Reator de fusão nuclear pode transformar o diagnóstico e tratamento do cancro
Uma startup sediada no Reino Unido mostrou uma tecnologia inovadora que, recorrendo a um reator de fusão nuclear, poderá transformar o panorama do diagnóstico e tratamento do cancro.
A Astral Systems foi fundada pela Universidade de Bristol e revelou, agora, uma tecnologia que poderá mudar o diagnóstico e tratamento do cancro. A startup mostrou o seu reator de fusão Multi-State (MSF) inédito.
Este reator foi desenvolvido para produzir isótopos médicos essenciais necessários tanto para radioterapia quanto para diagnóstico por imagem. Os isótopos médicos são substâncias radioativas utilizadas na medicina para diversos fins de diagnóstico e terapêuticos.
A medicina nuclear tem ajudado a salvar vidas durante décadas, permitindo que a profissão médica procure e trate diretamente tumores e células cancerígenas na fonte.
Disse Talmon Firestone, cofundador e CEO da Astral Systems e investigador da Universidade de Bristol.
De acordo com um comunicado de imprensa, os isótopos podem desempenhar um papel crucial no tratamento do cancro, matando, de forma direcionada, as células cancerígenas durante a radioterapia. Além disso, os isótopos produzem radiação que pode ser detetada e quantificada, fornecendo informações significativas sobre a estrutura e função dos órgãos e tecidos do corpo.
Mais ainda, podem servir como um "detetive radioativo" dentro do corpo, facilitando a deteção de condições médicas por via de imagens.
Startup quer mudar o diagnóstico e tratamento do cancro com um novo reator de fusão nuclear Multi-State
Uma grande parte do fornecimento global de isótopos médicos depende de um número limitado de reatores de fissão nuclear. Então, a descoberta da startup é relevante, pela escassez iminente de isótopos médicos.
A Astral Systems prevê a construção de pequenos reatores de fusão, que poderiam ser estrategicamente incluídos em instalações isotópicas regionais, não apenas no Reino Unido, mas em todo o mundo. Esta estratégia promete um fornecimento de amostras radioativas mais flexível e rentável.
Os nossos sistemas foram desenvolvidos muito mais rapidamente e podem produzir isótopos numa escala muito menor do que tecnologias alternativas. Isso significa que isótopos médicos podem ser produzidos perto ou dentro de centros hospitalares, sem a necessidade de depender de gigantescas centrais internacionais de fissão nuclear.
Explicou Firestone, acrescentando que "isto aumentará dramaticamente as técnicas de diagnóstico e tratamento disponíveis aos médicos, reduzindo os tempos de espera e os custos hospitalares, e melhorando a qualidade do atendimento".
Se o plano correr conforme previsto, a tecnologia poderá inaugurar outro nível do tratamento do cancro e da produção de isótopos médicos.
Este artigo tem mais de um ano
“sem a necessidade de depender de gigantescas centrais internacionais de fissão nuclear.”
Já existe tecnologia em uso (inclusive em Portugal em pelo menos 2 centros hospitalares públicos) que permite a produção em zona hospitalar, sem estar dependente de centrais de fissão nuclear.