Análise: Dirt Rally 2.0 para Xbox One

A Codemasters tem um longo historial de jogos dedicados ao Rally e era de esperar expectativas altas para este jogo. Desta forma, tal como o Pplware aqui tinha revelado, 2019 viu a chegada de Dirt Rally 2.0 da Codemasters para Xbox One e PS4.

Deitamos mãos ao volante e fomos testar este título que promete muita adrenalina.

Dirt Rally 2.0 - a tradição ainda é o que era (Xbox One e PS4)

A tradição da Codemasters no que respeita a simuladores automóveis, no Rally em particular, é longa e repleta de sucessos. Inegavelmente, a empresa britânica tem, no seu currículo, uma lista bastante longa dos melhores simuladores aclamados pela crítica e jogadores.

Portanto, se pensarmos no primeiro Dirt Rally, pensamos logo em realismo e dificuldade. Certamente que tudo misturado resulta num jogo exigente e realista.

Assim, Dirt Rally 2.0 não promete nada mais nada menos que dificuldade e muito desafio. Segurem no volante porque vamos ter uma dose redobrada disso mesmo: realismo e exigência.

Efetivamente, Dirt Rally 2.0 chega ao mercado com todo este legado e a verdade é que não desilude. Muito pelo contrário.

 

Vários modos para testar as "unhas" do piloto

Podemos dividir o jogo em quatro áreas, ou Modos de Jogo distintos. Modo Carreira que tal como o nome indica, coloca-nos na subida da escadaria do sucesso; Modo Campeonato do Mundo de Rally no qual pegamos no carro de um piloto real e entramos em competição; Modo Campeonato Rallys Históricos onde conduzimos alguns carros de outros tempos; Modo Time Attack onde temos de lutar apenas contra o tempo.

No Modo Carreira, tal como seria de esperar, temos de começar por baixo e dessa forma a nossa garagem encontra-se despida de grandes bólides, assim como a nossa equipa técnica (engenheiros e mecânicos) ainda não têm grandes especializações. Desta forma, cabe ao jogador participar em variados campeonatos e outros eventos, em redor do Globo de forma a ganhar fama e, acima de tudo, dinheiro para poder evoluir.

O dinheiro que ganhamos com cada participação nesses campeonatos é de extrema importância, pois, permite, não só comprar novos carros, como melhorar os que já temos ou ainda especializar e contratar novos membros para a nossa equipa técnica.

Ainda no modo Carreira existem ainda vários desafios diários e semanais (assíncronos) que vão sendo disponibilizados. Trata-se acima de tudo de uma forma de aumentar a longevidade e diversidade deste modo. Contudo, apesar disto tudo, fica uma sensação de despegamento no modo Carreira, não havendo um rumo certo a seguir com o nosso piloto.

 

Muitas pistas um pouco por todo o mundo

Bem, mas falemos do momento de colocar as mãos no volante. Tal como na realidade, cada veiculo apresenta as suas próprias características. Potência, direção, tração, peso e manuseio variam de carro para carro e isso reflete-se perfeitamente na condução. Além disso, é possível ainda proceder a variados ajustes antes das corridas (caixa de velocidades, sistema de travão...) que são imediatamente percetíveis em corrida.

Mas há mais. Em Dirt Rally 2.0 a inclusão de várias pistas (em diferentes zonas do globo) traz também novas variáveis a jogo. Desde os terrenos mais subtropicais da Nova Zelândia (terra batida), passando pelas zonas rochosas da Argentina (areias ou cascalho) ou pelas pistas repletas de cascalho e gravilha de Espanha, cada localização apresenta um desafio completamente diferente e com terrenos que têm de ser dominados.

Fica, contudo, uma mágoa que é a ausência de pistas na neve e gelo.

Dit Rally 2.0 é um jogo exigente.

Tal como referimos, Dit Rally 2.0 é um daqueles jogos de Rally que quer mostrar a rudeza da essência do Rally. Isso é bom, pois, o Rally é isso mesmo. Mas não se aterrorizem jogadores novatos, isto porque a Codemasters criou um slider de dificuldade que minimiza um pouco o impacto da IA (que não tem misericórdia).

Realmente, quando jogamos contra a IA, os condutores controlados pelo CPU não se sentem rogados em enviar-nos para fora de pista, arruinando dessa forma a nossa corrida. Neste capitulo, o sistema de danos deveria estar mais ajustado.

Ajustado e de que maneira encontra-se a sujidade dos veículos após uma etapa de 10 kms em terra batida. Os efeitos de lama, detritos e terra no capot, nas jantes, nas portas, nos vidros. Está impressionante e não é apenas estético. Enquanto conduzimos (no cockpit) quando perseguimos um adversário em terra batida ou lama, é crucial a maior atenção para evitar deslizes, pois esses efeitos estão soberbos.

 

Realismos sonoro e realismo gráfico que assusta

Temos de falar da degradação dos terrenos que não só traz uma maior sensação de realismo, mas acima de tudo, aumenta ainda o nível de exigência. Isto porque os efeitos nas travagens, derrapagens, acelerações é fisicamente notório. É visível e sente-se a constante degradação dos traçados de terra, lama e areia onde os primeiros a passarem têm clara vantagem.

No entanto, quando olhamos ao nosso redor em plena corrida, o grafismo sofre um pouco de quebra de definição. Não é importante, mas o patch para VR poderá estar para breve..

Uma das particularidades do jogo mais bem conseguidas foram os efeitos de luz que, consoante a hora do dia está impecável. Mas também os efeitos climatéricos dão um toque extra de realismo. E novamente... condicionam a forma como pegamos no carro.

Um aspeto que não poderia deixar passar ao lado e será talvez um dos mais controversos do jogo, é o facto deste estar constantemente ligado aos servidores da RaceNet da Codemasters. Quer seja em partidas multiplayer online ou no modo Carreira.

Dirt Rally 2.0