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NASA mostra a realidade triste de Marte. Já foi um planeta habitável, hoje é desolador

Marte está nos planos das agências espaciais para ser visitado por humanos. Contudo, do que se vai conhecendo do planeta vermelho, a realidade é muito desoladora, face ao que, um dia, já foi. Durante a sua história, Marte pode ter sido um planeta habitável, em vez do mundo seco e triste de hoje. Isso pode acontecer, porque, ao longo dos milhões de milhões de anos da sua existência, a atmosfera de Marte esvaziou-se para o espaço.

Para entender melhor o que causou a perda de atmosfera marciana, os cientistas da NASA começaram a mapear as correntes elétricas de Marte na sua atmosfera. Poderão ser estas as responsáveis pela ruína do planeta vermelho.


Marte poderá ter sido um planeta habitável

Uma equipa de investigadores recorreu à sonda Mars Atmosphere e Volatile Evolution (MAVEN) da NASA e mapeou os sistemas de corrente elétrica na atmosfera de Marte, pela primeira vez. Conforme poderemos ver no vídeo, os resultados foram algumas visualizações psicadélicas que ajudaram os cientistas a determinar o que estava a levar a atmosfera a escapar para o espaço.

As descobertas estão detalhadas num estudo publicado segunda-feira, na revista Nature Astronomy. Na informação é sugerido que o vento solar, que constantemente flui do Sol, é a principal força motriz por trás da fuga atmosférica do planeta vermelho.

Estas correntes desempenham um papel fundamental na perda atmosférica que transformou Marte, de um mundo que poderia ter sustentado a vida, num deserto inóspito.

Explicou Robin Ramstad, físico experimental da Universidade do Colorado, autor do estudo, em declaração.

Os investigadores esperavam descobrir o quão essencial é um campo magnético para a regulação da atmosfera de um planeta.

 

NASA: Marte não tem campo magnético

Enquanto a Terra tem um campo magnético, Marte não tem. Em vez disso, partículas carregadas libertadas da atmosfera superior do Sol, conhecidas como vento solar, interagem com a atmosfera do planeta vermelho e criam uma magnetosfera induzida, ou a área do espaço que envolve o planeta.

O vento solar flui constantemente do Sol a uma velocidade de aproximadamente 1.6 milhões de quilómetros por hora. Os cientistas estão cientes da magnetosfera de Marte, mas ainda não entenderam como isso influência a sua atmosfera e quanta energia é transferida do vento solar que levaria à fuga da atmosfera.

Os dados mostram o vento solar e o campo magnético em torno de Marte como se fosse um punhado de esparguete a ser lançado ao rosto de alguém.

 

Atmosfera do planeta é esvaziada pelo espaço

Posteriormente, numa segunda visualização, os cientistas usaram os dados da MAVEN para mapear as correntes elétricas em torno de Marte. A imagem mostra as correntes elétricas a cobrir a linha do dia do planeta vermelho e fluir para a linha da noite. Estas voltas de correntes elétricas ligam a atmosfera superior de Marte à sua magnetosfera induzida ao vento solar.

À medida que os iões e eletrões do vento solar colidem com o campo magnético induzido pelo planeta, estes são forçados a separar-se devido à sua carga elétrica oposta.

Como tal, alguns iões fluem numa direção, enquanto outros eletrões fluem na outra direção. Isso resulta na formação das correntes elétricas em torno de Marte, do tipo cortina, do dia para a noite do planeta.

 

Enquanto isso, raios-X e radiação ultravioleta emitida pelo Sol estão constantemente a ionizar as áreas da atmosfera superior de Marte. Nesse sentido, levam a que o planeta seja capaz de conduzir eletricidade.

A atmosfera de Marte comporta-se um pouco como uma esfera de metal que fecha um circuito elétrico.

Disse Ramstad.

Este processo é essencialmente responsável pela fuga atmosférica do planeta. As correntes induzidas no vento solar transformam a energia do vento solar em campos magnéticos e elétricos que aceleram as partículas carregadas da atmosfera de Marte, o que faz com que a atmosfera do planeta vaze no espaço.

Fotos desoladora de Marte antes e depois. Centro de Voo Espacial Goddard da NASA

Sem um campo magnético, o terreno marciano está a perder a sua atmosfera há milhões de anos. Como resultado, o planeta transformar-se-á num deserto frio e seco, no que era um mundo habitável húmido e quente.

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