca de 40 cm de altura por 26 cm de profundidade e por 9 cm de largura (na vertical), a Playstation 5 é grande. Bastante grande, aliás. Trata-se da maior consola da família Playstation que já saiu para o mercado.
E é precisamente na vertical que a sua generosa dimensão dá mais nas vistas. Quando na posição horizontal, o tamanho da consola passa mais despercebido, pois a largura da consola não é assim tão diferente da PS4 Pro.
Como curiosidade, a PS5, quando na horizontal, traz algumas lembranças do museu de MAAT (Museu de Arte, Arquitetura e Tecnologia) em Lisboa. Não deixa de ser engraçado.
Tal como referi por alturas do Unboxing, apesar do tamanho da consola (e do seu peso: 4,5 Kg), a Playstation 5 consegue, através das suas linhas assimétricas e futuristas, criar uma imagem de beleza que acaba por encaixar bem na maior parte dos setups.
Não poderia deixar de referir uma outra mudança imediatamente notória, face ao legado PlayStation: A PlayStation 5 deixa de ser totalmente em preto, característico das consolas anteriores. No entanto, ao apresenar as capas brancas com o preto central, parece que a consola ganha uma luz nova. Capas essas que, poderão vir a ser trocadas por capas diferentes.
Portas de entrada e de saída
Em termos de interfaces, a parte frontal da consola, numa primeira vista descontraída, parece apresentar apenas duas entradas USB. No entanto, não é bem assim.
Além de duas entradas USB, uma USB Type-A 2.0 e uma entrada USB Type-C 3.1 a consola traz ainda, de uma forma bastante discreta, dois botões muito finos e da mesma cor da estrutura central. Trata-se dos botões de Eject e ON/OFF da consola.
Esse é um aspeto curioso da PlayStation 5 que, apesar do seu tamanho, faz um certo esforço por manter uma certa discrição na sua “cara”.
Quanto à parte traseira, a consola tem a obrigatória entrada do cabo de alimentação, uma entrada HDMI (o cabo HDMI vem na embalagem da consola), duas entradas USB Type A 2.1 e entrada Ethernet.
Uma nota para o facto das portas USB (especialmente as dianteiras) tirarem vantagem das novas linhas da consola, e serem de simples acesso pois, nem todas as Pens conseguiam aceder à porta na PS4.
A Base
Tanto na vertical como na horizontal, é de todo conveniente aos utilizadores, instalarem a base circular que vem com a consola. Isto, pois a assimetria da PS5, torna-a potencialmente desequilibrada e a base existe para evitar acidentes.
Na horizontal, a fixação da base é simples, pois apenas necessita de encaixar lateralmente na consola nas ranhuras existentes.
Para colocar a base na vertical é algo diferente. No fundo da consola encontra-se uma pequena tampa redonda de plástico que se for removida, mostra uma rosca onde encaixa um parafuso. Por seu lado, a base tem na parte de baixo, um compartimento onde se encontra o parafuso que tem de encaixar aí. É simples.
Só uma simples consideração acerca da existência desta base que pode consistir num potencial constrangimento para quem transporta muito a sua consola.
À velocidade da Luz
Quem acompanha a evolução das notícias que temos publicado sobre o lançamento da consola (ver aqui ou aqui), certamente já tem umas ideias sobre as principais características e componentes da PlayStation 5 e já deve ter, portanto, uma ideia sobre o que esperar da consola.
Uma das principais ideias que passou ao longo deste tempo todo que antecipou este momento, será certamente o poder de fogo (leia-se, processamento) que a PS5 apresenta.
Com efeito, a PlayStation 5 é aquilo a que se pode designar como uma “bomba tecnológica”, onde a capacidade de processamento e de transmissão de dados ocorre a velocidades ainda não vistas antes em quaisquer consolas.
Processador e armazenamento
A PS5 apresenta um CPU de 8 núcleos (octa-core) da AMD com litografia de 7 nm Zen 2, baseada na terceira geração da gama Ryzen e isso, só por si, garante-lhe uma capacidade de processamento extraordinariamente alta que, se adiarmos a uma GPU baseada na arquitetura AMD RDNA 2, com 36 unidades computacionais e uma frequência variável de 2.23 Ghz, indica que este é verdadeiramente um salto qualitativo em relação à consola anterior.
Por outro lado, existe aquele que talvez seja o aspeto que mais impulsiona todo o sistema PS5: armazenamento. Efetivamente, a PS5 apresenta um sistema de armazenamento SSD (de cerca de 825Gb de espaço) que consegue uma fenomenal velocidade de transmissão de dados de 5.5 Gb/segundo. Este valor, só por si, fará da PlayStation 5, a consola com uma solução de armazenamento de dados mais rápida no mercado (de sempre).
Realmente, essa foi uma das grandes promessas da Sony em relação à PlayStation 5 e que se pode agora confirmar como um dos seus grandes trunfos. A inclusão do SSD, além de diminuir drasticamente os tempos de carregamento dos jogos, traz ainda novas possibilidades aos programadores para gerirem o uso de espaço de armazenamento dos seus jogos.
Se a isto tudo adicionarmos 16 GB de memória GDDR6 SDRAM, com uma largura de transferência de 448 Gb/segundo, temos uma tremenda capacidade e processamento e de débito de dados dos processadores para o ecrã.
Na prática
Só para terem uma ideia, fizemos o seguinte teste (ver o próximo vídeo). Gravámos a seguinte sucessão:
- ligar a consola PlayStation 5
- entrar na sessão
- arrancar o jogo Spider-Man: Miles Morales
- carregar um savegame.
Na PlayStation 4, apenas cronometrámos a partir do momento em que arrancámos com Spider-Man: Miles Morales. O tempo obtido foi de 1:22 minutos. A diferença é astronómica.
E isso nota-se também nos restantes jogos, como por exemplo, em WRC 9 que, após clicar no ícone do jogo, demora apenas 20 segundos até estamos ao volante de um carro. Ou em Demon’s Souls cujos tempos entre o Nexus e os mapas demoram menos de 4 segundos.
Como podem também perceber pelo vídeo acima indicado, o próprio arranque da PlayStation 5 é bastante rápido. O arranque da consola e inicio de sessão, ronda os 22 segundos no total.
Relativamente ao espaço de armazenamento, convém referir que, dos 825 Gb do sistema, apenas sensivelmente 600Gb serão disponibilizados para o utilizador e para os seus jogos e Apps. Mas, há esperança e pode-se aumentar esse espaço e para tal, existem duas soluções alternativas:
- retirar a tampa de cima da consola para expor o encaixe SSD NVME N2. No entanto, esta opção virá desabilitada no lançamento da consola.
- ligar um disco externo (SSd ou HD) através das portas USB 3.1 mas perdendo em performance
Tecnologicamente, fica mais que comprovado que a PlayStation 5 é efetivamente uma séria evolução da Plasytation 4. Quer ao nível do processador (CPU), quer ao nível da gráfica (GPU) ou pelo sistema de armazenamento, estamos perante um desempenho galáctico, quando comparado com a PS4.
Um pormenor importante é que a Playstation 5 não irá ter uma versão menos potente, ou seja, não irá haver uma Playstation 5S.
DualSense, comando Playstation de Nova Geração
Tal como tivemos aqui oportunidade de revelar, o DualSense é a estrela que acompanha o Astro-Rei (PlayStation 5).
Quando acima referi que a PlayStation 5 é a clara evolução da marca desde a PlayStation 4, para ser justo, terei de indicar o mesmo do DualSense.
Tal como referi no artigo acima indicado, o Dual Sense é um comando bastante mais robusto em relação ao DualShock 4. É um pouco mais pesado, mas mais ajustado à mão também que apresenta uma textura ligeiramente mais rugosa nas pegas, tornando-o mais aderente à mão.
Uma das diferenças do DualSense em relação ao DualShock prende-se com o facto dos botões direcionais e botões X, quadrado, A e B terem agora um acabamento transparente, em vez do habitual sistema de cores típico.
O DualSense apresenta apenas um único botão novo em relação ao seu antecessor: silenciar o microfone.
Por sua vez, os gatilhos R2 e L2 estão maiores no DualSense e ganharam aquilo que podemos designar de resistência variável. O que isto quer dizer é que, consoante o jogo ou a altura do jogo em questão, a resistência que R2 e L2 apresentam vão variar, levando assim os jogadores a pressionarem mais ou menos, consoante a fora que querem exercer, e vendo esse reflexo na ação do jogo.
O botão PlayStation
Outra das alterações imediatamente visíveis, prende-se com o botão PlayStation que agora surge apenas com o logotipo PlayStation (e seus contornos) em vez de um botão redondo tradicional. O facto de não ser a cores, faz com que esteja mais discreto.
Algo que tenho estado a reparar no uso da consola é que o acesso aos botões Create (antigo Share) e Opções está agora mais fácil. Isto foi possível uma vez que o Touchpad ficou um pouco maior e com uma maior largura no topo, empurrando-os mais para cima e para os lados.
Tal como aqui tivemos oportunidade de referir, o Feedback Haptico dos DualSense é um das pequenas “meninas dos olhos” do novo comando da PS5. E com efeito é uma evolução francamente positiva e cria (desde que as equipas de programação o desejem) oportunidades diferenciadoras de se “sentir” os jogos.
Em Astro’s Playroom todo esse feedback que o comando nos transmite é colocado a uso e é perfeitamente uma ótima forma de experimentar as suas capacidades. Conseguem-se sentir movimentos e ações tão diferentes como Astro a saltar numa prancha de piscina, ou a deslizar pelo gelo escorregadio, ou a saltar de trampolim, ou a puxar algo…
Ainda em Astro’s Playroom foi também possível experimentar o sistema de deteção de movimentos que o DualSense utiliza, quando por exemplo, controlamos uma asa delta e temos de voar, evitando obstáculos e outros perigos. Ou então quando usamos o DualSense fazer saltar num trampolim, como os atletas usam nas manobras das barras paralelas assimétricas.
A bateria
Por fim, uma palavra de ordem para a bateria de iões de lítio integrada no DualSense que permite mais de 1,560 mAh e que varia claro, consoante o DualSense usa mais ou menos os sistemas de Feedback Háptico e Detetor de Movimentos.
Nos nossos testes, com Spider-Man: Miles Morales, Astro’s Playroom, WRC 9, NBA 2K21 e Demon’s Souls a bateria durou cerca de 10 horas a necessitar de carregamento. Esse carregamento pode ser feito pela própria consola, através de uma das portas USB.
A consola permite ainda ser parametrizada de forma a que as portas USB continuem a fornecer energia, mesmo quando desligada.
Por fim, gostaria de indicar que o uso dos gatilhos L2 e R2 possa vir a provocar um desgaste acelerado do sistema de controlo dos próprios gatilhos. É algo que o tempo irá mostrar, mas fica esse nosso receio.
Sons de Ventoinha
Um dos aspetos da PS4 que pessoalmente considerava extremamente maçador, era o barulho da ventoinha de refrigeração. Com efeito, um som desses é bastante inconveniente para quem gosta de usufruir dos jogos com todas as condições (e não usa phones).
Contrariamente à PS4, a ventoinha da PS5, mal se dá por ela. A ventoinha tem 120mm, sendo grande, mas que recolhe ar de ambos os lados da consola. Aliás, o tamanho grande da consola foi desenhado também por isso mesmo: quanto maior a área de ventilação e maior a ventoinha, maior o sistema de arrefecimento…
A ventilação não falta, com múltiplas entradas e saídas de ar para o efeito. Isso aliado ao facto de usar metal liquido como material térmico no CPU AMD de oito núcleos, faz com que o sistema de arrefecimento seja muito eficaz e por muito tempo.
A ventoinha é ainda controlada por sensores existentes no sistema através dos quais monitoriza a temperatura, e ajuda a controlar a rotação da ventoinha.
Jogos, jogos e mais jogos
Tal como podem ver nos vários artigos que temos lançado sobre jogos a caminho, são inúmeros os títulos a caminho da PlayStation 5. Exemplos disso, já para o dia de lançamento da consola (ou muito em breve), podem ser Marvel Spider-Man: Miles Morales, Assassin’s Creed: Valhalla, GodFall ou Demon’s Souls entre outros.
No entanto, uma das coisas que temos vindo a perceber é que desta feita, a Sony não está a dar um peso demasiado forte à exclusividade e a jogos para a nova consola dando, por outro lado, uma grande importância à retro compatibilidade.
Por exemplo, Marvel Spider-Man: Miles Morales que é um dos cabeças de cartaz para a PS5, também vai sair para a PlayStation 4.
Mesmo assim a aposta da Sony PlayStation nos exclusivos é grande e quem quiser jogar títulos como Spider-Man: Miles Morales, Demon’s Souls Remake, Horizon Forbidden West ou Ratchet & Clank: Rift Apart terá de possuir uma PlayStation 5.
A consola apresenta retro compatibilidade com mais de 90% de jogos da PS4.
Interface
Curiosamente, o interface é relativamente familiar em relação ao PlayStation 4.
Quando se arranca a consola, depois de fazer login, entramos diretamente no separador de Jogos e Aplicativos.
O acesso à PS Store fica mais à esquerda e os jogos perfilam-se a partir daí para a direita. No extremo direito temos o cartão de Biblioteca de Jogos, que nos permite aceder à listagem de jogos instalados e adquiridos.
No entanto, quando pressionamos o botão PlayStation, temos no limite inferior do ecrã, acessos rápidos ao resto das opções de gestão da consola:
- Inicio
- Seletor – opção extremamente interessante pois permite trocar rapidamente entre jogos que tenhamos jogado recentemente.
- Notificações
- Game Base – criação de grupos e partidas em multiplayer
- Música
- Som
- Micro
- Acessórios (DualSense)
- Utilizador
- Alimentação
Além do separador de Jogos e Aplicações, temos ainda o separador Media.
No entanto, a parte mais inovadora ocorre durante os jogos. Isto, pois, ao clicar no botão PlayStation durante um jogo acedemos a um hub do jogo em questão, onde encontramos os Cartões de Atividade desse jogo, tal como vimos aqui.
Trata-se de uma forma que os jogadores passam a ter de aceder rapidamente a dados, estatísticas e dicas de ajuda acerca do jogo que estão a explorar, sem terem de sair para o Hub do jogo.
Conclusão:
A PlayStation 5 está aí e pelo que temos vindo a perceber, cumpre com tudo que prometeu.
- Capacidade de processamento
- Velocidade de carregamento impressionante
- Tratamento gráfico
- Simplicidade no Interface
- Retrocompatibilidade com jogos antigos
- Próxima geração de comando com o DualSense
Trata-se, com já poucos poderiam duvidar, de uma máquina superpoderosa que, por 499,99€ oferece aquilo a que a Sony desde sempre se proporcionou: experiência de jogo.
Esta pequena maravilha tecnológica fará certamente a delícia de milhões de jogadores ao longo dos próximos anos e resta saber como as suas potencialidades serão usadas pela indústria dos videojogos.