O Sol está no seu 25.º ciclo e quando começou, os investigadores deixaram logo o alerta que este novo período de 11 anos não seria tão calmo como o último que terminou em finais de 2019. Alguns eventos, como a explosão solar da classe M4.4, ou como explosão de classe X, ocorrida em 2021. Agora, os cientistas estão preocupados com uma mancha solar gigante e filamentos na superfície solar.
Os astrónomos sabem que este tipo de fenómenos pode desencadear possíveis erupções solares dirigidas à Terra e ejeções de massa coronal (EMCs) que poderão causar danos graves na Terra.
Manchas gigantes no Sol podem desencadear tempestades solares destrutivas
Conforme mostrámos no mês passado, os astrónomos estavam interessados em ver os desenvolvimentos da mancha solar AR3038 que passou de ‘grande para enorme’ numa questão de horas e cresceu para um tamanho três vezes maior do que o da Terra.
Com o Sol agora numa fase ativa do seu ciclo de 11 anos, há muita atividade na sua superfície que mantém os astrónomos colados aos céus.
Para aumentar a preocupação, foi detetada agora uma nova mancha solar escura, a AR3055.
Lot’s to see on the sun right now! Sunspot group AR3055 (lower left) is very active – Earth-directed flares possible – & stretches more than 100.000 km! Single DSLR frame July 11, 10:35 UTC. pic.twitter.com/FyZOwOcjsh
— Jan Hattenbach (@JanHattenbach) July 11, 2022
O que já se conhece na mancha solar AR3055?
De acordo com o New York Post, a mancha solar tem agora 9.816 km de largura e está diretamente virada para a Terra. Os astrónomos não estão realmente seguros se a mancha solar é o resultado de uma fusão de manchas solares ou se evoluiu rapidamente para este tamanho por si só.
Tanta tecnologia a “olhar” para o sol e não se pode perceber com mais precisão o que poderá acontecer? Não, mesmo com tantos observatórios baseados na Terra a olharem para o Sol. Isto porque uma tempestade geomagnética pode atingir a Terra a um milhão de quilómetros por hora sem que ninguém a apanhe.
Este fenómeno é causado por uma acumulação de plasma entre os fluxos de ventos solares lentos e rápidos e não devido à erupção de uma mancha solar. Portanto, é algo que não se consegue prever.
De acordo com as últimas atualizações do site SpaceWeather.com, a superfície solar está agora a mostrar grandes filamentos de magnetismo. Cada um destes filamentos é aproximadamente a distância entre a Terra e a Lua, ou seja, 384.400 km.
Tal como as manchas solares, estas regiões são também relativamente mais frescas do que a superfície solar e, por conseguinte, parecem mais escuras. No entanto, cada filamento, se retido no céu noturno, brilharia mais do que a Lua cheia.
O que é que isso significa para nós?
Os filamentos solares são também conhecidos por serem altamente instáveis. No entanto, nesta ocasião, eles parecem ter-se mantido unidos há dias. Mais cedo ou mais tarde, espera-se que irrompam e disparem alguns detritos solares para a Terra.
Assim, segundo o site Spaceweather, prevê-ser uma pequena tempestade geomagnética de classe G1 a dirigir-se para a Terra na manhã de 13 de julho. Contudo, é provável que esta tempestade seja o resultado de duas manchas solares menores e não dos filamentos.
Enquanto a mancha solar AR3038 provocou uma erupção solar de classe C, espera-se que a AR3055 produza uma erupção relativamente poderosa de classe M que poderá resultar em apagões de rádio durante alguns minutos. Mas… ainda não sabemos do que os filamentos são capazes!
Na semana passada, um artigo publicado na revista Astronomia e Astrofísica sugeriu um novo modelo para prever a força do ciclo solar para nos ajudar a preparar para as piores consequências de tais eventos. Com o pico do ciclo solar a aproximar-se em 2023, só podemos esperar que este ciclo não seja pior do que os outros que já vimos antes.