Motores de pesquisa europeus unem-se para enfrentar a Google. Será possível?
A Google domina, por larga margem, o mercado global das pesquisas. Por forma a combater o seu monopólio, duas rivais europeias decidiram juntar-se, numa parceria que procurará reduzir a dependência face aos Estados Unidos da América (EUA).
Detida pela Alphabet Inc, a Google lidera o mercado global das pesquisas, assumindo-se como referência para a maioria dos utilizadores.
A sua posição está de tal forma cimentada que, em agosto, um juiz norte-americano decidiu que a Google gastou milhares de milhões de dólares para criar um monopólio ilegal e tornar-se o motor de pesquisa por predefinição em todo o mundo.
Perante este domínio, dois motores de pesquisa europeus decidiram juntar-se, tendo anunciado uma parceria.
A Ecosia, baseada em Berlim, na Alemanha, e a Qwant, com sede em Paris, em França, estabeleceram uma empresa comum, denominada European Search Perspective (EUSP), com uma participação de 50% cada uma.
Consideravelmente menos relevante do que a Google, o Qwant é um motor de pesquisa centrado na privacidade e o Ecosia tem como foco a sustentabilidade. Enquanto o primeiro promete não seguir os utilizadores nem revender os seus dados pessoais, o segundo compromete-se a plantar uma árvore por cada 50 pesquisas efetuadas na sua plataforma.
Com o lançamento previsto para o início de 2025, em França, a empresa procurará fornecer resultados de pesquisa "melhorados" em francês e alemão.
De acordo com as duas empresas, parte do esforço da Ecosia e da Qwant para construir um motor de pesquisa a partir do zero consistirá em oferecer um "conjunto de dados transparente e seguro" para as novas tecnologias de Inteligência Artificial.
Empresas europeias querem enfraquecer a relevância da Google
A pesquisa alimenta o acesso dos utilizadores à Web, sendo este mercado controlado pela Google, que o domina, de forma isolada.
À CNBC, o diretor-executivo da Ecosia, Christian Kroll, disse que o projeto foi possível, em parte, graças às novas regras de concorrência da União Europeia.
A Lei dos Mercados Digitais (em inglês, DMA), que entrou em vigor no início deste ano, exige que as grandes empresas tecnológicas ofereçam um acesso justo e razoável às suas plataformas. Ao abrigo da DMA, a Google é obrigada a partilhar dados úteis para a criação de um modelo de pesquisa.
Atualmente, os motores de pesquisa alternativos, como o Ecosia, o Qwant e o DuckDuckGo, não desenvolvem as suas próprias infraestruturas backend.
Contudo, a EUSP planeia construir o seu próprio search index a partir do zero, reunindo resultados de uma mistura de diferentes motores de pesquisa. No ano passado, a Ecosia passou a utilizar uma mistura de resultados de pesquisa do Google e do Bing.
Segundo a Ecosia e a Qwant, o seu novo search index será "centrado na privacidade", utilizando tecnologias da Qwant, redesenhadas em 2023.
As duas empresas utilizarão o search index, mas a tecnologia será disponibilizada a outros motores de pesquisa independentes e a empresas de tecnologia.
O lançamento desta novidade surge num momento em que os fornecedores de pesquisa alternativos lutam contra os preços mais elevados para aceder à API da Microsoft, a Bing Search. Esta peça de software permite aos programadores aceder à infraestrutura de pesquisa backend da gigante tecnológica.
Somos empresas europeias e precisamos de construir tecnologia que garanta que nenhuma decisão de terceiros, por exemplo, a decisão da Microsoft de aumentar os custos de acesso à sua API de pesquisa, possa pôr em risco a nossa atividade.
Não se trata de nada contra os EUA ou as empresas americanas. O que está em causa é a soberania dos nossos negócios e empresas.
Explicou Olivier Abecassis, diretor-executivo da Qwant e, entretanto, da EUSP, à CNBC.
Numa entrevista, na semana passada, Christian Kroll disse que os europeus são "muito dependentes" dos EUA em matéria de tecnologia. Aliás, na sua perspetiva, a vitória de Donald Trump pode aumentar as tensões geopolíticas, causando um problema para esta dependência da Europa.
O Google search está cada vez pior. Por isso, a porta está aberta para outros motores de busca ganharem quota de mercado.
Finalmente !
Esta mais do que visto que a Europa tem de começar a tomar conta de si de ponto de vista tecnológico, esse tipo de iniciativas tem de se multiplicar.
Eu YouTube europeu é necessário também.
Se o objectivo é fazer concorrência à Google, parece-me que esta fusão logo à partida encontra um problema: o nome “EUSP”.
Com o/a Google as pessoas já sabem o que é googlar.
Mas com o EUSP… terão de passar a euspar?! Vou euspar ali uma informação e já volto?! Será impressão minha ou não soa nada bem? Com certeza, falta de hábito!
Ninguém “google” e/ou “euspa”, as pessoas PESQUISAM.
Pessoas a criar problemas onde não existem… enfim.
É um problema real. Por várias razões o HD-DVD falhou, e o nome foi uma delas. Para além de ser confuso (é um formato novo ou completamente compatível com DVD?). também é mais fácil pronunciar Bluray que HD-DVD.
*”googla”
Chama-se QWANT. Podes Qwantar
google search ja morreu vem agora a UE atacar o “problema” (que já nao existe)…parabens
A Europa é um monstro adormecido, se deixarem de lado os wokismos e extremismos climáticos(a energia é a base para tudo) pode voltar a ser uma potencia mundial.
Claro que tem de ser com o nuclear pois a Europa nao tem gás nem petroleo.
Make Europe Great Again
“M.E.G.A.” bom acrónimo
Mais um artista negacionista…. Tempestades, furacões, tufões, tornados, cheias e incêndios florestais como nunca vistos… é a natureza a manifestar-se ” naturalmente “…..
Negacionista é o Paulo Silva que nega a realidade. Inventa que «tempestades, furacões, tufões, tornados, cheias e incêndios florestais» estão a acontecer «como nunca vistos» quando na realidade (tirando os incêndios florestais que têm causas muito próprias e nada a ver com mudanças climáticas) já aconteceram com maior intensidade e frequência no passado.
Temos sim. Não é queremos é usar fracking como os Americanos. Preferimos comprar-lhes.
Mega make Europe great again!
O que queremos? Acabar com o monopólio da Google!
Como o faremos? Criando um monopólio na Europa!
Prefiro um monopólio europeu do que um americano, ou ainda mais, do que um chinÊs.
A UE que acorde para a vida….
A Ecosia não conheço, mas experimentei a Qwant e o motivo para não terem sucesso é óbvio, o Google continua a ser muito melhor apesar da Google se esforçar em piorar o mesmo.
Eu irei adoptar esse motor de busca e tudo o que seja europeu. Está também na hora de criarem um sistema operativo europeu. Pena que o Senhor Trump não aplique as mesmas proibições que aplica à China para ver se assim começamos a andar da perna e não comprar tudo feito.
Há 500 motores de busca, uns melhores, outros piores. Vão reinventar a roda? Há anos que uso quase exclusivamente o duckduckgo.
Talvez um chinês seja mais adequado e mais democrático.
Podem criar o que quiserem que não vai dar em nada.
Acordaram tarde.
Da minha parte vou sempre Goglar.
Por mim usava o sapo caso tivesse grandes resultados de pesquisa como a google. Aliás, quando comecei a ter internet “limitada” em casa, tinhamos que escolher “tráfego nacional” :-). Por isso podemos escolher um pesquisador do género SAPO (em portugal), FROG (UK), , TOAD, JACKRABBIT, FALCON, OWL….
Uso o startpage, resultados muito parecidos com os do google. Só em último recurso vou ao google, algo infrequente.
Ou é minha impressão ou o Ecosia é apenas o Google e o Bing disfarçado?
Nas definições até dá para escolher um, outro ou os dois…
Boa sorte! Google está naquela fase “too big too fail”.
Colocaram o Startpage de parte. Que também é europeu.
“Por forma a combater o seu monopólio”? O jornalista devia saber que é “De forma” e não “Por forma”…
«As duas expressões estão correctas e são locuções prepositivas sinónimas, significando ambas “para”, “a fim de” ou “de modo a” e indicando um fim ou objectivo.»
https://www.flip.pt/Duvidas-Linguisticas/Duvida-Linguistica/DID/1341
Está mais do que na hora da Europa apostar forte na sua independência! E ainda mais agora com o atual presidente dos EUA!