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E se a Terra parasse de girar? O que nos aconteceria?

Com a evolução tecnológica, o ser humano, a ciência, começou a saber mais sobre o planeta onde vivemos. É sabido, por exemplo, que a rotação da Terra está a diminuir gradualmente. Há vários indícios que mostram uma transformação no nosso planeta com consequências desconhecidas e outras imaginadas. Temos assistido a uma alteração no campo magnético da Terra, além de outros fenómenos.

Assim, a questão que se coloca é o que nos aconteceria se a Terra parasse de girar.


E se a rotação da Terra parasse?

Há uma descrição muito interessante na informação da NASA sobre os cenários prováveis caso o nosso planeta parasse de girar. Segundo o que foi teorizado, a probabilidade de acontecer tal evento é praticamente zero nos próximos mil milhões de anos.

Se a Terra parasse de girar repentinamente, a atmosfera ainda estaria em movimento com a velocidade de rotação original de cerca de 1.770 km/h no equador. Cada volta completa do nosso astro leva 23 horas, 56 minutos e 4,1 segundos a acontecer.

A rotação, ao parar abruptamente, todas as massas de terra seriam limpas de qualquer coisa que não estivesse presa ao leito. Isto significa que rochas, terra-alta, árvores, edifícios e até o seu cão de estimação seriam arrastados para a atmosfera.

Contudo, se o processo acontecesse gradualmente, ao longo de milhares de milhões de anos, a situação seria muito diferente. De facto, esta será a possibilidade provável dada a influência do Sol e da Lua neste movimento da Terra até ao momento da paragem total.

Segundo um estudo científico publicado em 2016 no The Royal Society, nos últimos 28 séculos, esta velocidade terá diminuído 1,8 milissegundo, por século. Assim, os nossos dias ficaram 1,8 milissegundo mais longos a cada 100 anos.

 

Como seria a Terra se um dia durasse um ano?

No cenário provável, se o abrandar gradual se fixasse numa rotação completa a cada 365 dias, testemunhávamos uma condição chamada “sol sincronizado”, cada ponto da Terra teria um dia ou noite permanente durante todo o ano. Isto é semelhante à situação na Lua, onde durante 2 semanas o lado frontal é iluminado pelo Sol e, a seguir, durante 2 semanas, o lado de trás é iluminado. Esta situação para a Terra não é a condição de rotação ‘parada’, mas é o mais próximo que as leis da física permitirão que a Terra obtenha.

Se parasse de girar completamente, sem rodar nem uma vez a cada 365 dias, teríamos meio ano de luz do dia e meio ano de noite. No período diurno, durante 6 meses, a temperatura da superfície dependeria da sua latitude. No equador seria muito mais quente do que nos polos, onde os raios de luz são mais inclinados e a eficiência de aquecimento é menor.

Assim, este gradiente de temperatura, a longo prazo, alteraria o padrão de circulação do vento atmosférico. A dinâmica do movimento do ar nos polos era alterado e as correntes deixariam os sistemas eólicos paralelos ao equador. A nova corrente seria entre o equador e os polos.

A mudança anual na posição do Sol no céu seria agora apenas o seu movimento sazonal. Nesse sentido, iríamos ver o sol a mexer-se para cima e para baixo no céu, em direção ao sul, devido à órbita da Terra e à sua inclinação axial. À medida que se movia ao longo das linhas constantes da latitude da Terra, veríamos a elevação do Sol aumentar ou diminuir no céu, tal como vemos agora a elevação do Sol mudar de um único ponto na Terra, devido à rotação diária.

 

Quatro estações num só dia

Seguramente que as estações do ano deixariam de fazer sentido tal como as conhecemos. Assim, o que teríamos era um verão na metade do período iluminado, com um “outono” mais para o final desse período, um inverno rigoroso à noite e uma “primavera” enquanto o sol começasse a nascer num dos lados desta Terra parada.

Contudo, na parte iluminada do planeta, iríamos ter provavelmente fenómenos climatéricos extremos. Muitas tempestades resultantes das altas temperaturas causadas pela exposição contínua aos raios solares.

Além disso, sem a força centrífuga originada pela rotação, a água dos oceanos escoaria para os polos. Como resultado, o aspeto que tem atualmente o planeta seria completamente transformado.

Teoricamente, o que iria acontecer era a formação de um megacontinente na região do equador, enquanto as áreas no extremo norte e extremo sul dos continentes (incluindo a Antártica) ficariam submersas.

A desaceleração já se iniciou há milhões de anos

Como referido, este fenómeno da desaceleração da rotação do planeta não é de agora, nós estamos a viver o tempo em que a Terra está a abrandar. Para termos uma ideia desta ação ao longo do tempo, a desaceleração já afetou a Terra e de forma marcante. Há 250 milhões de anos, cada rotação completa durava aproximadamente 23 horas. Contudo, após a extinção dos dinossauros, que aconteceu há 63 milhões de anos, um dia completo passou a ter cerca 23 horas e 30 minutos.

Este travão que se dá no nosso globo tem várias razões. Uma das mais preponderantes é a força gravitacional da Lua. O nosso satélite natural está a afastar-se do planeta e este afastamento influencia a rotação no nosso astro.

Tal situação também faz com que existam mais “desastres naturais”, como terramotos e tsunamis. Por sua vez, estes eventos também diminuem a velocidade da Terra. O próprio formato do planeta, que, tal como sabemos, não é uma esfera perfeita, dado que é achatado nos polos, faz parte das causas da desaceleração.

Uma investigação da revista Science prevê que, em 2100, o ano terá 5 milissegundos a mais do que atualmente acontece. No entanto, tudo isto é na esfera da hipótese, pese o facto de estar já a viver este e outros fenómenos.

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