Steve Jobs morreu há 14 anos. A Apple está melhor ou pior?
Faz hoje 14 anos que o mundo perdeu Steve Jobs, o visionário que moldou a forma como vivemos com a tecnologia. Desde então, a Apple cresceu, tornou-se a empresa mais valiosa do planeta e mudou o seu rumo. Mas a dúvida persiste: a Apple de Tim Cook continua fiel ao espírito inovador de Jobs ou tornou-se uma gigante previsível, mais focada em lucros do que em revoluções?
Steve Jobs morreu no dia 5 de outubro de 2011
Hoje marca o 14.º aniversário da morte de Steve Jobs. Steven Paul Jobs nasceu em São Francisco, Califórnia, no dia 24 de fevereiro de 1955 e faleceu a 5 de outubro de 2011, com 56 anos, um dia depois de a Apple ter lançado o iPhone 4S e a Siri.
A sua vida foi marcada por desafios que transformaram para sempre o mundo da tecnologia. Steve Jobs foi, sem dúvida, um dos principais responsáveis pelo desenvolvimento tecnológico que ainda hoje molda o mundo moderno. A Apple deve-lhe grande parte do sucesso que a tornou uma das empresas mais poderosas do planeta.
Inventor, empresário e visionário americano, Jobs destacou-se no universo da tecnologia e da informática. Foi como cofundador, presidente e diretor-executivo da Apple que enfrentou os maiores desafios, criando produtos que mudaram a vida das pessoas.
Algumas das suas inovações chegaram a revolucionar segmentos inteiros da indústria, deixando um legado que permanece até hoje.
Assim, foi pela sua mão que houve um desenvolvimento marcante no segmento dos computadores pessoais, nos filmes de animação, música, telefones, tablets e também nas publicações digitais.
Aliás, conforme sabemos, Jobs além de estar ligado à Apple, teve uma importante ação na empresa de animação por computação gráfica Pixar e foi o maior acionista individual da The Walt Disney Company.
Existe um site chamado The Steve Jobs Archive que contém uma coleção de citações, vídeos e um e-mail de Jobs, e promete futuros "programas, bolsas, coleções e parcerias que refletem os valores de Steve.
A Apple tem a sua página de tributo ao seu líder "Lembrar Steve" no seu site com condolências partilhadas por amigos, colegas e clientes em todo o mundo.
Estou a procurar um lugar que necessite de muitas reformas e consertos, mas que tenha fundações sólidas. Estou disposto a demolir paredes, construir pontes e acender fogueiras. Tenho uma grande experiência, muita energia, um pouco desta coisa de ‘visão’ e não tenho medo de começar do zero.
A Apple, há uns anos, partilhou uma curta-metragem chamada "Celebrating Steve" em homenagem à sua vida.
O vosso tempo é limitado, portanto não o desperdicem a viver a vida de outra pessoa.
Steve Jobs.
O que foi lançado / transformado desde 2011
Desde a sua morte, a Apple cresceu, não parou de produzir dispositivos que mudaram e ainda mudam o mundo.
- Apple Watch (2015): entrou no mercado de wearables; tornou-se um produto importante para a empresa.
- AirPods (2016): auscultadores sem fios. É um sucesso enorme, um fenómeno cultural.
- AirPods Pro, AirPods Max e versões sucessivas: com cancelamento de ruído, melhorias técnicas.
- Apple Silicon (a partir de 2020): chips próprios (M1, M2, etc.) para Macs/iMacs; transição de processadores Intel para uma arquitetura controlada pela Apple.
- Vision Pro (2023): headset de realidade misturada (“mixed reality”); uma das últimas categorias realmente novas em hardware.
E o que não correu bem?
Computadores e acessórios
- 1. MacBook (2015–2019)
- O ultrafino de 12” foi lançado como o “futuro do portátil”, mas teve fraca performance e um teclado “borboleta” muito problemático.
- Descontinuado discretamente em 2019.
- Críticas: caro, fraco em potência e poucas portas.
- 2. Teclado borboleta (2015–2020)
- Introduzido com os MacBook mais finos, tornou-se um pesadelo para a Apple devido a falhas de design (teclas presas, mau feedback).
- Gerou ações judiciais e um programa de substituição mundial.
- Substituído pelo mecanismo “tesoura” em 2020.
iPhones e acessórios
- iPhone 5c (2013)
- Versão “económica” em plástico, tentou captar público jovem, mas vendeu menos que o esperado.
- Muitos viram-no como “iPhone barato sem ser barato”.
- iPhone SE (algumas gerações)
- Apesar de ser apreciado por alguns, nunca foi um verdadeiro sucesso de vendas comparável às linhas principais.
- Receção dividida: bom preço, mas design datado.
- Smart Battery Case
- Capa com bateria integrada para iPhones. Recebeu críticas de design (“corcunda”) e pouco valor face a power banks externos.
- Descontinuada sem substituto direto.
Áudio e acessórios
- HomePod original (2018–2021)
- Excelente som, mas vendas modestas devido ao preço e à falta de integração com serviços fora do ecossistema Apple.
- Descontinuado em 2021, substituído por versão “mini”.
- AirPower (cancelado em 2019)
- Tapete de carregamento sem fios anunciado em 2017 e nunca lançado.
- Cancelado oficialmente por “não atingir padrões de qualidade da Apple”.
- Tornou-se um dos maiores “flops” da história recente da marca.
Outros e periféricos
- iPod Touch (descontinuado em 2022)
- Último vestígio da linha iPod, perdeu relevância com o avanço do iPhone.
- Descontinuado oficialmente em maio de 2022.
- Apple Watch Series 0 e edições iniciais em ouro (2015)
- O modelo “Edition” em ouro de 10 mil dólares foi um fracasso comercial.
- Estratégia abandonada em favor de versões mais acessíveis (alumínio, aço, titânio).
Serviços e software
- Ping (2010–2012)
- Rede social de música integrada no iTunes. Foi descontinuada rapidamente devido à baixa adesão.
- (Tecnicamente lançada com Jobs ainda vivo, mas o fim ocorreu após a sua morte.)
- Apple News+ e Apple Arcade
- Embora não sejam “falhanços”, têm crescido lentamente e enfrentam dificuldades em justificar o modelo de subscrição fora dos EUA.
- Siri (evolução limitada)
- Apesar de ser uma das apostas de Jobs, o assistente virtual evoluiu pouco comparado com Alexa, Google Assistant e agora ChatGPT.
- É vista como uma das grandes áreas onde a Apple ficou para trás.
Serviços e mudança de modelo
A Apple fortaleceu enormemente o seu ramo de serviços: App Store, iCloud, Apple Music, Apple TV+, Apple Fitness+, etc.
As receitas dos serviços cresceram muito. Em 2011 a parte de serviços tinha peso relativamente modesto; atualmente é uma das bases de crescimento da empresa.
Financeiro e dimensão de mercado
A receita total anual da Apple em 2011 era cerca de 108,249 milhões de dólares. Recentemente (2024), as receitas ultrapassaram os 390 mil milhões de dólares por ano.
O número de assinaturas / subscritores nos serviços ultrapassou mil milhões (1 000 000 000).
Mas e em termos de inovação?

Desde 2023, a Apple começou a integrar comunicações via satélite nos seus dispositivos, inicialmente com a funcionalidade de SOS de emergência via satélite no iPhone 14. Esta tecnologia permite enviar mensagens de emergência mesmo em locais sem cobertura de rede móvel, representando um avanço significativo em segurança e conectividade global. Além disso, esta iniciativa abre caminho para futuras expansões em conectividade sem depender de operadoras tradicionais, aproximando a Apple de soluções que antes eram exclusivas de setores especializados em telecomunicações.
Em termos de inovação radical, muitos argumentam que a Apple tem feito mais refinamentos do que ruturas. As atualizações de iPhone, iPad, Mac muitas vezes são incrementais. O iPad, por exemplo, é um segmento que parece ter estagnado ou até decrescido em vendas em certos períodos.
Alguns produtos de serviço (como Apple TV+) têm custos altos e margens de lucro menores ou incertas. Existe pressão regulatória crescente, em torno da App Store, privacidade, taxas, monopólio, etc. Isso pode limitar o espaço de manobra da empresa.
| Critério | Situação em 2011 | Situação atual | Em que melhorou / piorou |
|---|---|---|---|
| Inovação de produto | Jobs ainda ativo, iPhone 4S recente, iPad forte, muitos lançamentos visionários | Novas categorias surgiram (Watch, AirPods, Vision Pro), mas menos “choques tecnológicos” do tipo iPhone original ou iPad | Melhorou em diversidade e no aproveitamento do ecossistema; piorou em inovação disruptiva constante |
| Receitas / lucro / dimensão de mercado | Alta, mas muito menor comparado ao presente | Enormemente maior; serviços como fonte estável de renda; valor de mercado gigantesco | Muito melhor hoje |
| Modelo de negócio | Fortemente dependente de hardware (vendas de iPhone, Mac, etc.) | Mais equilibrado, com hardware + serviços; maior estabilidade e previsibilidade | Melhor hoje |
| Desafios competitivos / risco | Menos competição em alguns mercados, menos regulação, menor escala global | Mais competição (smartphones, wearables, IA), pressões regulatórias e expectativas muito altas | Pior sob pressão, mas melhor em execução |
Em resumo: a Apple está muito mais poderosa, mas...
Considerando tudo isso, diríamos que atualmente a Apple está, em muitos aspetos, melhor do que era em 2011. A empresa é maior, mais rentável, tem fontes de receita mais diversificadas e está menos vulnerável a flutuações de hardware ou a um produto que falhe.
O ecossistema é mais forte, há uma base de utilizadores muito maior, e há serviços que criam laços contínuos com esses utilizadores.
Mas não é tudo perfeito: em matéria de inovação radical, do tipo que muda paradigmas ou mercados inteiros, a empresa parece ter desacelerado. As expectativas hoje são muito altas, o público compara cada novo iPhone a algo revolucionário, e nem sempre é. Além disso, há riscos regulatórios, pressões competitivas, saturação em alguns mercados.
Então, numa escala ampla, financeira, estrutural, de escala de mercado, é verdade, a Apple está melhor. Mas em termos de espírito disruptivo puro ou de surpresas tecnológicas que agarram o mundo como o iPhone fez, há quem ache que está pior. Aliás, a sua ação em termos de IA é exemplo desse "marcar passo à espera de dias melhores".





















A Apple está bem. Graças à Steve temos o Rato, o USB e até o Wi-Fi.
Sem o Jony Ive e com a IA, precisam de inovar e lançar algo com AR.
De notar que a apple não criou nenhum desses dispositivos. Apenas ajudou a popularizar.
A apple ajudou a criar o USB-C por exemplo.
impulsionou quando mais ninguém estava sequer perto de o tentar fazer
Muito melhores com certeza! Não na inovação mas sim na criação e manutenção de tantos dependentes da validação social, na gula pelo status das selfies e na fomentação à futilidade.
Sim, para fomentar a futilidade, tem de ser iPhone. Se for um Samsung daqueles caros, já é uma compra muito inteligente.
Eu entendo-te.
+1
O “problema” da Samsung é esse mesmo, tanto podes ter um topo de gama como o de entrada de gama que as pessoas não vão reparar na diferença, mas se for Apple já sabes que foi caro, de resto só os fracos de espiro é que acham que um tlf topo de gama só é bom se for da marca que lhe agrada, topos de gama são topos de gama.
Acho que está apenas mais igual aos outros….
Apesar de não gostar dos produtos da marca, sou o primeiro a reconhecer que o Steve foi uma pessoa ímpar e daquelas que aparecem uma ou duas vezes a cada cem anos.
Como pessoa, dizem que era uma peste.
Geralmente este pessoal é assim, demasiado exigente com ele e com todos que o rodeiam.
É o que é…
Nunca percebi bem a tara dele com as cenas alternativas, que o fizeram atrasar o tratamento da doença que o viria a matar.
Talvez se tivesse sido tratado a tempo ainda hoje estivesse vivo.
O Tim Cook não tem nada daquilo que fez o Steve Jobs único.
Falta-lhe visão, quebrar barreiras, carisma….
Próximas inovações:
Mac – ecrã touch nos Macbook
iPhone – dobrável que se torna num ipad
Vision – óculos AR e venda em Portugal
+ servíços, acessórios, IA…
chips arm melhores que PCs, custo-benefício brutal, futuramente ecrã touch nos macbooks, etc
iphone: dobráveis a camino
só queres inovações inúteis
A Apple é 75% hardware e 25% software.
Da receita de hardware, 68% é o iphone, 10% o mac, 9% o ipad, os outros 13% são os acessórios.
Da receita do software, 30% são da appstore, 30% música/apple+, 10% icloud, 10% publicidade, 10% apple care, 10% apple pay.
O Steve dizia que a Apple era uma empresa de software. O Software sempre foi o que faz vender, o que atrai o público para o hardware, para o ecosistema. Por exemplo, os vision pro, não têm uma killer app. O software é e vai continuar a ser fundamental, dai a apple desenvolver os seus próprios chips, até para AI, para trazer a melhor experiência.
os Vision Pro só têm um killer power Cable 😀
A 14 anos o “campo de distorção da realidade” deixou de existir.
Pena é que o campo de distorção da língua portuguesa não deixe de existir, mesmo nos top de gama, há 14 anos e não a 14 anos….
Tens razão. Há no sentido de existir.
Loool.. isso vai de mal a pior, a escola primária não passou na tua aldeia?
O Tim Cook já tem quase 65 anos, está prestes a se reformar, o sucessor irá ser: John Ternus.
lgbt* ?
qiyx++^2
porque esta malta até se costuma reformar.. é só naquilo que pensam..
Podem ser produtos bons mas demasiado caros. A mais valia pelo preço que se paga é residual.
Fala alguém que estourou dinheiro nos anos 90 em commodores amiga ….
E esta moda dos dias que correm de subscrições para tudo e mais alguma coisa é uma mina, office 365, serviços de música, de filmes, azure, etc. Uma MINA ganham fortunas …..
Tenho saudade dos tempos em que se pagava a licença e estava feito. Eu continuo a usar uma versão desktop do office, recuso-me determinantemente a pagar rendas mensais para o que quer que seja, muito menos para empresas que têm patrimónios e lucros desta magnitude.