Análise Dead Island 2 (Playstation 5)
Após alguns atrasos no seu lançamento, Dead Island 2 finalmente chegou ao mercado, naquele que marca o regresso de um dos mais empolgantes jogos de zombies dos últimos anos. A chacina já começou e nós já participámos.
Com alguns anos de atraso e muita indecisão pelo caminho, a Deep Silver conseguiu finalmente lançar Dead Island 2, a sequela dum dos jogos de zombies mais empolgantes e divertidos dos últimos anos.
Desenvolvido pelos Dambuster Studios, Dead Island 2 pega, de certa forma, na mesma fórmula do seu antecessor e leva os jogadores numa aventura sedenta de sangue, espancamentos, desmembramentos como nunca antes vista.
A ação decorre sensivelmente 5 anos após os eventos de Dead Island e Dead Island Riptide, e Los Angeles (Hell A) torna-se no novo epicentro da epidemia. Bairros como Hollywood ou Bel Air tornaram-se o local de repasto de zombies sedentos de carne humana e é aqui que os nossos heróis entram em ação.
E, mesmo sem ter alguma vez estado em Los Angeles, fica a sensação de uma grande qualidade na representação virtual da cidade e recantos, onde não faltam alguns dos locais mais emblemáticos.
O jogo começa como uma sequência cinematográfica, na qual nos é mostrada uma tentativa de fuga por avião de alguns refugiados mas que, corre mal e a aeronave acaba por se despenhar perto de LA. E é nesta altura que o nosso personagem, que entretanto sabemos ser imune ao vírus, entra em ação.
Existem 6 "heróis" à partida que podemos escolher:
- Amy, bastante ágil e capaz de provocar mais dano critico nos seus inimigos, mas sendo muito pouco dura ou resiliente.
- Bruno, bastante ágil e capaz de causar muito dano critico nos zombies mas sendo pouco rijo e tendo pouca saúde
- Dani, repleta de saúde e de stamina mas com pouca resiliência e regeneração de saúde.
- Ryan, rijo e resiliente mas pouco ágil.
- Carla, resiliente e rija mas com pouca capacidade de dar dano critico aos inimigos
- Jacob, cheio de saúde e stamina mas com pouca resiliência.
Cada qual é diferente do anterior o é o mesmo que dizer que cada um tem as suas próprias habilidades, armas e personalidades.
No que toca aos zombies que vamos encontrando pelos caminhos de Hell-A, pode-se dizer que a ementa é bastante variada e vai-nos sendo apresentada de uma forma gradual e lógica. Encontramos um pouco de tudo e, com um sentido de humor que caracteriza a série.
Por exemplo, é normal encontrarmos em Venice Beach, zombies que se vê claramente que antes de o serem, eram babes loiras e deslumbrantes ou machos musculados e tatuados que outrora passeavam pela praia. Agora são apenas, carne para canhão.
O jogo encontra-se bastante bem pensado neste aspeto, havendo de tudo um pouco, como policias ou bombeiros que tentavam ajudar e entretanto, viraram mortos-vivos ou apenas vagabundos que não tiveram oportunidade para fugir.
Seja como for, todos eles são, sem exceção, potenciais alvos da nossa criatividade sádica e das nossas armas mortais.
E refiro-me a criatividade sádica, pois Dead Island 2 fornece aos jogadores um tremendo leque de opções no que respeita a formas de matar... mortos-vivos. E não me refiro apenas armas, que há aos pontapés, espalhadas pelos cenários. Refiro-me mesmo a elementos dos cenários por onde passamos.
E isso torna a nossa experiência de jogo ainda mais entusiasmante. Podemos, por exemplo, atirar um jerricã cheio de gasóleo para cima de uns cabos a fazer curto-circuito o que irá provocar uma explosão e incêndio queimando os zombies que se aproximem. Imaginem agora, se antes tivessem atirado um chamariz de sangue para atrair ainda mais ...
Mas, como não poderia deixar de ser, existem inúmeras armas também para usar. Aliás, a maior parte do tempo, iremos usar armas contra as vagas sucessivas de zombies. Existem algumas que são mais degradáveis que outras, como por exemplo, um taco de snooker desgasta-se mais rapidamente que um martelo e muitas delas podem ser melhoradas em determinadas bancadas com perks que lhes dão capacidades mais elaboradas, como choques elétricos, por exemplo.
Existem também ainda algumas armas de fogo e cocktails molotov para usar, o que perfaz uma ementa bastante completa de formas de aniquilar zombies. Independentemente da existência dessas armas, Dead Island 2 incentiva os jogadores a descobrir novas e criativas formas de chacinar zombies. E isso é bom, até mesmo porque esse é precisamente o ponto forte do jogo.
E esse ponto forte de Dead Island 2 é-nos servido pelo sistema FLESH (Fully Locational Evisceration System for Humanoids) recriado pela Deep Silver para trazer aos jogadores a melhor e mais sádica recriação virtual daquilo que é chacinar um zombie e ir continuando a chaciná-lo até não restar quase nada.
No entanto, no seu core, o combate de Dead Island 2 é muito semelhante ao do jogo original.
Visualmente, Dead Island 2 é impressionante. Os bairros de LA, as casas, as mansões, as paisagens.... tudo está impecável e graficamente pouco nos podemos queixar do jogo. Houve um tremendo trabalho da equipa em recriar uma Hell-A cheia de conteúdo e veracidade.
Talvez se possam encontrar alguns pormenores em algumas animações dos zombies ou dos outros personagens (quando jogamos em coop) mas ocorreu num par de vezes algo de estranho na nossa experiência, que foi alguns zombies desaparecerem do nada e ficarem apenas objetos a pairar no ar. São, como é óbvio, alguns bugs que têm pouco impacto mas, chatos.
Em algumas outras ocasiões, o nosso personagem ficou preso no cenário o que de certa forma, quebra a emotividade do jogo mas, felizmente, não se trataram de situações demasiado recorrentes.
De qualquer forma, a cidade de Hell-A consegue mostrar-nos um pouco da Bela e do Monstro, ou seja, por um lado, temos a beleza natural e solarenga daquela região, que contrasta com os decrépitos zombies que por ela vagueiam. Esse contraste está muito interessante, tendo em conta a quantidade de locais, edifícios, casas, mansões que podemos visitar e explorar.
E todos esses locais encontram-se extremamente detalhados e com pormenores muito interessantes. Graficamente, o jogo está mesmo muito bom.
E... decorrendo a ação em LA, é natural que a equipa da Dambuster tenha preferido manter os terremotos como quotidiano da cidade. Apesar de "encaixar" bem no contexto do jogo, acredito que poderia ter sido melhor aproveitado e de formas bem mais criativas.
Dead Island 2 apresenta ainda um sistema de cartas que poderemos ir desbloqueando no decorrer da ação e que nos trazem algumas mais valias. São na maior parte dos casos, habilidades passivas, relacionadas com regeneração de energia ou poder de causar dano, e que são clara influência de card games e cujo impacto é pouco notório no decorrer da ação.
Dead Island 2 não é um jogo de mundo aberto na abrangência maior da palavra mas sim, um conjunto de zonas divididas entre si, que, essas sim, apresentam uma grande liberdade de exploração.
Seja como for, durante grande parte do jogo, os jogadores irão estar a explorar os vários locais existentes nos 10 distritos disponíveis para completar missões (principal ou secundárias). Essas missões passam invariavelmente por matar uma quantidade insana de zombies mas também por resolver alguns desafios simples que se colocam no nosso caminho.
Por exemplo, existem edifícios que se encontram trancados mas, mesmo havendo várias formas de os invadir, poderemos ter de encontrar as chaves certas para essas portas trancadas (algumas difíceis de obter e na posse de zombies chave). Existem ainda secções em que teremos de ultrapassar mecanismos de segurança e outros puzzles relativamente simples mas que criam um pouco mais de diversidade ao jogo.
E essa diversidade é também potenciada pelos vários NPCs que vamos encontrando ao longo do jogo. Ao se ir desbloqueando novas zonas, vamos encontrando novos sobreviventes do holocausto zombie que nos vão dando algumas missões e que ajudam a diversificar um pouco a experiência de jogo.
Apesar da campanha se poder jogar a solo, tenho de admitir que a experiência em equipa é bem mais interessante (e produtiva). Isto, desde que os jogadores mantenham um mínimo de compreensão e bom senso na sua forma de agir. A possibilidade de fazer pop-in numa partida de outro jogador qualquer é uma boa opção.
Dead Island 2 é o sucessor com toda a justiça de Dead Island e volta a trazer a jogo, toda a alegria, empolgamento e excitação de chacinar zombies.
O jogo aposta claramente em proporcionar formas criativa e imaginativas de matar zombies, em detrimento de uma narrativa forte e também não é isso que se pretende.
Apresentando uma jogabilidade simples e intensa, o jogo adiciona ainda a possibilidade de se fazer pop-in em sessões de outros jogadores, criando assim experiências multiplayer coop bastante intensas e gratificantes. É um jogo claramente para todos os apaixonados pelo Dead Island original ou apenas de jogos de chacinar zombies.
Este artigo tem mais de um ano
Opinião pessoal após algumas horas de jogo: 4/10
Ainda bem que gostas!
E do jogo também 🙂