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Terra é atingida por grandes meteoritos a cada 180 anos

A história mostra que a Terra está exposta a grandes impactos de meteoritos e asteroides. Pese o facto de termos uma camada protetora que envolve o planeta, não parece ser o suficiente. Tendo em conta o registo da Austrália de crateras de impacto bem preservadas, os investigadores chegaram a um espaço temporal entre impactos.

Segundo os cálculos dos responsáveis pelo estudo, os grandes meteoritos atingem a Terra pelo menos a cada 180 anos. Estaremos perto da data do próximo impacto?


Terra tem as marcas de grandes impactos de meteoritos

Apesar de atualmente termos mais tecnologia do que alguma vez existiu na Terra, também não podemos deixar de interpretar a história marcada na superfície do planeta. Assim, um estudo realizado por uma equipa de investigação internacional da Universidade de Wollongongong (Austrália) lançou uma nova luz sobre a frequência com que os grandes meteoritos colidem com a Terra.

Conforme a publicação Meteoritics & Planetetary Science, o foco da investigação foi a Wolfe Creek. Esta é uma das maiores crateras de impacto de meteoritos da Austrália e a segunda maior da Terra.

Localizado numa parte remota do oeste da Austrália, na borda do Deserto de Great Sandy, a cratera de Wolfe Creek é uma formação causada pelo impacto de um meteorito estimado em cerca de 15 metros de diâmetro e com um peso de cerca de 14 000 toneladas.

Segundo os cálculos, estima-se que o meteorito viajaria a 17 quilómetros por segundo. Na rota com o planeta, a Terra foi atingida com a força de 0,54 megatoneladas de explosivos TNT. No entanto, nunca se estimou com certeza quando terá acontecido esse impacto.

Datar o acontecimento com total exatidão, seria fundamental para criar uma taxa de impacto deste tipo de gigantes na Terra. A última análise datou o evento como ocorrido há 300 000 anos. Contudo, a nova investigação data muito mais cedo, cerca de 120 000 anos atrás.

Vista aérea da cratera de meteorito Gosses Bluff, norte da Austrália

 

Existem 7 crateras na Austrália

Este número não é insignificante, isto porque ao lado de Wolfe Creek há seis outras crateras. De acordo com os investigadores, estas crateras remontam ao mesmo período.

A Austrália é particularmente interessante para estudar estes fenómenos. Estas marcas deixadas no país encontram-se em zonas áridas, o que favorece a sua conservação.

Em outros lugares, as crateras são destruídas pela atividade geomórfica, como a migração de rios ou processos de encostas de montanhas. Dado que a Austrália tem um excelente registo de preservação com crateras antigas dentro da zona árida, podemos extrapolar uma taxa para toda a Terra.

Referiu Tim Barrows, de la Universidad de Wollongong.

Assim, de acordo com a cronologia e o número destes meteoritos, nas terras áridas da Austrália cai um a cada 17 000 anos. No entanto, este território representa apenas 1% da superfície terrestre, quando se estende a toda a terra, “a taxa aumenta para um a cada 180 anos ou mais”, dizem os especialistas.

Esta é uma estimativa mínima, pois alguns impactos menores foram provavelmente cobertos pela areia durante a era glacial. Assim, o número de grandes objetos é provavelmente 20 vezes maior, porque os meteoritos rochosos são muito mais comuns, mas muitos não sobrevivem à viagem incandescente através da atmosfera e não deixam crateras.

Explicam os investigadores.

Uma ortofotografia da cratera de Wolfe Creek. Uma ortofotografia é uma fotografia aérea que foi corrigida geometricamente para que a escala seja uniforme e a foto tenha a mesma falta de distorção que um mapa.

 

Como foi possível estudar a cratera de Wolfe Creek?

O Professor Barrows e os seus colegas utilizaram duas técnicas para datar a cratera. A primeira foi através da amostragem por exposição, que estima quanto tempo uma rocha esteve exposta à radiação cósmica na superfície da Terra. A segunda usou a luminescência oticamente estimulada. Esta técnica mede quanto tempo passou desde que os sedimentos foram expostos à luz solar pela última vez.

Além destas duas técnicas, os investigadores também criaram um novo modelo topográfico tridimensional da cratera de Wolfe Creek. Foram usadas fotografias aéreas tiradas por Ted Brattstrom, um professor de ensino médio havaiano que sobrevoou a cratera em 2007, tirando imagens de várias direções diferentes. Assim, com as imagens tiradas do ar, os investigadores calcularam as dimensões da cratera.

Calculamos que a largura máxima da cratera é de 946 metros em direção nordeste-sudeste, o que reflete a direção do impacto. O diâmetro médio é de 892 metros. Prevemos uma profundidade de 178 metros, embora exista uma camada de cerca de 120 metros de sedimentos, principalmente areia lavada no deserto.

Referiu o professor Barrows.

A Cratera de Barringer, também conhecida como Cratera do Meteoro, está localizada perto de Winslow, no Arizona, Estados Unidos.

Posteriormente, os investigadores usaram as mesmas técnicas de datação geocronológica. Desta forma foram capazes de recalcular a idade da Cratera de Barringer do Arizona, a maior do mundo. Segundo eles, é provável que tenha 61 000 anos de idade, 10 000 anos mais velha do que se pensava anteriormente.

 

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