Facebook quer levar Internet a 5 mil milhões de utilizadores
…em conjunto com Samsung, Opera, Nokia, MediaTek, Qualcomm e Ericsson
Pensar que hoje em dia a Internet está disponível a todos…é errado! Na verdade, existem ainda 5 mil milhões de utilizadores que não têm acesso a esta rede “global”, o que corresponde a cerca de 2/3 da População mundial.
Mas a iniciativa Internet.org,liderada pelo Facebook, quer inverter o cenário tendo como objectivo dotar determinados países de melhores infra-estruturas, e facilitar o acesso a equipamentos tecnológicos.
A ideia não é nova (ver projecto Loon - aqui) mas as empresas agora envolvidas têm capital e uma presença muito forte no mundo tecnológico. Apresentada esta passada terça-feira, a iniciativa Internet.org irá explorar três áreas de oportunidades:
- Acessibilidade: Levar a Internet a TODOS, de uma forma eficiente e a preços muito acessíveis.
- Eficiência: Como a transmissão de dados requer largura de banda, deverão ser desenvolvidos mecanismos para melhorar a compressão de dados e tornar os serviços ainda mais eficientes. (O Facebook, por exemplo, diz que está a trabalhar em reduzir o uso de dados médio diário por parte da aplicação para Android, de 12 MB para 1 MB.)
- Modelos de negócio: Espera-se que com esta iniciativa, empresas como a Nokia e Samsung criem também smartphones low cost e que resultem várias parcerias com muitas outras empresas, mesmo em outra áreas.
Para Mark Zuckerberg, este projecto terá de ser forte para ultrapassar as muitas barreiras que existem nos países em desenvolvimento que os impedem de ter acesso à economia do conhecimento . A ideia é conseguir superar tais desafios e levar a Internet a quem não a pode pagar.
There are huge barriers in developing countries to connecting and joining the knowledge economy. Internet.org brings together a global partnership that will work to overcome these challenges, including making Internet access available to those who cannot currently afford it
Homepage: Internet.org | Facebook | Twitter e Google+.
Este artigo tem mais de um ano
Vão espalhar imbecilização coletiva ao resto do mundo?
Não sei se hei-de ser inocente… e acreditar que eles querem o “melhor” para o mundo, ou se pensar com lógica e perceber que só querem ainda encher mais os bolsos.
Força nisso moço ! Zuckerberg diz que para o acesso generalizado à internet ser viável o custo do tráfego de dados tem que descer em 99%.
Há muito a fazer, é falar já com as operadoras cá do sítio ! 😀
Quando o Gates combate a malária é filantropia.
Quando empresas tecnológicas pretendem espanhar o seu produto tenho imensa pena mas é negócio, querem eles lá saber do “desenvolvimento político, social e económico”, querem é mais 5 mil milhoes de clientes.
Realmente… como se a internet fosse a coisa mais importante dos dias de hoje.
A Fundação Melinda & Gates querem vacinar toda a gente, o tipo do facebook quer levar internet.
Pplware, se calhar em vez de transformarem esta inutilidade social em notícia, podiam antes fazer um artigo sobre a fundação do Bill Gates e quais as suas dificuldades actuais a nível de logística (que envolve tecnologia ainda em research).
O que é inutilidade para ti, é para muita gente utilidade. Contudo, a tua sugestão está aponte e quem sabe não será brevemente alvo de um bom artigo.
A internet é bastante útil, mas não me parece que fala parte das necessidades da população mundial. É neste contexto que acho esta iniciativa uma inutilidade e futilidade. Há países onde a esperança média de vida fica abaixo dos 40 anos. O senhor do facebook que gaste dinheiro e recursos em combater a fome.
Ele deve gastar, normalmente até têm bastante interesse em participar em projectos de solidariedade e fazem-no, mas este assunto é diferente.
Que ridículo!!! Nestes países onde há fome e falta de outras coisas mais importantes, alguém precisa de ter acesso ao internet? Enfim!
Ainda há 5 mil milhões que não tem possibilidades de ser vigiados e monitorizados 24/7/365 ;(
Sei que não tem a ver com o tópico, mas de repente senti vontade de desabafar. Porque será que neste site encontro sempre resposta para todas as minhas duvidas, até nos comentários (alguns) Parabéns a todos incluindo os participantes.
Deixando fome, miséria, etc (assunto para outro tópico) de lado….Aqui no Brasil eu acho que isso seria barrado. Seria algo que os bandidos (ops, políticos) não estariam a lucrar a maior parte, então não vai dar certo aqui. HEHEHEE
A iniciativa é positiva, embora pense que fosse melhor se as empresas envolvidas admitissem mais claramente as suas motivações economicas.
este artigo está muito bom http://www.wired.com/business/2013/08/facebooks-selfish-gift/
É incrível como muitas pessoas ainda não perceberam que matar a fome apenas resolve o problema destes países no imediato, e não ajuda em nada o Futuro destas pessoas, nestes países… Para resolver o problema destes países, é necessário levar a civilização até eles, e para isso é necessário dar formação a essas pessoas, e a melhor forma de a formação chegar a todos é através da Internet. A Internet permite o acesso a uma quantidade de recursos que de outra forma seria impossível, ou muito caro. E a partir do momento em que o acesso à Informação seja global, qualquer pessoa terá o mesmo a acesso à mesma, criando igualdade de oportunidades.
Não fazes a mínima ideia do que é viver do ar, do que é morrer ao 40 anos de “velhice”. Do que são crianças a não terem nada de nada, nem comida.
A internet resolve a seca? As guerras? A sustentabilidade de uma criança sem nada?
Uma semana, era quanto tempo eu gostava de te ver numa aldeia com crianças a morrer o teu lado. Uma semana lá e depois diz-me se a Net resolve os problemas que viste.
Estás a baralhar duas coisas que são, apesar de tudo distintas:
– Não ter nada para comer – aí sim, toda a gente estará de acordo contigo. Primeiro é preciso alimentar essas pessoas. O PAM – Programa Alimentar Mundial, fornece em média a cada ano, alimentos a 90 milhões de pessoas em 80 países, incluindo 58 milhões de crianças (Wikipedia)
– Pobreza extrema, o que nas estatísticas internacionais segundo o critério do Banco Mundial é viver com menos de 1 dólar por dia, e pobreza moderada que é viver com entre 1 e 2 dólares por dia. Estima-se que 1100 milhões vivam em pobreza extrema e 2700 milhões em pobreza moderada (Wikipedia). Não há PAM que acuda a esta gente toda, têm que encontrar vias de desenvolvimento e as TIC e o acesso à internet podem ajudar e muito. Aqui Zuckerberg coincide com toda a gente com dois dedos de testa.
Como diz neste artigo, a Índia tem 1200 milhões de habitantes dos quais centenas de milhões são pobres. “Os ricos têm acesso ao mundo digital e os pobres e as pessoas comuns foram excluídos”. Para não ficar muito extenso só dois números:
– entre 2000 e 2010, o número de indianos com acesso à internet aumentou 15 vezes mas a percentagem da população com acesso à internet é só de 8%.
– na China a percentagem é já de 40% e já se nota bem o peso da China a nível interacional.
http://theweek.com/article/index/219974/can-a-35-tablet-help-indias-poor
Felizmente, apesar de ser de um modo muito desigual, o acesso à internet tem aumentado
http://en.wikipedia.org/wiki/Global_Internet_usage
Não estou a baralhar nada as coisas.
Imagina o seguinte, tens uma família para cuidar. De repente perdes os rendimentos e tens de prioritizar as coisas. Por onde começas a cortar? Nas necessidades básicas de vida (alimentação e saúde), ou vais cortar em coisas secundárias como é o caso da internet, telemóveis, etc., etc.? Mesmo que a internet fosse grátis, achas que o facto de teres acesso a informação isso iria melhorar a tua vida e da tua família? Passavas fome mas ao menos podias “postar” no Facebook, né?
Isto só me faz lembrar aquela anedota antiga em que se vendia a TV para se comprar um vídeo… ou comprar um frigorífico sem ter electricidade.
Pega aí num papel e faz contas.
Estamos a falar de pessoas que vivem com 1 dólar por dia. Só podem gastar 3 cêntimos em comunicações por dia (não estou a inventar, os estudos estão feitos).
O que Zuckerberg diz é que os custos da internet (bem sei que há mais comunicações) devem baixar 99%. Com isso os 3 cêntimos dariam acesso ao que agora custa 30 dólares, que é o que essas pessoas obtêm num mês. Não há patetice nenhuma no projecto, ao contrário do que imaginas – sem te informar.
Ninguém está a dizer o contrário, e não digo que matar a fome dessas pessoas e dar-lhes uma vida melhor não seja parte do processo. O que eu queria dizer é que isso por si só não chega, é preciso mais que isso, é preciso criar condições de autosustentabilidade para que essas pessoas possam ter esperança no Futuro, e a formação é uma parte muito importante no desenvolvimento de um país.
Claro que não chega, mas enquanto os problemas estruturais base não forem resolvidos, passar para a fase da internet é saltar inumeros passos para que este projecto faça sentido.
Esta é a minha opinião e acho que o factor economico está claramente a sobrepor-se ao racional e às verdadeiras necessidades do mundo.
A formação é claramente uma peça fundamental para o desenvolvimento, mas sem saúde nada disso vale. Sem saúde tudo o resto não faz sentido.
Daí dar muito mais valor aos objectivos ambiciosos e racionais da Fundação do Bill Gates que objectivos do género deste artigo.
Porque razão não estão uns e outros de acordo? São necessárias as duas coisas, alimentação e formação, mas o caso do facebook é um pouco diferente, tem a ver não com altruismo mas lucros, já agora uma pergunta: se não têm nem para comer como terão acesso á dita cuja internet?