Na semana passada, a Índia disparou um míssil que destruiu um satélite na órbita da Terra. Como resultado, foram espalhados 400 pedaços de detritos “perigosamente grandes” e muitos outros tão pequenos que não se conseguem vigiar. Logo após o acontecimento, o chefe da NASA, Jim Bridenstine, qualificou esta ação como uma “coisa terrível” que poderia colocar em risco os astronautas a bordo da Estação Espacial Internacional (ISS).
Agora, os detritos estão em risco de colidir com a Estação Espacial Internacional.
NASA aponta ataque indireto à Estação Espacial Internacional
A Estação Espacial Internacional (ISS em inglês), é um laboratório espacial. Encontra-se em órbita baixa (entre 340 km e 353 km), que possibilita ser vista da Terra a olho nu, e viaja a uma velocidade média de 27 700 km/h, completando 15,77 órbitas por dia.
Na passada semana, a Índia disparou um míssil que abateu um dos seus satélites. Contudo, tal ação originou pelo menos 400 pedaços de detritos orbitais. Destes, 60 pedaços do satélite medem cerca de 15 centímetros. O ataque ao satélite aconteceu numa altura em que este estava imediatamente abaixo da Estação Espacial. Com isso, 24 das peças foram destruídas acima do seu apogeu, criando um risco potencial.
É inaceitável e a NASA precisa ser muito clara sobre o impacto que isso tem para nós.
Referiu Bridenstine.
Exemplo de força em altura de eleições na Índia
Em época eleitoral, que aconteceu em março passado, o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, anunciou o sucesso da “Missão Shakti”. Como referido, este foi um teste de míssil que destruiu um dos satélites do país. Assim, a Índia tornou-se no quarto país a ter completado tal missão, depois dos EUA, Rússia e China.
O governo da Índia escreveu que o teste foi realizado baixo o suficiente para garantir que quaisquer detritos gerados regressassem à Terra dentro de algumas semanas.
No entanto, uma simulação (acima) mostra o impressionante campo de destruição e detritos criado pelo teste. A NASA, junto com o Centro de Operações Espaciais Combinadas do Comando Estratégico dos EUA, estimou que o risco para a Estação Espacial aumentou em 44% nos últimos dez dias. Bridenstine disse mais tarde que os astronautas ainda estão seguros, e que a ISS poderia ser manobrada se necessário para evitar os escombros.
O bom é que é suficientemente baixo na órbita da Terra e, com o tempo, tudo isso se dissipará.
Referiu o responsável da NASA.
Números que mostram um panorama negro
Este é um tema que assusta quem opera numa área perigosa como é o Espaço. Segundo a NASA, os EUA detetaram 23.000 objetos maiores que 10 cm. 3.000 desses detritos espaciais foram causados por um teste espacial de um míssil balístico antissatélite, levado a cabo pela China em 2007.
Por outro lado, estima-se que existam cerca de 900 mil pedaços de destroços maiores que um berlinde em órbita ao redor da Terra. 34 mil serão pedaços maiores que 10 cm.
O maior medo do lixo espacial é a “Síndrome de Kessler”, uma cascata de colisões que pode destruir grande parte da infraestrutura no espaço. Esse é o desastre por trás do filme Gravidade que forçou os astronautas a evacuar o Vaivém espacial e escapar numa cápsula chinesa.
Para tentar combater este cenário, várias nações, incluindo a China e os EUA, estão a trabalhar em esquemas para remover lixo espacial. Assim, os envolvidos têm testado lasers, arpões e redes de captura.