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Nunca estivemos tão dispostos a pagar por um smartphone “premium”, diz estudo

Com o mercado de dispositivos móveis a contrair cerca de 3% no volume de vendas em 2018, poderíamos pensar que o smartphone Samsung Galaxy Fold chegaria ao mercado numa altura pouco favorável. Sobretudo se tivermos em conta o seu preço de venda ao público que se aproximará dos 2.000 Euros.

Contudo, de acordo com o mais recente estudo da agência GfK, cada vez mais estamos dispostos a pagar por um smartphone premium.


Apresentado a 20 de fevereiro de 2019 e representando o culminar de vários anos de estudo. Incontáveis horas de trabalho. Além de aperfeiçoamento desde que vimos o seu protótipo, o Samsung Galaxy Fold representa tudo aquilo que de melhor a Samsung é capaz de fazer em pleno 2019.

O Samsung Galaxy Fold não deixou ninguém indiferente

O smartphone chegará aos mercados europeus a partir de maio e custará perto de 2.000 Euros, um preço que podemos até considerar demasiado ousado. Contudo, de acordo com a agência de análise de mercado GfK, nunca estivemos tão dispostos a pagar um preço premium em troca de um novo smartphone.

Além de representar uma nova era para a Samsung, chegará como o smartphone mais caro alguma vez produzido pela empresa sul-coreana. Pois, bem, contrariamente ao que seria de esperar, a atual conjetura de mercado poderá, e deverá, jogar a seu favor.

Ainda que seja verdade o fato deste mercado ter contraído cerca de 3% durante todo o ano de 2018, face ao volume de vendas de 2017, o nosso apetite por produtos caros aumentou. E não é só a GfK que o diz, nesse sentido relembremos os dados da Counterpoint, tal como aqui se poderá inteirar.

O preço deste smartphone aproxima-se dos 2.000 €

Caso as conclusões da GfK, e da Counterpoint antes de si, estejam certas então o Samsung Galaxy Fold tem tudo para ser bem recebido no mercado. Durante todo o ano de 2018 as vendas de smartphones premium, custando 800 ou mais dólares, estiveram em alta.

Em primeiro lugar, a agência de análise de mercado refere que em 2018 a venda de smartphones gerou 522 mil milhões de dólares em receitas. Cerca de 460 mil milhões de euros à atual taxa de conversão. Relembramos que, para 2017, esta agência estipulou as receitas geradas nos 479 mil milhões de dólares. Ou seja, registou-se um incremento nas receitas auferidas. Ainda que o número total de smartphones vendidos tenha contraído 3%.

A tendência manteve-se no último trimestre de 2018, o período mais conturbado do ano. Aí, venderam-se cerca de 375 milhões de smartphones, sentindo-se uma quebra de 7% no volume de vendas. Ainda assim, traduzindo-se em 144 mil milhões de dólares em receitas.

Os grandes impulsionadores foram os topos de gama

Com a gradual escalada dos preços, os smartphones tornaram-se num símbolo de estatuto. Assim, quanto mais caros se foram tornando, maior foi a sua procura. A mesma premissa verificou-se com a chegada do iPhone X ao mercado em 2017, ousando então quebrar a barreira psicológica dos 1.000 Dólares.

Então, tal como agora, as marcas estão perfeitamente cientes dos nossos hábitos e tendências enquanto consumidores. Assim, para a Samsung este é o ano perfeito para colocar no mercado o Galaxy Fold. É o seu primeiro e inovador smartphone dobrável, com um preço que o tornará altamente cobiçado.

A empresa em questão aponta um crescimento no volume de vendas de smartphones a custar 800 ou mais dólares. Mais concretamente, este nicho de mercado representou 12% do volume total de vendas em 2018. Por contraste, em 2016 representava apenas 8% do volume total de smartphones vendidos. Em 2017 representou 9%.

O que mais nos diz a GfK sobre o mercado de smartphones?

Em seguida, a agência referiu que o segmento de gama média, entre os 150 a 400 dólares, continua a ser um mercado competitivo. Em 2018 representou 46% do total de volume de vendas globais. Cifra que representa um incremento de 2% face ao valor de 2017 (44%).

O segmento de smartphones de gama média apresenta-nos também algumas métricas cativantes. Não só o seu preço médio de venda se situou nos 384 dólares, como também registou uma diminuição de 2 dólares face ao valor médio em 2017. Uma consequência da crescente concorrência, bem como do aumento do tempo de vida útil dos equipamentos.

Fatores que causaram nos consumidores um hábito de utilização prolongada dos seus equipamentos. Por outras palavras, demoramos mais tempo a trocar de smartphone. Aqui, sobretudo, à medida que os nossos dispositivos móveis são cada vez mais resistentes e bem equipados, sobretudo neste segmento.

A competição e a escassez de melhorias significativas nos smartphones

Ainda que o consumidor mais atento à relação preço / qualidade acabe por manter o seu dispositivo durante mais tempo, estes hábitos estão a mudar. A GfK afirma que já preferimos menos produtos, mas de qualidade reforçada, ou premium. A preferência recai, assim cada vez mais nos produtos mais caros.

De acordo com esta agência de análise de mercado, valorizamos experiências e não tanto as posses. Assim, queremos ter um ecrã grande, memória suficiente para todas as músicas, ou uma câmara com muitos megapíxeis para que tenhamos sempre mais e melhor. É este o estímulo que está a impulsionar a procura.

Ainda de acordo com a GfK, apesar de os smartphones apresentarem já especificações de topo, é preciso converter isso numa melhor experiência de utilização. A empresa cita aqui o caso concreto dos smartphones para jogo (gaming) com poderosas especificações.

Um setor que poderá desafiar a indústria dos jogos. Assim, podendo-se operar uma mudança de paradigma entre PC e consola para passar também a incluir o smartphone. Em suma, apesar de o fator novidade ser cada vez mais escasso no mercado de dispositivos móveis, as fabricantes que conseguem traduzir as melhorias incrementais em grandes melhorias na experiência de utilização, encontrarão um mercado recetivo.

A venda de wearables aumentou em 2018

A venda de relógios inteligentes aumentou durante 2018. Algo que se deve sobretudo, mas não exclusivamente ao Apple Watch. De acordo com o seus dados, as vendas de wearables aumentaram 16% face ao volume registado em 2017. Ao mesmo tempo, as receitas aumentaram cerca de 35%.

Para o aumento da sua procura contribuiu também a maior disponibilidade de relógios com mais conetividades. Veja-se o exemplo do Apple Watch Series 4, versão LTE. Bem como as ofertas da Samsung e outras fabricantes do setor. Por fim, mais uma vez os consumidores preferiram menos produtos, mas mais qualidade. Consequentemente, aumentou a disposição para pagar por algo premium.

É aqui que entra o smartphone Samsung Galaxy Fold…

Pode mudar a forma como utilizamos um smartphone. Entretanto, pode mudar a forma como trabalhamos e jogamos num dispositivo móvel. Algo que não encontramos, para já, em qualquer outro dispositivo comparável à mais recente oferta da Samsung.

Assim, perante as conclusões da GfK e, apesar do preço elevado deste terminal, a Samsung poderá encontrar um mercado favorável. Para tal, terá que veicular o seu Galaxy Fold como um produto que melhorará radicalmente a forma como usufruirmos de um smartphone.

Ainda que o seu preço não esteja perfeitamente definido para Portugal, acredita-se que possa chegar perto dos 2.000 Euros. Está interessado em adquirir, a partir de maio, o novo Samsung Galaxy Fold? Deixe-nos a sua opinião.

 

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