“É só um”: o tempo de vida que perde ao fumar apenas um cigarro é alarmante

"É só um" é uma expressão que, para muitos, representa uma forma de autoengano. No entanto, este argumento pode esconder grandes consequências. Um cigarro pode parecer inofensivo, mas estudos recentes revelam que mesmo fumar apenas um pode custar minutos preciosos da nossa vida.

Dados que falam mais alto

Segundo uma investigação recente, o impacto de fumar um único cigarro pode traduzir-se numa redução de até 20 minutos na nossa esperança de vida. Pode parecer pouco, mas importa considerar que raramente quem fuma se limita a um cigarro isolado.

Embora existam pessoas que fumam ocasionalmente, os efeitos nocivos do tabaco acumulam-se, afetando o organismo desde o primeiro contacto.

Os números não mentem e, por vezes, são a forma mais eficaz de sensibilizar os fumadores para os perigos do tabaco. No ano 2000, foi publicado um estudo que estimava uma perda de 11 minutos de vida por cigarro fumado.

Contudo, investigações mais recentes, conduzidas por cientistas do University College de Londres, revisaram estes valores com uma metodologia aprimorada. Agora, aponta-se para uma média de redução de 17 minutos para homens e 22 minutos para mulheres, ou seja, cerca de 20 minutos em geral.

Convém sublinhar que esta é uma estimativa média que depende de vários fatores, como a quantidade de substâncias tóxicas absorvidas, a existência de outras patologias ou mesmo a predisposição genética para doenças relacionadas com o tabaco.

Fumar nunca é inofensivo...

Os cientistas analisaram várias sondagens sobre os efeitos do tabaco ao longo dos anos e relacionaram-nas com dados de esperança de vida. A conclusão foi clara: mesmo um único cigarro pode ter impactos mensuráveis e significativos na saúde.

O tabaco contém substâncias altamente viciantes, tornando quase impossível parar em apenas "um cigarrito". Assim, o melhor é evitar completamente o primeiro contacto, pois cada cigarro pode ser o ponto de partida para um ciclo vicioso com graves consequências a longo prazo.

Em esforços de sensibilização, como os que resultaram no estudo publicado na revista Addiction, sublinham-se não apenas os riscos de fumar, mas também os benefícios de parar. Por exemplo:

• 20 minutos após o último cigarro, o ritmo cardíaco e a tensão arterial começam a estabilizar;
• 12 horas depois, os níveis de monóxido de carbono no sangue normalizam;
• Entre 2 semanas e 3 meses, a função pulmonar melhora significativamente;
• Em 15 anos, o risco de sofrer uma doença cardíaca é equivalente ao de uma pessoa que nunca fumou.

Estes dados mostram que nunca é tarde para abandonar o tabaco. Deixar de fumar antes dos 40 anos pode reduzir em 90% o risco de morte por doenças relacionadas com o tabaco.

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