Análise Evil Dead: The Game (Xbox Series X)
Originalmente lançado em 1981, The Evil Dead (criado por Sam Raimi) transformou-se num filme de culto que ao longo destas 4 dezenas de anos, já viu chegar várias sequelas ao grande ecrã.
Aliás, o universo Evil Dead tem-se mantido de tal forma vivo que, entretanto migrou para outras plataformas, como a televisão e videojogos. E é precisamente do videojogo mais recente, Evil Dead: The Game que experimentámos e vos mostramos de seguida.
Evil Dead é um universo de horror criado originalmente por Sam Raimi em 1981, que conta com mais de 40 anos de vida. No filme original, 5 amigos deslocam-se a uma cabana remota no meio dos bosques onde descobrem o Livro dos Mortos que, inadvertidamente os leva a invocar demónios de todos os tipos nos bosques das redondezas.
Transformando-se num filme de culto, Evil Dead foi seguido pelo lançamento de novos filmes, produção de séries de TV e desenvolvimento de videojogos. E é precisamente o mais recente jogo de Evil Dead que vos vimos apresentar: Evil Dead: The Game, desenvolvido pela Saber Interactive.
Os fãs irão sentir-se em casa com Evil Dead: The Game, dado que os locais e personagens foram retirados da série Evil Dead e devidamente licenciados pela Renaissance Pictures.
Evil Dead: The Game transporta os jogadores novamente para esses bosques amaldiçoados, num jogo multiplayer de forma semelhante ao filme original, coloca 4 jogadores a vestir a pele dos humanos (denominados de Survivors, ou sobreviventes em português) que tentam destruir um Demónio (controlado por um quinto jogador) que, por sua vez, os tenta aniquilar.
Modos de Jogo e personagens
Evil Dead: The Game é principalmente, um jogo multiplayer (PVP e PVE) que coloca, de um lado, 4 jogadores como sendo os humanos (Survivors) e do outro lado, um jogador que controla um Demónio Kandarian (e tem ao seu dispor um verdadeiro exército de outros demónios e afins).
Existem vários modos de jogo distintos. O jogador pode:
- fazer parte da equipa de Sobreviventes controlado por humanos contra um Demônio controlado por outro jogador
- jogar como um Kandarian Demon contra uma equipa de Sobreviventes controlados por outros jogadores
- entrar numa sessão em que uma equipa de Sobreviventes controlados por jogadores luta contra a IA que controla o demónio
- entrar no modo Missions (missões) que são o mais próximo que existe de uma campanha, ou sucessão de campanhas dos protagonistas da série. Estranhamente requer ligação online.
Relativamente aos personagens do jogo, estes encontram-se divididos por classes (tanto no lado dos Humanos, como dos Demónios).
Sendo assim, as classes de Humanos (Sobreviventes):
- Leader (Líder) - Annie Newby é a única líder do jogo e tem como principais características o facto de exercer uma maior influência sobre os restantes humanos e ser mais resistente ao medo.
- Warrior (Guerreiro) - Ash Williams, Scotty e Henry The Red são os guerreiros de Evil Dead: The Game. São personagens mais fortes que geram maior dano no combate corpo-a-corpo e têm mais energia e saúde.
- Hunter (Caçador) - Kelly Maxwell, Ed Getley e Ash Williams (versão Evil Dead 2) são personagens que podem carregar mais munições, utilizam melhor as armas de ataque á distância e consomem menos stamina.
- Support (Suporte) - Cheryl Williams e Ash Williams (versão The Evil Dead), têm a oportunidade de carregar mais amuletos e apoiam os restantes humanos passivamente.
Por seu lado, os jogadores que gostarem de vestir a pele de Demónios, terão as seguintes classes à disposição:
- Warlord
- Puppeteer - com maior capacidade de possuir os humanos
- Necromancer - com maior poder de invocar outros demónios mais poderosos
Um aspeto francamente positivo, é o facto de cada personagem ganhar pontos de experiência consoante a sua utilização sendo os jogadores obrigados a usarem esses personagens se os quiserem melhorar.
Mecânica do jogo
A mecânica de Evil Dead: The Game é relativamente simples, ou pelo menos, torna-se mais ou menos simples a partir do 5º ou 6º jogo em que entramos.
Os Sobreviventes têm várias tarefas a desempenhar antes de poder atacar os Dark Ones e fechar o portal que eles protegem.
Numa primeira instância, logo após o inicio do jogo, terão de se munir de armas, munições e outras ferramentas que são escassas.
Após estarem minimamente preparados (alguma vez estarão?), os sobreviventes terão de se unir e procurar por várias partes de um mapa que se encontram escondidas algures nas redondezas (mapas são bastante generosos). Esse mapa, quando tivermos as partes todas, permite descobrir o local onde se encontra escondido o punhal Kandarian que é a única arma possível de usar contra os Dark Ones.
Os recursos são escassos e existem caixotes com armas e munições espalhados pelo mapa mas mesmo assim, a sua gestão é de extrema importância.
Cada sobrevivente pode equipar em simultâneo, uma arma de longo alcance (pistola, shotgun, besta,...) e uma arma de combate corpo-a-corpo (são mais de 25, incluindo facas, tacos com espigões, e até motosserras). E existem armas com várias categorias de raridade, ou seja, algumas são mais potentes em ataque e durabilidade que outras.
Quando encontramos uma arma poderosa mas, já estamos equipados com outra ainda mais potente, podemos marcá-la para os nossos companheiros a verem no mapa. Trata-se de algo útil que, muitos jogadores utilizam, felizmente, no decorrer dos jogos.
Quando encontramos uma arma nova, a comparação do poder de ataque e outras características é feito através duma pequena caixa de contexto que surge no ecrã, apresentando o poder da nossa arma e a diferença em relação à nova.
É simples e fácil de identificar se a arma vale alguma coisa ou não, mesmo apesar do texto ser muito pequeno.
Um dos aspetos mais importantes no decorrer do jogo, é o Medo. Com efeito, cada humano tem uma barra de medo que, se atingir valores altos pode fazer com que paralise ou seja mais facilmente possuído pelo demónio. Havendo muita extensão de floresta, é fácil essa barra ir aumentando e uma das formas de a combater é a de acender luzes e fogueiras pelo meio da escuridão. No entanto os fósforos escasseiam...
Ao sermos severamente atacados, ficamos sem energia e a sangrar, podendo ser recuperados por outro sobrevivente. No entanto, se não formos salvos a tempo, morremos e a nossa alma fica dessa forma, em suspenso, até que um outro humano a leve a um altar para voltar ao mundo dos vivos.
Um pormenor interessante, é o facto de, no decorrer do jogo podermos fazer upgrades às habilidades do nosso personagem.
Por seu lado, o jogador que controla o Kandarian Demon tem um verdadeiro exército ao seu dispor. Apesar de não ter presença física por si próprio no jogo, além de poder montar armadilhas espectrais espalhadas em pontos estratégicos, pode ainda possuir humanos e outros demónios para combater os sobreviventes.
Mas mais... pode mesmo chegar a abrir portais para invocar novos reforços, ou seja, mais Deadites o que faz com que jogar na pele de um Demónio deixe uma sensação de poder e de inevitabilidade. Apesar de não ser um personagem físico no jogo, tem muitas formas de causar danos aos sobreviventes.
Quanto mais poderoso se tornar, o jogador que controla o Kandarian Demon pode invocar demónios mais poderosos, e invocar mais reforços em simultâneo, deixando a clara sensação de que o grupo de sobreviventes tem sempre uma tarefa muito mais complicada no decorrer do jogo.
Para tal ser possível, o jogador terá de consumir Infernal Energy (orbs vermelhas espalhadas pelo mapa) que nos permite então esses reforços e armadilhas.
Conforme referi mais acima, o medo afeta os sobreviventes de uma forma paralisante quando atinge valores altos. No entanto, não basta apenas vaguear pela escuridão para aumentar o medo. As armadilhas que o Demónio pode montar também contribuem e muito para que o nível de medo dos humanos aumente.
Um dos pormenores mais engraçados de jogarmos com o Demónio, é o facto de que enquanto possuímos um humano tanto o podemos fazer atacar os outros sobreviventes, que têm de ripostar até a possessão terminar, ou então, simplesmente levá-lo a afastar-se o mais possível da zona da ação, fazendo com que o jogador que o controla perca preciosos minutos de jogo quando retomar o controlo.
Algo que torna ainda mais empolgante o controlo do Demónio é o facto de que os jogadores que controlam os sobreviventes quase nunca se chegarem a aperceber quando os estamos a rodear. Por vezes só descobrem quando já é tarde. Uma vez que não tem materialização física, o demónio pode avançar pelo meio dos humanos indetectável e assim ir montando as suas armadilhas com calma e estratégia.
O combate de Evil Dead: The Game é simples e pouco exigente. Com a inclusão de algumas combos e de alguns movimentos e poderes passivos desbloqueados, o combate centra-se em armas de longo alcance e combates corpo-a-corpo.
O combate corpo-a-corpo, é simples mas sofre de alguns problemas estranhos. Os movimentos de ataque por vezes são atabalhoados e quando acontece sermos atacados por vários demónios em simultâneo, fica a sensação que cada um aguarda a sua vez, enquanto seria de esperar que atacassem todos ao mesmo tempo.
A câmara também não ajuda muitas vezes no calor do combate, pois esconde objetos e inimigos tornando-se impossível por vezes recuar ou mudar de direção.
Em principio novos conteúdos estão para chegar em breve e o Season Pass promete mais 4 novos DLC.
Este artigo tem mais de um ano
é de mim ou tem bastantes semelhancas com o left4dead?
é de ti mesmo…