Cientista finlandês conseguiu captar o som das auroras boreais
As auroras boreais são um fenómeno ótico composto de um brilho observado nos céus noturnos nas regiões polares, como resultado do impacto de partículas de vento solar com a alta atmosfera da Terra, canalizadas pelo campo magnético terrestre. Em grosso modo é o resultado da Terra a defender-se dos "ataques" do Sol. Apesar deste fenómeno ser muito popular pelas cores que produz nos céus polares, a verdade é que acontecem muitos de forma invisível. O som que produzem foi finalmente captado.
Um investigador conseguiu gravar o som perto da vila finlandesa de Fiskars. O resultado mostra barulhos mais comuns do que se imaginava e que podem soar mesmo sem luzes.
Como será o som de uma aurora boreal?
Em latitudes do hemisfério norte este evento é conhecido como aurora boreal (nome batizado por Galileu Galilei em 1619, em referência à deusa romana do amanhecer, Aurora, e Bóreas, deus grego, representante dos ventos do norte). Em latitudes do hemisfério sul o mesmo evento é conhecido como aurora austral, nome batizado por James Cook, uma referência direta ao fato de estar ao sul.
A aurora aparece tipicamente tanto como um brilho difuso quanto como uma cortina estendida em sentido horizontal. Algumas vezes são formados arcos que podem mudar de forma constante e muitas vezes nem são percetíveis.
Mesmo sem luzes visíveis durante as auroras boreais que ocorriam na Finlândia, o cientista Unto Laine gravou os sons extraordinários dos fenómenos. A experiência foi relatada em 11 de maio num estudo publicado no site SearchGate.
Ao captar os sons, o professor da Universidade de Aalto revelou que os ruídos são muito mais comuns do que se acreditava — ocorrendo mesmo na ausência de um espetáculo visual no céu.
Isso cancela o argumento de que os sons das auroras são extremamente raros e que a aurora boreal deve ser excecionalmente brilhante e viva.
Disse Laine, em comunicado.
As gravações foram feitas à noite perto da vila de Fiskars, parte da cidade finlandesa de Raseborg. Laine captou centenas de sons, comparando-os em seguida com as medidas de atividade geomagnética do Instituto Meteorológico Finlandês (FMI). As 60 melhores sonoras estavam todas ligadas a mudanças no campo geomagnético.
O investigador refere que os sons das auroras ocorrem mesmo quando não estão presentes as suas belas cortinas, e os nossos olhos não vislumbram nada.
Esta foi a maior surpresa! Os sons são muito mais comuns do que se pensava, mas quando as pessoas os ouvem sem aurora visível, pensam que é apenas gelo a partir-se ou talvez um cão ou algum outro animal.
Explicou o finlandês.
Em 2016, Unto Laine publicou um artigo onde ligava as gravações de estalidos que ocorriam durante uma aurora com temperaturas medidas pelo FMI. A ideia era demonstrar que os fenómenos também podem ter como causa descargas elétricas numa camada de inversão de temperatura cerca de 70 metros acima do solo.
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Se fizerem uma pequena pesquisa, relativa à localidade referida, algo que surge logo à vista é a existência de uma empresa chamada “Fiskars Ironworks”… o que me leva a crer que, simplesmente, estavam “a bater o ferro”… Hehehe 🙂