Investigadores de Coimbra desenvolvem guia para cegos
Uma equipa de investigadores da Universidade de Coimbra (UC) desenvolveu um "guia inteligente para orientar pessoas cegas" no interior de edifícios públicos, anunciou hoje a instituição.
O guia, que foi criado em colaboração com a Associação dos Cegos e Amblíopes de Portugal (ACAPO), pretende "aumentar a autonomia das pessoas cegas nas atividades do seu quotidiano", sublinha uma nota da UC, hoje divulgada.
Trata-se, na prática, de uma aplicação para Smartphone desenhada para ajudar, de forma rápida, intuitiva e segura, o utilizador a encontrar serviços e produtos desejados no interior de edifícios públicos.
A partir do telemóvel, o novo sistema - "SmartGuia: Shopping Assistant for Blind People"- utiliza as tecnologias Bluetooth e Wi-Fi para "orientar o cego até ao seu objectivo, respondendo a perguntas e facultando informação clara sobre lugares, produtos e serviços que se encontram no edifício", explica José Cecílio, coordenador do projecto.
"O guia é accionado pelo utilizador e, a partir daí, actualiza constantemente a informação", designadamente estabelecendo percursos, indicando distâncias, identificando pontos de interesse ou descrevendo o ambiente envolvente (referindo, por exemplo, a que distância há elevador ou escadas), exemplifica José Cecílio.
Uma das características mais distintivas do sistema é o facto de simplificar o trabalho do utilizador em termos de especificação daquilo que ele pretende, podendo "dizer simplesmente palavras que identifiquem o que deseja, tais como 'comer' ou 'comprar roupa'", salienta o investigador.
"O sistema consegue reconhecer essas palavras-chave, questionando de seguida sobre preferências mais concretas", como indicar os restaurantes que existem, podendo, depois, o utilizador escolher qual deles deseja.
"Uma vez completo o processo de escolha do destino, o sistema guia o cego oralmente" até ao local pretendido, conclui José Cecílio.
Apesar de ter sido desenvolvido para guiar invisuais, este sistema, premiado recentemente pelo Instituto Fraunhofer Portugal, pretende alargar a utilização a qualquer cidadão.
O objectivo é que, ao entrar num centro comercial, por exemplo, o cliente possa saber quais "as lojas que estão com promoção nesse dia, em que produtos e qual a percentagem de desconto", sintetiza o investigador da UC, adiantando que vai ser "implementado um projecto-piloto num centro comercial de Coimbra".
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Já agora, deixo aqui também um produto que está a ser desenvolvido pela Microsoft:
http://www.theverge.com/2014/11/6/7164623/microsoft-3d-sound-headset-guide-dogs
É bom saber que há diversos produtos a serem desenvolvidos de uma forma inovadora com o objectivo de melhorar a vida a muita gente.
Muito bom ! Parabéns 😀 e é da minha cidade eheh
Muito bonito, mas um cego como usa um smartphone que não tem botões? No video ok pela fala, mas precisa primeiro ligar a aplicação.
Também pode lançar a aplicação com comandos de voz 🙂
Pede a Cortana.
Meu caro se investigasses um pouco descobrias que os smartphones tem uma opção de acessibilidade para pessoas invisuais, e não só.
deduzo que seja ao clicar num botao proprio ou falar para o telemovel…
A sério… Como é que alguém que lê um site sobre tecnologia como o Pplware faz questões deste género? Sinceramente… Aliás, do meu ponto de vista, acho a colocação um bocado ofensiva para as pessoas cegas. Pode-se colocar no mesmo saco onde se colocaria perguntas como “Como é que os pais vão criar os filhos, se são os dois cegos? Como é que fazem a vida diária deles em casa, como cozinhar, tratar da higiene da casa, escolher as suas roupas, se são cegos?” e muitas muitas outras questões perante as quais infelizmente quem é cego depara-se diariamente. E já que muita gente pode ter o seu tempo de antena para fazer tais perguntas, eu também posso ter o meu para fazer, porventura, as minhas “idiotas” perguntas: “Como é que numa sociedade dominada pela abundância de informação ainda há gente que toma a liberdade de fazer estas míseras perguntas?
Gosto da ideia.
uma pessoa cega usa um smart phone como outra pessoa qualquer. eu sou cega e sou utilizadora de iPhone. O iPhone tem um leitor de ecrã que se chama VoiceOver entre outras opções de acessibilidade.as outras plataformas também têm leitores de ecrã que auxiliam as pessoas que não veem.
Mas daí a alguéwm ficar todo enxonfrado com a pergunta do Miguel, acho exageradamente exagerado! Dúvidas, qualquer pessoa as tem e quando não tem conhecimento de causa, neste caso de como os cegos manipulam um smartphone, acho que não é ofensivo colocar a dúvida. Até para esclarecimento próprio!
Estou muito orgulhosa de em Portugal termos toda esta gente tão bem preparada como a do resto do Mundo Cientifico. Concorrendo muitas vezes com restricções ao nível de apoios financeiros que são tão importantes para as coisas andarem para a frente. Pena que no nosso país não exista a tradição do Mecenato. Todos os que podiam colaborar para estas instituições e para o desenvolvimento do ser humano não o fazem e amealham só para si os seus lucros. No meio disto tudo uma só coisa não compreendo, porquê as explicações em português brasileiro?
Uma questão, se souberem responder: porque razão a voz da app é brasileira se a origem da app é portuguesa? Não venham com tretas de homofobias, porque comigo isso não pega, apenas pretendo ser esclarecido o porquê da escolha…
Aplaudo a investigação, mas claramente temos aqui uma estratégia da PT”meo” para fazer uma campanha de marketing. Para quem dúvida a razão de ser em português do brasil, a resposta é obvia, a PT é brasileira ou ainda não se aperceberam disso? Quanto à utilização da app? acho uma péssima ideia, até porque estamos a falar de acessibilidade, e os poucos instrumentos que um cego tem são os ouvidos, logo é confuso, ainda para mais para um gadget que hoje em dia não contempla a tais teclas de orientação.
Querem gastar dinheiro para ajudar as pessoas com deficiências visuais? ou até mesmo motoras? concentrem-se nas porcarias das acessibilidades das cidades, nos passeios pagos pelos munícipes que não ajudam em nada a mobilidade. GPS há muitos, arquitetos com consciência das acessibilidades é que faltam. Façam a experiência amanha quando saírem de casa, e imaginem-se se estivessem nesses casos….. certamente que não iam pegar na app da pt.. não serve de nada se não sabem onde por o pé, ou subir o passeio.