BlackBerry garantiu mil milhões de dólares de investidores

Depois da anunciada possível compra da empresa por parte de algum dos grandes gigantes da indústria, nomeadamente Cisco, Google, SAP, Intel, LG ou Samsung, surge agora a notícia de que a BlackBerry já tem outros planos para a empresa que não passam pela venda.

A maior accionista da empresa, a Fairfax Financial Holdings, juntamente com alguns investidores, prepara-se para injectar mil milhões de dólares na empresa, levando a cabo uma nova fase de reestruturação organizacional.

A Fairfax Financial Holdings, que detém cerca de 10% das acções da BlackBerry, tem vindo a tentar aumentar o seu investimento na empresa há já algum tempo. Em Setembro, tentou adquirir todas as acções da BB que circulavam no mercado e que não lhe pertenciam, mas o negócio enfrentou algumas dificuldades.

Desta vez, parece que a Fairfax conseguirá finalmente reforçar a sua presença na empresa, investindo nela cerca de mil milhões de dólares, em conjunto com outros investidores. Desta feita, a Fairfax passará a deter mais de 250 milhões de dólares em títulos de dívida.

As mudanças na empresa não se ficam por aqui. Thorsten Heins, actual CEO da BB, será substituído por John S. Chen, que será CEO provisório. Chen foi o escolhido certamente pela sua experiência adquirida na Sybase, empresa que enfrentou e superou dificuldades semelhantes às actuais dificuldades da BlackBerry. As funções de CEO provisório serão acumuladas com as de presidente executivo no conselho de administração da empresa. Prem Watsa, CEO da Fairfax assumirá o lugar de líder de direcção e presidente do Comité de Remuneração e Governação da Empresa.

As novidades anunciadas, ainda assim, não foram suficientes para aumentar a confiança dos mercados, com as acções da empresa a cair cerca de 17% durante o dia de ontem.

Apesar das crescentes perdas associadas aos telefones, John Chen não admitiu a hipótese de encerramento dessa divisão. "Sei que temos ingredientes suficientes para construir um negócio sustentável a longo prazo", referiu ainda em entrevista à Reuters.