Sound Particles: O software português usado em Hollywood
Na passada semana de 20 a 24 de Fevereiro, no decorrer da SINFO, conhecemos Nuno Fonseca o criador do software responsável pelo áudio 3D de grandes filmes de Hollywood como Steve Jobs, Batman v Superman, Ninja Turtles 2, Dia da Independência 2, Caça Fantasmas, A Grande Muralha, entre outros.
Sound Particles aplica o mesmo conceito que os softwares de animação 3D utilizam, mas neste caso para o som. Conheça melhor este conceito e a sua história.
Sound Particles é o nome do software que, basicamente, parte de uma premissa muito simples: aplicar o mesmo conceito que os softwares de animação 3D aplicam, mas neste caso para o som.
Este sistema é uma ferramenta habitual em computação gráfica para criar objetos nebulosos como fogo, chuva, poeira ou fumo. Em vez de as partículas usadas serem com o propósito de serem animadas com grãos de areia, gotas da chuva ou coisas do género, estas são usadas como fontes de emissão de som, sendo estes sons captados pelo microfone virtual colocado no centro.
Tecnologia, cinema e música
A ideia começou em 2007 quando Nuno Fonseca quis conciliar 3 dos interesses que mais estimava: tecnologia, cinema e som/música. Foi então, em 2012, que o projeto entrou em marcha tendo sido apresentado pela primeira vez em 2014 numa conferência em Los Angeles. Esta contou com a presença dos maiores estúdios de som de Hollywood como a Skywalker Sound, Paramount, Sony, Fox, Universal studios e Warner Brothers.
Desde o início que o Sound Particules foi um software gratuito para escolas com licenças especiais uma coisa que será para manter e que não só traz benefícios à área, bem como impulsiona o programa no mercado.
Para o público geral, este ainda só está disponível na App Store por 299,99€, mas a versão Windows já se encontra em finalização e conta sair no próximo trimestre.
Cada vez mais disponível para todos
Para além desta novidade, também já no próximo update haverá outras versões do programa, uma premium, que será mais direcionada aos grandes estúdios com uma particularidade bastante interessante, integração com aplicações CGI (Computer-generated imagery), bem como a possibilidade da subscrição do serviço, em vez de o adquirir por completo ou então uma licença por projeto (sendo possível o uso em várias máquinas e por todo o tempo de duração do projeto).
Estas alternativas à compra do Software vão estar disponíveis nas duas versões do Sound Particles.
Nuno Fonseca confessou-nos que esta aventura ainda agora começou e que espera continuar a trabalhar e investir o seu tempo neste ambicioso projeto por muito mais tempo.
Este já trabalhou com pessoas do meio como Jussi Tegelman (Batman v Super-Homem: O Despertar da Justiça), Will Files (Planeta dos Macacos: A Revolta) e Niv Adiri (Gravidade). A Pplware fica muito contente com este resultado de um projecto 100% português e deseja a continuação de um óptimo trabalho.
Perguntamos-lhe qual tinha sido a receita para cá chegar e muito humildemente respondeu: “Fazer aquilo que se gosta, apontar para as estrelas e trabalhar para lá chegar…”
Este artigo tem mais de um ano
Back to the Future? Isto era notícia há uns meses largos quando se soube que foi usado no BvS etc.
É sempre magnifico saber que os tugas sao capazes de criar projectos reconhecidos internacionalmente. Temos grandes cabeças na investigação mas continuo a dizer que o mesmo nao se aplica à politica em geral no nosso país.
“um projecto 100% português”, desenvolvido em Portugal e com know-how português?
E versão para Linux, ponderam lançar?
Amilcar, em filmes trabalha-se com mac. Linux é para servidores apenas, de resto use mac ou windows.
Vai lá dizer isso à Pixar, Dreamworks e Disney. :p
Fui aluno do prof. Nuno Fonseca.
Orgulho, muito orgulho…
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Porra… bem tava a ver que o conhecia de algum lado xD
Parabéns a toda a equipa.
Já merecia um vídeo aprimorado que esse, ironicamente, o áudio está terrível.
De resto, ferramenta impecável.
“softwares de animação 3D” —> “software de criação 3D” ou simplesmente “software 3D”
Sim, o Maya, 3ds Max, Blender, Modo, Cinema 3D, etc, permitem fazer MUITO mais do que APENAS animação 3D e por isso, não é muito correcto usar essa definição. Animação é APENAS UMA das tarefas que ditas aplicações permitem fazer.
Instituto Politécnico de Leiria no seu melhor 😉