Wearable computing – O Android tira electrocardiogramas?
A tecnologia tem evoluído a um ritmo alucinante e a “wearable computing” (“computação omnipresente vestível”) é cada vez mais uma realidade, num mundo que se pretende “sem fios”.
Marc Weiser, considerado o pai da computação ubíqua, previu há uma década atrás que no futuro, os computadores habitarão nos mais triviais objectos: etiquetas de roupas, chávenas de café, interruptores de luz, canetas, etc, de forma invisível para o utilizador.
Esse mundo é agora e, nesse sentido, um grupo de investigadores tem vindo a trabalhar num sistema que permitirá monitorizar todos os nossos órgãos, sendo a informação enviada para um dispositivo móvel.
O sistema baptizado com o nome Human BAN, servirá para obter informações sobre os vários órgãos de uma pessoa, sendo essa informação transmitida para um dispositivo móvel. Actualmente em testes, a equipa de investigadores conseguiu criar uma rede de pequeno alcance, de baixo consumo energético, capaz de recolher informações de vários órgãos e enviar essa informação para um equipamento com Android, que é responsável por gerar relatórios (ex. electrocardiograma).
Se, por exemplo, a rede de sensores detectar que o coração de um ser humano pára, ou tem algum problema, então o sistema tem a capacidade de imediato contactar um médico, ou os serviços de emergência médica, via Wifi ou 3G.
Segundo um dos principais mentores da Invenção (Julien Penders), “ No futuro mais sensores poderão ser incluídos”.
Segue um pequeno vídeo com o projecto Human BAN em acção;
Considerações finais
Este tipo de projectos são sempre uma mais valia, uma vez que permitem monitorizar e alertar o utilizador de eventuais problemas de saúde. Por outro lado, isto faz-nos pensar que, no dia de amanhã, todas as nossas peças de roupa terão acopulados sensores e o nossos telemóvel/smartphone funcionará como um painel de estados e alarmística.
Desde já os nossos parabéns aos investigadores, e que estes tenham apoio financeiro para concluir o projecto.
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Este artigo tem mais de um ano
Oi pessoal,
Já não apresentam aplicações para Symbian? Foi descontinuado? Porque há muito tempo que não vejo aplicações novas para os Nokia. Ninguém sabe onde posso arranjar isso?
Ainda não foi descontinuado, mas só já a Nokia é que “investe” no symbian, ainda que divida a sua atenção também pelo MeeGo (antigo Maemo).
Ainda consegues encontrar aplicações Symbian na ovi store:
http://store.ovi.com/
É um Nagios para humanos 😛
Essa foi mesmo uma piada geek!!!! 🙂
Projecto bastante interessante. Mas quando o Android tirar finos e cafés… Aí é que vai ser…
Já faltou mais…
Desde que o Android (ou qualquer outro sistema operativo, obviamente) seja a “alma” da máquina que tira finos (ou cafés) e haja programação específica para isso, não vejo porque não! Se hoje em dia os objectos do quotidiano ainda não têm um CPU, creio que isso se deve apenas a alguns problemas ainda não resolvidos: insuficiente miniaturização, falta de software adequado e… elevados custos de produção!
Penso eu de que…
Comunicar com a máquina dos cafés e dos finos, podermos regular a temperatura e podermos emitir via wireless, ordem de tiragem…
Já não será mau de todo.
boas…
é realmente estranho que com tanta gente a usar computadores de bolso ainda não apareçam soluções destas aos pontapés, por exemplo se quiser fazer um exame prelongado, ou por suspeita de arritmias, ou taquicardia etc, tenho que trazer sempre os “calhaus” dos equipamentos existentes nos hospitais, isto é estranho, pois se eu tiver um pc de bolso porque não usar o meu pc de bolso??
Ja trabalhei muito perto desta realidade e médicos e tecnologia não combinam, mas isto é um contra senso, pois um medico deveria dar-se bem com a tecnologia, pois sem a tecnologia não existem “exames tecnológicos”.
enfim…sou a favor deste tipo de iniciativas.
cmps
Em Portugal também se fazem coisas desde género, este link que vos envio é um vídeo do meu projecto final de curso que se trata exactamente de um sistema de monitorização de ECG para a plataforma Android.
https://www.youtube.com/watch?v=sXLNz6DALtU
Espero que gostem…
Gostei. É claro que gostamos de ver que ainda há quem investigue em Portugal. Só não gostamos quando esses projectos “dão com os burros na água” por falta de verbas para os implementar, ou terem de ser vendidos a multinacionais gananciosas que os aplicarão em proveito próprio.
Eu estou mesmo é à espera daquele programinha que permite ver as gajas nuas… tão boas…
ou um que obrigue a minha mulher a fazer-me um dounload diario… 😀
ainda falta muuito para inventar…
Ou um que te aumente a quantidade de neurónios. Esses dois devem sentir-se muito sozinhos! 😉
Boas
Excelente projecto com aplicação no mundo real.
Destaco no video o HTC Dream-G1 que é uma máquina que não pára de surpreender…
@ Nuno Paz
Projectos de origem Portuguesa são sempre de louvar e desde já os meus parabéns pela iniciativa!
Não queres desenvolver mais sobre essa tua iniciativa?
abraço
bismarques
Basicamente aquilo que posso comentar por enquanto é que os sinais de ECG são adquiridos através de um dispositivo que comunica via bluetooth para o Android.
Com os sinais no telemóvel estes são:
– Vizualizados (como aparece no vídeo)
– Gravados localmente (no cartão SD)
– Processados (no vídeo está representado o cálculo do ritmo cardíaco)
– Enviados (após compressão) para um servidor remoto
Aparentemente (e realço o aparentemente) é tudo feito com material low cost. Mas e depois? Há servidores remotos preparados para receber e tratar esses dados? Ou estão nas mãos de lobbies a quem não interessa as evidentes vantagens (em termos económicos) para o utente?
No meu caso o servidor trata-se de um PC com um socket à espera de ligações e do envio de dados, esta componente foi a menos explorada de todas visto que este foi um projecto de 6 meses… Mas penso que não seria necessário um grande investimento em servidores.
Talvez não me tenha expressado da forma mais correcta, mas o que quero dizer é que a utilização das novas tecnologias poderá ser uma ameaça para os monopólios das farmacêuticas e fabricantes de equipamento médico específico.
Quanto custa hoje em dia um teste de Holter? Que equipamento obrigam a usar? Quem fabrica e/ou vende esse equipamento? Iam deixar-nos usar o “nosso”?
Infelizmente o mundo está na mão dos capitalistas, não dos altruístas ou de quem ganha os prémios Nobel. E mesmo esses…
@DoContra Concordo contigo plenamente…
Esta é apenas uma abordagem diferente. Os testes de Holter continuam a ser uma abordagem válida e económica, enquanto que a minha solução o que vem acrescentar é o facto de poder saber em tempo real os dados do paciente (no desporto pode até servir para treinadores poderem avaliar os atletas em tempo real).
Uau, que inovador e revolucionário!
Coisas como peças de roupa com eletrodos cardiacos integrados para atletas, fatos para bombeiros anti-fogo que monitorizam o ritmo cardiaco, o ritmo respiratório, a temperatura do corpo e do ambiente, entre outras coisas, com transmissão em tempo real para um posto de comando.
E isso tudo são produtos que estão já à venda, ou não os viram na FIL no Portugal Tecnológico?