Começou em 2019 o processo de afastamento da Huawei nos negócios dos EUA. O país, na altura liderado por Donald Trump, assinou uma série de sanções e bloqueios que impediram, até hoje, que a marca chinesa conseguisse manter as suas parcerias e produtos das marcas e fabricantes norte-americanas, ou cujas negociações também passassem pelo país. Esta situação teve um forte abalo na produção, crescimento e receita da Huawei, tendo esta que aprender a ‘crescer sozinha’ ao criar várias ferramentas, como o próprio sistema operativo móvel e loja de aplicações para os seus smartphones.
Mas tal acabou também por fortalecer a vontade da China em ultrapassar as adversidades, sendo que as mais recentes informações indicam que o país asiático e a Huawei se uniram para produzirem chips eletrónicos e, assim, contornar as sanções impostas pelos EUA.
China e Huawei unidas para a criação de chips
De forma a renascer das cinzas, como uma verdadeira Fénix, a Huawei tem agora uma nova estratégia e, para isso, contará com a forte parceria e apoio dado pelo seu país. Segundo as informações avançadas pelo canal Nikkei Asia, a marca chinesa pediu ajuda à China para o fabrico de chips.
E por não conseguir ser autónoma no processo, uma vez que está impedida de negociar com os antigos parceiros internacionais, a Huawei recorreu então ao seu país para conseguir avançar com esta estratégia que depende também da união com outras empresas que constam da lista negra norte-americana.
Portanto, com o objetivo de voltar a produzir ainda neste ano de 2022, a Huawei redesenhou o design de algum dos seus principais chips de forma a que estes consigam ser fabricados atrabés de tecnologias mais antigas e menos avançadas, mas que estão disponíveis na China. Assim, a marca chinesa contará com outras empresas, especialmente a fabricante SMIC que, embora não consiga competir com uma TSMC ao nível de inovação e litografia avançada, tem disponíveis ferramentas que a Huawei poderá usar para concretizar as suas atuais metas.
Ou seja, em vez de construir as suas próprias fábricas do zero, a Huawei vai enviar funcionários que ajudem no financiamento, aquisição e operação de várias fabricantes locais, contanto para isso com o fundamental apoio do governo chinês. O objetivo é então criar linhas de montagem livres da influência dos EUA.
Para além da SMIC, a marca chinesa vai também contar com outros nomes, como a Fujian Jinhua Integrated Circuit Co. (JHICC), que é uma fabricante de semicondutores apoiada pelo governo que também já foi alvo das sanções dos EUA, e a Ningbo Semiconductor International (NSI), que trabalha em parceria com a SMIC. A Huawei está também a trabalhar com várias outras fábricas de chips de menores dimensões que são apoiadas pelo governo.
Atualmente, a Huawei fabrica cerca de 500.000 equipamentos por ano, um valor já muito distante dos 100 a 200 milhões de smartphones que algumas das principais marcas do mercado produzem anualmente.