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NASA toca com sucesso no asteroide Bennu e alcança mais um marco na exploração espacial

A evolução da tecnologia e do conhecimento sobre os asteroides, leva a que estes pedaços de rocha possam ser estudados. Além de contar a história do Universo desde há milhões de anos, estes astros podem ser importantes para descobrirmos a origem do nosso próprio planeta. Assim, numa missão carimbada com êxito, a NASA conseguiu tocar com um braço da sua sonda OSIRIS-REx no asteroide Bennu.

A agência espacial norte-americana mostrou imagens incríveis do momento em que a nave marcou o solo deste viajante do espaço.


OSIRIS-REx da NASA toca no asteroide Bennu

A sonda OSIRIS-REx da NASA estendeu o seu braço robótico esta manhã e tocou o asteroide Bennu por apenas alguns segundos. Assim, conforme planeado, este equipamento fabricado pelo Homem conseguiu recolher uma amostra da superfície de um asteroide com cerca de 500 metros de diâmetro.

Segundo os planos da missão, a sonda deverá devolver à Terra o material recolhido em 2023. No entanto, ainda teremos de esperar alguns dias para confirmar que a recolha foi bem-sucedida. Os investigadores irão já começar a analisar o material, milhares de dados e imagens que a nave começou a enviar.

 

Recolher amostras do início do sistema solar

A missão OSIRIS-REx começou há quatro anos e desde 2018 está em órbita ao redor de Bennu. Este é um asteroide Apolo descoberto pela LINEAR no dia 11 de setembro de 1999. Está bem preservado e situa-se atualmente a mais de 321 milhões de quilómetros da Terra.

Assim, Bennu oferece aos cientistas uma janela para o início do sistema solar, tal como se formou há milhar de milhões de anos e pode conter ingredientes que poderão ter ajudado a semear a vida na Terra.

Se o evento de recolha de amostra, conhecido como “Touch-And-Go” (TAG), conseguiu agarrar poeira e seixos suficientes (pelo menos 60 gramas e até 2 quilos), a nave espacial iniciará a sua jornada de volta à Terra em março de 2021. Caso contrário, esta poderá ter de voltar a tentar tocar na rocha no próximo mês de janeiro.

 

Aproximação lenta, monitorizada ao centímetro

Pelas 7h50 PST, a nave espacial OSIRIS-REx disparou os seus propulsores para sair da órbita ao redor de Bennu. Posteriormente, estendeu o seu braço de recolha das amostras, que mede 3,35 metros, conhecido como Mecanismo de Aquisição de Amostras Touch-and-Go (TAGSAM), e desceu 805 metros até a superfície.

Segundo a NASA, esta descida, que demorou quatro horas, deu-se a uma altitude de aproximadamente 125 metros. Então, a sonda executou a ignição do “Checkpoint”, a primeira de duas manobras para permitir que ela atingisse com precisão o local de recolha de amostras, numa cratera conhecida como Nightingale.

Dez minutos depois, a nave disparou os seus propulsores para a segunda ignição “Matchpoint”. A intenção era diminuir a sua descida e coincidir com a rotação do asteroide no momento do contacto. Em seguida, continuou durante 11 minutos, passou por uma rocha do tamanho de um prédio de dois andares, apelidada de “Mount Doom”, para pousar num local claro numa cratera no hemisfério norte de Bennu.

Foi um feito incrível. Hoje avançamos tanto na ciência quanto na engenharia para futuras missões que estudam estes misteriosos narradores antigos do sistema solar.  Um pedaço de rocha primordial que testemunhou toda a história do nosso sistema solar pode agora estar pronto para voltar para casa para gerações de descobertas científicas, e mal podemos esperar para ver o que vem a seguir.

Referiu Thomas Zurbuchen, administrador associado do Diretório de Missões Científicas da NASA em Washington.

 

Muitos dados serão conseguidos: conhecimento único sobre o universo

Conforme foi referido, os engenheiros e cientistas da OSIRIS-REx usarão várias técnicas para identificar e medir remotamente a amostra. Primeiro, os cientistas vão comparar as imagens do sítio Nightingale antes e depois do TAG para ver a quantidade de material da superfície que se moveu em resposta à explosão de gás.

Se o TAG causou perturbação significativa na superfície, provavelmente rercolhemos muito material.

Concluiu Michael Moreau, vice-diretor do projeto OSIRIS-REx.

Portanto, depois desta aventura, a nave está programada para voltar à Terra no dia 24 de setembro de 2023. Esta lançará o SRC de paraquedas no deserto de Utah, onde os cientistas estarão a esperar para a levar para casa.

 

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