Quem o diz são os cientistas, uma vez que o Coronavírus poderá conseguir manter-se vivo em determinados ambientes, superando o tempo de sobrevivência estimado.
Esta é uma epidemia que tem sido tema em todo o Mundo, tendo já feito mais de 1115 mortos e 44 mil infetados.
Um novo estudo analisou o comportamento do Coronavírus cuja doença que provoca foi recentemente denominada como COVID-19.
Os resultados do estudo indicam que este vírus, caso seja semelhante a outros vírus do género, poderá sobreviver em objetos por mais de uma semana.
Segundo os Centros de Controlo e Prevenção de Doenças dos EUA (CDC):
Ainda não está claro se uma pessoa pode obter o 2019-nCoV ao tocar numa superfície ou num objeto que contenha o vírus e, em seguida, ao tocar na sua própria boca, nariz ou olhos.
Cientistas analisam o comportamento de vírus semelhantes ao Coronavírus
A observação é uma das técnicas científicas mais usadas e eficazes para determinar o comportamento de algo, antecipando as causas e prevendo as consequências.
Assim, os investigadores recorrem a vírus semelhantes ao Coronavírus de 2019, como o SARS e o MERS.
Esta análise, conjugada com a vertente de pesquisa teórica, conclui que os Coronavírus que foram a teste poderão sobreviver em superfícies, mantendo-se infecciosos à temperatura ambiente até 9 dias. Como comparação, o vírus do sarampo apenas sobrevive por 2h em superfícies contaminadas.
Coronavírus pode sobreviver até 5 dias em materiais como madeira, papel e plástico
O tempo de vida dependerá do tipo de material onde o vírus estiver alojado. Segundo os investigadores, estes Coronavírus poderão, em média, sobreviver entre 4 a 5 dias em materiais como alumínio, madeira, papel, plástico e vidro.
Para além do material, também a qualidade do ar condiciona o tempo de sobrevivência. Segundo o médico Günter Kampf, do Hospital Universitário Greifswald, na Alemanha:
A baixa temperatura e a elevada humidade do ar aumentam ainda mais a vida útil.
Já o género de Coronavírus que só infeta animais, pode sobreviver por mais de 28 dias.
Apesar de não ter sido usado o atual, e somente os Coronavírus SARS e MERS, os investigadores acreditam que estes resultados também se estendem e aplicam ao vírus mais falado da atualidade.
O virologista Eike Steinmann, da Universidade Leibniz de Hannover, afirma que:
Diferentes coronavírus foram analisados e os resultados foram todos semelhantes.
No entanto os dados não foram suficientes para determinar se a pessoa pode ficar infetada caso toque numa superfície contaminada e, depois, toque no seu corpo.
Hospitais devem desinfetar bem todas as superfícies
Os autores do estudo deixam também várias dicas e sugestões de cuidados a ter, de modo a diminuir a propagação do vírus.
Defendem que os hospitais devem desinfetar muito bem todas as superfícies, usando químicos como hipoclorito de sódio, peróxido de hidrogénio ou etanol.
Lavar as mãos com frequência e desinfetar áreas e superfícies públicas são conselhos também a ter em atenção e aplicar.
Como explica o médico Günter Kampf:
Nos hospitais, podem ser maçanetas, por exemplo, mas também podem ser campainhas, mesas de cabeceira, armações de cama e outros objetos próximos dos pacientes, que geralmente são de metal ou plástico.
Este estudo foi publicado e está acessível no Journal of Hospital Infection.