Com 10 biliões de frames por segundo, esta câmara capta até a luz em câmara lenta
A luz é a coisa mais rápida do universo, então tentar captar o seu movimento é um grande desafio. Contudo, há tecnologia capaz desse feito.
Cientistas da Caltech criaram uma sonda que desce a captação de imagem para uns impressionantes 10 biliões de frames por segundo, o que significa que pode captar a luz conforme ela avança - e eles têm planos para tornar esta câmara cem vezes mais rápida.
Caiu o segundo e entrou o femtosegundo (1015)
Entender como se move a luz é um exercício fundamental para várias áreas, não é apenas para satisfazer a curiosidade oca sem objetivos bem claros para o desenvolvimento humano. São motivações bem esclarecidas que conduzem os esforços de Jinyang Liang e dos seus colegas. Há aplicações potenciais em física, engenharia e medicina que dependem muito do comportamento da luz em escalas tão pequenas e tão curtas que estão no limite do que pode ser medido.
Provavelmente conhece o termo "frames por segundo" (fps), até porque cada vez se fala mais em câmaras fotográficas nos smartphones, poderá mesmo já ter ouvido falar em câmaras capazes de captar milhões e bilhões de fps. Na verdade há uma "luta" entre algumas entidades para ver quem faz mais e de forma mais séria nesta área.
A mais poderosa câmara lenta num smartphone pertence à Sony com os seus 960 fps. Este número pode parecer-nos irreal quando temos disponíveis 120 fps nos bons dispositivos do dia a dia. Claro que esse número é para bater e para isso há ainda algo mais fantástico apresentado pela mão da Caltech: 10 000 000 000 000 frames por segundo.
Esta câmara é tão poderosa que permite captar o movimento mais rápido do Universo, um raio de luz.
Dentro da luta que referimos em cima está a conquista de um recorde que antes estava em 5 biliões de fps. Com este novo sistema, o número é duplicado para 10 biliões de fps. Mas os responsáveis pelo projeto esperam atingir 100 biliões de fps porque é um sistema escalável.
A câmara lenta da coisa mais rápida do Universo
Como seria de imaginar, toda a estrutura da câmara ocupa um grande espaço, de facto ocupa uma sala inteira. Em abono da verdade, não podemos dizer que é uma câmara tal como imaginamos, é sim um conjunto de múltiplas câmaras geridas e sincronizadas por algoritmos computacionais de fotografia.
Mais concretamente, o sistema consiste numa ultra câmara fotográfica comprimida (recebendo 100 000 milhões de frames por segundo) e uma câmara estática (que é o que permite chegar aos 10 biliões). Os dados de ambas as câmaras são processados recorrendo a um algoritmo para reconstruir a imagem em velocidade super lenta (método T-CUP).
Fará sentido falar em frames por segundo?
Estamos num patamar onde a medida de tempo "segundo" não corresponde às necessidades de tempo conseguido neste projeto. A escala menor que deverá ser usada requer femtossegundos. Um femtosegundo são 1015 segundos. Mas a captação de femtossegundos não é a única dificuldade para esta nova câmara, isto porque depois de os captar é necessário armazenar o que foi recolhido.
Atualmente, não há matriz de armazenamento rápida o suficiente para escrever 10 bilhões de vezes por segundo os dados obtidos. É por isso que esta nova câmara atualmente funciona apenas para 25 frames seguidos.
Nos testes realizados, foi possível captar a luz de um laser, permitindo observar como o fotão interage quando atinge o material. Como podemos ver, parte da luz que embate com o material é refletida e perdida, enquanto outra parte atravessa o material.
Este tipo de investigação ainda tem um longo caminho a percorrer, contudo, depois da técnica estar descoberta, resta amadurecer e evoluir para uma utilização quotidiana ao serviço das várias áreas que foram referidas. A medicina e a ciência são campos onde é importante perceber muito bem a luz.
Este artigo tem mais de um ano
Artigo muito interessante. Uma pequena correção:
“Um femtosegundo são mil biliões de segundo”. Como é óbvio, um segundo é que corresponde a mil biliões de femtosegundos!
Sim falta o sinal menos no 15. 10*10^-15.
Então quer dizer que convertendo um video de 1 segundo captado por esta câmara para video de 30 FPS dá tempo de video de +/- 10.563 anos. É pá, não! É muito tempo a ver somente o que se passa num segundo. Não quero obrigado. lol
O iPhone Xs dá um bailinho a esta câmara.
É um pouco difícil de acreditar neste feito se pensarmos no seguinte:
-A luz nada é mais do que um efeito electromagnético cujo comprimento de onda é visível ao olho humano. Um comprimento de onda capaz de ser capturada em bilioes de frames, em que momento se poderá considerar que um frame seja diferente de outro consequente? Não se poderá correr o risco de se estar a aceitar uma repetição de um mesmo frame milhares de vezes? Existirá assim uma tecnologia que permita ter esse nível de certeza? Vamos acreditar que sim.
Leia o artigo.
O truque está em fazer várias passagens de captura num fenómeno que se repete (o comportamento da luz).
E ainda temos o AttoSegundo se precisarem, e mais uns quantos…
https://pt.wikipedia.org/wiki/Atto
É mesmo muito pouco tempo.
Bilhões*
Incorrecto, trata-se realmente de 10 Biliões (ou 10 Trillion ou 10 Trilhões) – 10 milhões de milhão.
Ainda fico perplexo em, mais uma vez, e depois de já ter alertado para este facto pessoalmente, os artigos continuarem a ser escritos num “português” que não é o nosso, não existindo uma correcta tradução o que faz levantar aqui algumas dúvidas.
https://ciberduvidas.iscte-iul.pt/consultorio/perguntas/biliao-e-mil-milhoes/10391
Ou seja, estamos a falar de 10 mil milhões ingleses e não brasileiros….
Não sabes o que dizes. Se soubesses, pelo menos investigasses, verias que a máquina, na escala curta, capta 10 trillion frames per second, ora vai lá ver à escala que usamos quando frames por segundo são em Portugal com a escala de cá. Na próxima, antes de dizeres disparates, conversa, em vez de “atacar” a malta. Porque não me importo de te elucidar.
Só uma pequena gralha, “recorde que antes estava em 5 bilhões de fps”.
Corrigido. Obrigado Ricardo.
Adriano, apesar de ser uma ocorrência comum no pplware, desta vez o Vítor portou-se bem e isso deve ser comendado.
Não é verdade, as escalas são sempre respeitadas. Usamos a escala longa que é a nossa.