Opera quer que a União Europeia marque o Edge da Microsoft como um guardião do DMA
Em fevereiro, a União Europeia anunciou que não iria designar várias aplicações e produtos da Microsoft como guardiões da Lei dos Mercados Digitais da UE. Isto incluiu o browser Edge da Microsoft. Agora, um rival do Edge, a Opera, enviou um pedido ao Tribunal Geral da União Europeia, pedindo-lhes que revertessem a decisão sobre o Edge.
Opera quer o Edge como um guardião do DMA
Num comunicado de imprensa partilhado na passada sexta-feira, a Opera revelou que quer que a União Europeia olhe para o Edge de forma diferente. Este browser tem uma adesão de tal forma grande que a empresa entende que este deverá ser marcado como mais um guardião do DMA.
Esta ideia surge porque a Microsoft controla o sistema operativo Windows, onde o Edge tem uma posição de domínio. Isso torna difícil para aos consumidores configurar os browsers de terceiros como padrão nos PCs com o sistema da Microsoft. A Opera afirma que porque a Microsoft não tem um ecrã de escolha do browser no Windows, é "totalmente inconsistente com o propósito e a promessa do DMA".
Além disso, a Opera adicionou ainda que acredita que a decisão, em particular, não avalia adequadamente a posição duradoura e privilegiada da Edge nos Windows. Esta posição única de destaque cria um campo de jogo desigual para os seus concorrentes.
Windows deve ter opção de escolha de browser
O Edge, tal como o Internet Explorer, é a porta pela qual os utilizadores do Windows têm de passar para descarregar outro browser. Esta situação, que não é nova, é precisamente o tipo de papel de guardião que o DMA pretendia abordar.
Esta é certamente uma situação que a Microsoft teve de lidar antes. Em dezembro de 2009, a União Europeia ordenou que a empresa oferecesse aos utilizadores do Windows um menu de escolha de navegador. Isso aconteceu após ter determinado que a empresa destacou o Internet Explorer em detrimento de todos os outros no Windows. O menu de escolha do browser foi descontinuado pela Microsoft em dezembro de 2014.
Segundo a Statcounter, o Chrome da Google é atualmente o navegador dominante no Windows, com cerca de 65% do mercado. O Edge da Microsoft está num distante segundo lugar, com mais de 13%. Já o Safari da Apple está em terceiro lugar, com cerca de 9 por cento, seguido pelo Firefox da Mozilla com 6,5 por cento. E o Opera está atualmente em quinto lugar, com cerca de 3%.
Fonte: Opera
O esquema da Lei dos Mercados Digitais (DMA) percebe-se bem neste diagrama atualizado (link):
– Os “gatekeepers” (guardiões de acesso) são 7: Alphabet (Google), Amazon, Apple, ByteDance, Booking, Meta e Microsoft
– Que têm 24 plataformas “core” (centrais), distribuídas por 8 grupos: redes sociais, mensagens instantâneas, partilha de vídeo, serviços de pesquisa, intermediação, publicidade, sistemas operativos e browsers. Nos browsers estão abrangidos o Chrome (Google) e o Safari (Apple).
O critério principal para ser designado “plataforma core” era ter 45 milhões de utilizadores mensais na UE.
Depois de serem designados os gateekeepers e plataformas core iniciais, a Comissão Europeia realizou investigações especificas a outras plataformas, designadamente o Bing e o Edge – mas não as incluiu nas plataformas core.
A ação do Opera em Tribunal não vai ser direcionada ao Edge, enquanto browser, mas ao Windows enquanto plataforma core dos sistemas operativos – ou seja, o Edge estar mais integrado e poder usar mais recursos do Windows do que os outros browsers. À semelhança do que os concorrentes do Teams e a UE andam a pressionar a Microsoft quanto à integração do Teams no Windows.
https://digital-markets-act.ec.europa.eu/gatekeepers_en
Desde quando é que o Windows não permite a escolha do “browser”? O Edge vem pré instalado e, através dele procuro os browsers que quero e instalo-os. Toda esta discussão não faz sentido.
Infelizmente nem toda a gente tem a tua capacidade
Quando, nos dados estatísticos, é referido Windows, querem dizer windows ou desktop? É que faz toda a diferença!!!