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Baterias de iões de lítio reaproveitadas através de cascas de laranja

Um grupo de cientistas da Nanyang Technological University, em Singapura, desenvolveu um novo método de utilização para os restos de casca de fruta. Para isso, extraem e reutilizam metais de baterias de iões de lítio gastas, de modo a criar novas baterias.

O processo foi comprovado e demonstrado pela equipa, através da utilização de casca de laranja.


Casca de laranja para reutilização de baterias de iões de lítio

Conforme foi referido pelos cientistas envolvidos, a sua abordagem inclui, tanto resíduos eletrónicos, como alimentares. Isto, porque apoiam uma economia circular que defende o desperdício zero em ambos os setores. Ou seja, os resíduos são utilizados e reaproveitados o máximo de tempo possível.

Globalmente, estima-se que sejam gerados 1,3 mil milhões de toneladas de resíduos alimentares e 50 milhões de toneladas de resíduos eletrónios, por ano. Assim, cientistas da Nanyang Technological University, em Singapura, tentaram arranjar uma solução para esta tendência preocupante.

Para isso, desenvolveram um novo método que visa a reutilização dos resíduos alimentares, nomeadamente cascas de fruta, para reaproveitar os metais das baterias de iões de lítio gastas, transformando-as em novas. A equipa demonstrou todo o conceito, utilizando cascas de laranja, que recuperou, de forma eficiente, os metais presentes em baterias de iões de lítio gastas.

Aliás, realizaram todo o processo, recorrendo ao mínimo de recursos e produzindo o mínimo de resíduos possível. Assim sendo, conseguiram fabricar baterias funcionais, recorrendo a esses metais reutilizados.

Os atuais processos de reciclagem industrial de e-waste são de energia intensiva e emitem poluentes nocivos e resíduos líquidos, apontando para uma necessidade urgente de métodos ecológicos à medida que a quantidade de e-waste aumenta.

Disse Madhavi Srinivasan, professora e codiretora do laboratório da Nanyang Technological University.

Um método ecológico e economicamente mais sustentável

Sendo os métodos industriais de reciclagem de resíduos de bateria geradores de poluentes nocivos, a extração feita através da utilização de água como solvente está a ser cada vez mais explorada e tida como alternativa.

Neste processo, primeiramente, são esmagadas e trituradas baterias usadas, de forma a obter uma massa negra. Depois, a partir dessa massa, são extraídos os metais. Isto, dissolvendo-a numa mistura de ácidos sob o calor, retirando os metais antes de precipitarem.

Ainda que seja um processo mais ecológico que os convencionais, a utilização de químicos permanece uma ameaça. Assim, a equipa da Nanyang Technological University descobriu que a combinação da casca de laranja, desidratada no forno e moída, resultando em pó e ácido cítrico, pode alcançar o mesmo objetivo… de forma mais sustentável.

Em experiência, a equipa conseguiu extrair, das baterias de iões de lítio gastas, cerca de 90% de cobalto, lítio, níquel e manganês. Assim, este resultado aproxima-se muito dos resultados conseguidos através do método convencional.

A chave reside na celulose encontrada na casca da laranja, que sob o calor do processo de extração, é convertida em açúcares. Estes melhoram a recuperação de metais a partir de resíduos de baterias.

Explicou o professor assistente Dalton Tay.

Além de ter ficado provado que os resíduos sólidos gerados pelo processo não são tóxicos, tornando o método ambientalmente correto, as novas baterias de iões de lítio mostram uma capacidade de carga muito semelhante às baterias convencionais.

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