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NASA finalmente encontrou vida em Marte? Perseverance descobriu matéria orgânica

A NASA na sua conferência para avaliar os primeiros 18 meses de atividade do rover Perseverance em Marte deixou uma novidade que muitos estão a encarar como sendo indício da existência de vida marciana. Contudo, a investigadora do JPL “apenas” referiu que foi encontrada matéria orgânica. Que quer isso dizer?


Será que foi finalmente descoberta vida em Marte?

Não, a NASA não disse isso. Segundo o que foi referido, o rover Perseverance da NASA recolheu uma amostra de rocha marciana para ser devolvida à Terra, que pode conter indícios de matéria orgânica comum aos seres vivos. No entanto, acalme a ansiedade. Isto porque o tudo que armazenou esta amostra só daqui a 10 anos (ou mais) chegará a um laboratório terrestre.

Esta amostra foi conseguida depois de na quinta-feira passada, o robô ter mergulhado no sedimento da Cratera Jezero do Planeta Vermelho, recolhendo a primeira amostra de material desta nova vaga de investigação.

Na primeira etapa da vida deste rover, o objetivo era vaguear por determinados sítios na procura de amostras que pudessem conter micróbios antigos e orgânicos. Durante um ano, Perseverance levou a cabo e concluiu a primeira de quatro campanhas de investigação, que se centraram sobretudo no solo da cratera e na base do delta do Neretva Vallis.

Conforme referido, o robô mais moderno da NASA iniciou agora a sua segunda etapa, onde irá caçar rochas dignas no topo do delta.

 

Mars Sample Return campaign

Estes novos objetivos, assim como os anteriores, fazem parte da campanha global “Mars Sample Return”. Estas etapas estão a ser conduzidas pela NASA e pela Agência Espacial Europeia (ESA).

A mobilidade do Perseverance permitiu-nos recolher amostras ígneas do solo relativamente plano da cratera durante a primeira campanha, e depois viajar para a base do delta da cratera, onde encontramos rochas sedimentares de grão fino depositadas numa teia de lakebed seca.

Agora estamos a recolher amostras de um local geológico onde encontramos rochas sedimentares de granulometria grosseira depositadas num rio.

Com esta diversidade de ambientes para observar e recolher, estamos confiantes de que estas amostras nos permitirão compreender melhor o que ocorreu aqui na cratera Jezero há milhares de milhões de anos.

Explicou Ken Farley, cientista de projeto da Perseverance no Caltech.

Segundo o que foi partilhado no evento à comunicação social, esta última amostra corresponde ao 19.º tubo de matéria, e o 16.º a conter um pedaço de rocha corroída pela perfuradora do robô. Os restantes tudo contêm ‘rególito’, rocha estilhaçada e pó que carece de material orgânico e atmosfera marciana.

 

Amostras guardadas até daqui a 10 anos

Estas 19 amostras permanecerão armazenadas na barriga do Perseverance até que um aterrador robótico chegue a Marte no futuro.

O rover entregará estas amostras ao módulo de aterragem, que utilizará então um braço robótico para colocar os tubos na cápsula de contenção de um pequeno foguete.

O foguetão será então lançado na órbita de Marte, e outra nave espacial da ESA, chamada Earth Return Orbiter, passará por aqui para recolher a cápsula de contenção.

Nessa altura, após vários meses de viagem, as amostras serão entregues na volta à Terra, lá para 2033, marcando a primeira vez que amostras são trazidas de Marte pela mão humana.

Se o Perseverance não puder entregar estas amostras ao aterrador por alguma razão (ficar sem energia, por exemplo), então há outro plano em vigor.

O rover recolheu também 10 amostras duplicadas das 19 programadas para mandar para a Terra. Estas duplicadas foram depositadas num local especial na base do delta, conhecido como “Three Forks” – uma referência a onde se fundem três rotas para o delta.

Na eventualidade do módulo de aterragem não conseguir recolher as amostras originais, dois Helicópteros de recuperação de amostras farão este trabalho.

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