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COVID-19: Vacina Sputnik V regista 91,6% de eficácia

Conclusões preliminares sugerem que a vacina russa Sputnik V tem 91,6% de eficácia contra a COVID-19 sintomática. Além disso, não foram registadas anomalias graves associadas à administração da vacina.

O ensaio que traz a público estas informações foi divulgado, esta terça-feira, na The Lancet.


“Este recente ensaio positivo da fase 3 é altamente encorajador”

A vacina a ser massivamente administrada em Portugal foi desenvolvida pela BioNTech em parceria com a Pfizer. Aliás, foi a primeira a ser autorizada e já foram administradas as duas doses em cerca de 70 mil portugueses. Mais, de acordo com o Expresso, foram, até à data de ontem, “administradas 340 mil primeiras doses”.

Além dessa e da desenvolvida pela Moderna, Portugal prepara-se para receber, no dia 9 de fevereiro, mais de 100 mil doses de uma outra vacina também autorizada. No caso, foi desenvolvida pela Universidade de Oxford e pela farmacêutica AstraZeneca.

Enquanto isso e porque foram várias as entidades que logo começaram a desenvolver uma vacina contra a COVID-19, sabe-se agora que a vacina russa Sputnik V tem 91,6% de eficácia contra a COVID-19 sintomática.

Os resultados do ensaio provisório foram publicados na revista The Lancet, esta terça-feira.

Este recente ensaio positivo da fase 3 é altamente encorajador em termos de eficácia, falta de efeitos secundários graves e proteção aparentemente equivalente em pacientes mais velhos.

Disse Stephen Griffin, professor associado na Faculdade de Medicina da Universidade de Leeds.

Vacina Sputnik V: Pacientes em estudo sem efeitos adversos graves

Os resultados preliminares agora publicadas baseiam-se na análise de dados de mais de 20 mil participantes adultos. Destes, três quartos foram administrados com a vacina, tendo os restantes recebido um placebo.

Além disso, o ensaio incluiu 2 144 participantes com 60 anos ou mais, tendo a vacina demonstrado, neste grupo etário, 91,8% de eficácia contra a infeção sintomática.

Então, após a administração da vacina contra a COVID-19, nenhum efeito secundário grave foi registado. Conforme expuseram os investigadores, a maioria dos casos adversos admitiram sintomas ligeiros, incluindo os semelhantes aos da gripe, bem como dor no local da injeção, fraqueza ou baixa energia.

Assim sendo, a Sputnik V é a quarta vacina cujos dados relativos à Fase 3 foram publicados numa revista médica, bem como revistos por especialistas. Assim como acontece com a vacina da Pfizer/BioNTech, a Suptnik V deve ser administrada em duas doses separadas. Todavia, o intervalo que as separa deve ser de apenas 21 dias.

Durante os testes, os investigadores registaram, após a primeira dose da vacina, 16 casos de COVID-19 nas 14 964 pessoas que a tomaram efetivamente, correspondendo a 0,1% dos envolvidos. Por outro lado, registaram 62 casos da infeção nos 4 902 indivíduos que foram administrados com placebo, 1,3%.

Apesar das quatro mortes registadas nos grupos do ensaio, nenhuma foi relacionada com a administração da vacina.

Vacina com 91,6% de eficácia contra infeção sintomática

A saber, esta análise incluiu apenas casos sintomáticos de COVID-19. Portanto, os investigadores ressalvaram a necessidade de mais investigação, de modo a compreender os efeitos da vacina em infetados assintomáticos.

Mais, os pacientes foram acompanhados até 48 dias após a sua primeira dose, pelo que a durabilidade da proteção garantida pela Sputnik V também continua por confirmar.

De acordo com Kirill Dmitriev, chefe executivo do Russian Direct Investment Fund (RDIF), que está a financiar o desenvolvimento da vacina, a Sputnik V tem promissoras hipóteses de combater as variantes emergentes. Isto, porque, ao contrário das restantes, utiliza dois vírus diferentes.

Além de ser mais barata, por dose, do que as vacinas da AstraZeneca, da Pfizer/BioNTech e da Moderna, a Sputnik V pode ser armazenada por pelo menos dois meses à temperatura normal do frigorífico.

Conforme revelou Dmitriev, em 2021, a Sputnik V poderia ser administrada em cerca de 700 milhões de pessoas, uma vez que se prevê a produção de mais de mil milhões de doses.

 

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