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Misterioso “jato azul” vindo da Terra e visto no espaço pela ISS

A Estação Espacial Internacional, que se encontra no espaço em órbita baixa terrestre a uma altitude de aproximadamente 400 quilómetros, permitiu aos investigadores captar um fenómeno raro, um jato azul. Estes raios não são novos, contudo, sendo um episódio raro, adensa o mistério à sua volta.

Os cientistas estão particularmente interessados ​​nas luzes recém-descobertas que ocorrem na atmosfera superior durante tempestades chamadas de sprites (duendes) vermelhos, jatos azuis e elfos.


ISS: O mistério do relâmpago em jato azul visto do espaço

Quando as nuvens de tempestade enviam relâmpagos em raios irregulares pelo céu ou produzem um raio trovejante que atinge o solo, por vezes dá-se outro fenómeno sobrenatural no topo das nuvens: aparece uma coluna de luz azul disparada em direção ao espaço. Estes flashes coloridos são chamados de jatos azuis e podem estender-se por 48 quilómetros na estratosfera.

Os jatos azuis só podem ser vistos do solo em raras circunstâncias porque são breves e normalmente são obscurecidos por nuvens. Contudo, em 2019, os instrumentos a bordo da Estação Espacial Internacional (ISS) foram capazes de registar cinco flashes azuis e um jato azul que disparou para o espaço a partir de uma nuvem de tempestade perto da ilha de Nauru, no meio do Oceano Pacífico.

No vídeo em cima, a ESA mostra uma impressão artística de um raio em nuvens vistas do espaço seguido por um flash azul que dura 10 microssegundos. Além disso, apresenta a representação de um jato azul que dura 400 milissegundos e um elfo gerado pelo flash azul que dura 30 microssegundos.

Estas observações formam a base de um novo artigo publicado na revista Nature que ajuda a explicar o que dá origem aos jatos azuis. De acordo com o artigo, cada um dos flashes durou entre 10 e 20 milissegundos e o jato azul atingiu uma altitude de aproximadamente 51 km acima do nível do mar.

Raios de trovoada para baixo e para o espaço

De acordo com a Live Science, a compreensão atual, embora incompleta, dos jatos azuis sugere que estes ocorrem quando a secção superior carregada positivamente de uma nuvem interage com uma camada carregada negativamente situada logo acima da nuvem, “equalizando” brevemente as cargas opostas numa descarga azul brilhante de eletricidade estática.

Então, os raios normais ocorrem quando cargas opostas em nuvens próximas ou entre uma nuvem e o solo equalizam e descarregam a sua eletricidade.

O jato azul sobre Nauru foi captado pelas câmaras óticas, fotómetros e por um detetor de raios-X e gama montado na parte externa da ISS. Os investigadores relatam que os flashes azuis foram acompanhados por flashes de luz ultravioleta chamados Elfos.

Este artigo é um destaque impressionante dos muitos novos fenómenos que o ASIM está a observar acima das tempestades.

Referiu Astrid Orr, coordenadora de ciências físicas para voos espaciais humanos e robóticos da ESA, num comunicado.

Segundo Victor Pasko, astrofísico da Penn State, é muito importante que consigamos perceber estes eventos. Isto porque estes jatos azuis ou os sprites vermelhos podem interromper as ondas rádio que usamos para tecnologia de comunicação. Além disso, estes fenómenos atmosféricos superiores também podem ter impacto nas concentrações de gases de efeito estufa e a camada de ozono da Terra.

 

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