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Ansiedade e perda de memória são os efeitos do espaço profundo no cérebro humano

Nas viagens ao espaço, a maioria das pessoas acredita que a tecnologia é a questão mais fundamental. Contudo, já se demonstrou que podemos viajar através do Sistema Solar. O que está em causa na exploração humana do cosmos são as limitações do próprio ser humano. O espaço ainda é uma caixa de desconhecimento sobre as implicações no nosso corpo.

Em abono da verdade, quem fala sobre o assunto raramente se questiona se os próprios astronautas estão preparados para as condições que ocorrem no espaço profundo. No entanto, já existem alguns dados que podem dar pistas.


Desde há várias décadas que se estuda o corpo humano sob o efeito das condições no espaço. A permanência no vácuo parcial produz alterações no corpo humano de uma forma visível. Esta realidade já foi demonstrada após testes realizados em diferentes cientistas depois da sua permanência na Estação Espacial Internacional.

Portanto, no caso de termos de abandonar os nossos domínios confortáveis, que efeitos se podem esperar para o corpo humano?

 

Ida a Marte pode trazer problemas de ansiedade e perda de memória

Um novo estudo publicado na revista científica “eNeuro” alude sobre as possíveis consequências de viajar para o espaço profundo. Não apenas são mostrados os aspetos da ausência de gravidade como toda uma consequência da exposição do ser humano à radiação que afeta o nosso cérebro.

Por mais que nos dê a ideia que “espaço profundo” soa a anos-luz, a verdade é que a viagem a Marte já terá esta exposição durante quase um ano que a viagem dura (sem contar a estadia e o regresso). De acordo com investigações, durante esse período, o cérebro dos astronautas pode sofrer de deficiências neuronais. Nesses sintomas estão falhas de memória ou ansiedade.

 

O homem não estará preparado para enfrentar o espaço profundo?

A radiação é conhecida por interromper a sinalização entre os vários processos no cérebro. Com o intuito de se perceber este fenómeno, no passado realizaram-se experiências que utilizaram exposições a taxas de dose mais elevadas a curto prazo, o que não reflete com precisão as condições no espaço.

Agora os novos testes, Charles Limoli e os seus colegas da Universidade da Califórnia, Irvine, Stanford University, Colorado State University e East Virginia School of Medicine sujeitaram os ratos à radiação crónica de baixa dose durante seis meses, simulando condições humanas no espaço profundo.

 

A radiação crónica pode ter um efeito danoso no cérebro humano

Surpreendentemente, eles descobriram que a exposição à radiação prejudicou a sinalização celular no hipocampo e córtex pré-frontal. Como resultado, apareceram diversos problemas de aprendizagem e de memória. Por outro lado, os cientistas também observaram um aumento nos comportamentos de ansiedade, indicando que a radiação também teve impacto na amígdala cerebral.

De acordo com o estudo, os investigadores predizem que, durante uma missão no espaço profundo, cerca de um em cada cinco astronautas experimentariam um comportamento do tipo ansioso e um em cada três experimentaria certos níveis de perda de memória. E estas doenças seriam dificilmente compatíveis com a tomada de decisões, o que complicaria a futura viagem a Marte.

Os autores indicam que mais testes seriam necessários para prever com precisão como os nossos cérebros se comportarão além das nossas fronteiras.

 

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