Análise Strange Brigade (Playstation 4)
Strange Brigade foi desenvolvido pela Rebellion – os mesmos que desenvolveram Sniper Elite – e pretende ser um misto de shooter over-the-shoulder e aventura destinada a ser jogada com amigos. Demos uma vista de olhos e passeámos por um mundo povoado de criaturas das trevas apostadas em dominar o mundo.
Venham daí à aventura!
Strange Brigade é o nome dado a um grupo de aventureiros que mais parece retirado de um livro de histórias de aventuras, bem ao estilo dos anos 1930’s. Esse grupo é chamado a intervir quando uma antiga rainha egípcia desperta da morte e traz à vida um exército de criaturas, múmias e monstros que a ajudarão a dominar o mundo. Na realidade, este jogo remete-nos para o universo dos filmes “A Múmia”, com toda a ação a ser desencadeada pela ocorrência de um acidente numa escavação arqueológica no norte de África.
Qualquer um dos 4 elementos do grupo é uma personagem jogável: Nalangu Rushida, oriunda de uma tribo africana, Frank Fairburne, um atirador profissional, Archimedes De Quincy, professor e arqueólogo e Gracie Braithwaite, uma operária de Manchester.
Cada um deles tem características e armamento próprio, embora – aparentemente - não existam assim tantas diferenças entre eles quanto isso. A escolha do personagem será mais uma questão de simpatia pessoal do que de estratégia.
Quando entramos em ação, temos simplesmente de disparar e acertar em tudo o que mexe, ao mesmo tempo que recolhemos artefactos, munições e moedas. As moedas serão utilizadas para abrir arcas que se encontram espalhadas pelo cenário e que escondem diversos segredos, armas ou até mesmo artefactos valiosos.
Em termos de história, Strange Brigade não tem muito mais a dizer, revelando-se mesmo um pouco aborrecido quando jogado a solo. Mas a realidade é que este jogo não foi feito para se jogar sozinho. Strange Brigade mostra todo o seu potencial quando jogado em modo cooperativo com amigos ou até mesmo no modo multiplayer online.
Quando não estamos a jogar sozinhos, a dinâmica do jogo muda radicalmente: a dificuldade de cada um dos níveis aumenta, os vários puzzles que temos de resolver tornam-se mais difíceis e o número de inimigos que temos de eliminar é maior. Mas é exactamente aqui que reside toda a diversão deste jogo.
Quando jogamos em equipa, para além de estarmos perante uma acção muito mais intensa, temos ainda um sentimento acrescido de competitividade. Os itens recolhidos não são partilhados por todos os jogadores, ou seja, quem eliminar mais inimigos e recolher mais moedas, poderá desbloquear mais artefactos.
A grande diferença entre os vários elementos da equipa reside numa pequena subtileza da qual só nos apercebemos quando experimentamos mais do que um personagem. De cada vez que eliminamos um inimigo podemos “recolher” o seu espírito e, desta forma, alimentar um amuleto que nos concede um poder especial. Quando esse amuleto estiver completamente carregado, poderemos desferir golpes devastadores nas hordas de esqueletos, múmias e escorpiões – entre outros – que não param de nos atacar.
Quanto às armas disponíveis, existe um pouco de tudo: pistolas, espingardas de tiro único, metralhadoras de repetição, granadas sendo mesmo possível usar os punhos quando já não temos munições disponíveis. E isso acontece bastante no meio da acção frenética e das constantes ondas de inimigos cada vez mais poderosos: se não tivermos cuidado, daremos por nós rodeados de monstros e sem balas.
Porém, existem algumas questões que podem dificultar um pouco a nossa missão e que conseguem constituir, de certa forma, um incómodo e um impedimento à nossa progressão no jogo.
A perspetiva da câmara, por cima do ombro direito do personagem, é bastante boa quando circulamos pelo cenário ou quando nos encontramos apenas a explorar, a resolver puzzles e a descobrir artefactos. O mais complicado é quando temos de disparar: a mira da arma – seja ela qual for – parece estar desalinhada da câmara e acabamos a apontar para um sítio e a acertar noutro bem diferente.
Também quando queremos lançar uma granada ou arremessar um inimigo para cima de um outro grupo de inimigos percebemos que não é fácil acertarmos onde queremos e isso pode significar o sermos atacados por uma série de adversários mortíferos em simultâneo sem qualquer hipótese de defesa.
Uma última palavra para os gráficos que, apesar de serem bastante bons, ainda apresentam alguns problemas. O principal é o facto de, por vezes, o nosso personagem ficar preso em certos pontos do ecrã. Quando isto acontece enquanto estamos apenas a vaguear pelo cenário, é chato mas perfeitamente ultrapassável. Porém, quando acontece no meio de uma refrega com vários esqueletos armados com espadas, não há muito a fazer senão aguardar pelo inevitável fim da nossa aventura.
No que diz respeito aos efeitos sonoros, são o expectável para este tipo de jogo com a adição interessante de termos um narrador com um fortíssimo sotaque britânico que, de tempos a tempos, vai descrevendo o que se passa ao nosso redor. Faz-nos sentir dentro de um velho filme de aventuras.
Veredicto
No global, Strange Brigade é um jogo interessante e divertido. Podendo ser jogado a solo, este jogo brilha, e de que maneira, se jogado com mais 3 amigos ou em modo multiplayer online. Existe um número limitado de tipos de inimigos, mas a realidade é que o número de adversários que temos de derrotar em cada confronto é gigantesco, o que torna este jogo e muitas das suas missões um enorme desafio.
Existem alguns problemas que afetam a jogabilidade e que, por ocorrerem de forma recorrente, podem deixar uma sensação de frustração. Ainda assim, Strange Brigade é um jogo extremamente divertido e que merece ser jogado, principalmente se pudermos reunir na mesma sala alguns amigos com quem jogar.
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O jogo é bom, mas não vale pelo o preço que é.