Pplware

Huawei: o futuro continua incerto para os seus smartphones Android

A Huawei pode retomar as relações comerciais com as empresas norte-americanas como, por exemplo, a Google. Pelo menos em parte, uma vez que continuam a existir restrições e contornos dúbios. Assim, continuam a pairar nuvens de incerteza sob o futuro dos seus smartphones Android.

Entretanto, vimos a Huawei a acelerar o desenvolvimento do seu substituto para o sistema Android.


A agravante de maio último levou a Huawei a encarar como real um dos piores cenários possíveis. Um novo paradigma em que todo o seu setor mobile teria de ser profundamente reajustado ao nível basilar do sistema operativo. Isto é, a empresa teria que encontrar um substituto para o Android da Google.

A Huawei retoma as operações com a Google

Ainda que a decisão de Donald Trump seja extremamente salutar para a Huawei, existem ainda algumas condições, ou melhor, exceções ao levantamento da restrição. Ao propósito, relembramos que as palavras do presidente norte-americano foram as seguintes:

A Huawei pode voltar a vender equipamentos onde não existir um risco potencial para a segurança nacional.

Aqui vemos uma enorme área cinzenta, uma angustiante imprecisão. Mas, quem é que determinará o que são equipamentos de risco? Ou o que são áreas de risco para a segurança nacional? E que empresas estarão dentro, ou fora, deste espaço não delineado de quarentena tecnológica?  Até ao momento subsistem as dúvidas.

https://twitter.com/srubenfeld/status/1145850164537647104

Perante tal postura, a Huawei mantém-se sabiamente cautelosa. Uma empresa não pode operar com tamanho grau de incerteza e isto aplica-se aos seus smartphones Android. Ainda que os atuais estejam perfeitamente seguros, com atualizações garantidas pela Google, esta certeza não estende aos futuros produtos.

E os seus futuros smartphones Android?

Em boa verdade, apelida-los de smartphones Android pode, em si, ser uma incúria. Perante o atual status quo a empresa mantém uma postura de desconfiança, tal como avança Tim Danks, o vice-presidente da Huawei para gestão de risco e relações com parceiros comerciais. Ao propósito, o executivo mantém-se apreensivo.

Danks acabou por essencialmente não dar uma resposta concreta. Isto é, não nos deu uma informação segura quanto ao futuro da sua empresa e das relações com a Google. Daí se pode aferir que a utilização do Android, bem como de todos os serviços da Google continua a ser uma possibilidade, e não a desejada certeza.

Ainda que as imprecisões iniciais já fossem conhecidas, a postura da Huawei reflete agora isso mesmo. Com o setor mobile a representar mais de metade da fonte de receita para a tecnológica, a mesma tem que se precaver perante este cenário dúbio. Portanto, a hipótese de ficarmos a conhecer o Ark OS continua a ser plausível.

Neste momento, nem mesmo o responsável máximo pelo Concelho Económico Nacional dos EUA, Larry Kudlow, foi capaz de fornecer uma resposta concreta. No entanto, esta fonte colocou a sua tónica no facto de a Huawei não ter recebido uma “amnistia geral”. Ao mesmo tempo, nas entrelinhas, colocou vários cenários.

Licenças especiais atribuídas à Huawei?

Entre eles o mais provável é a concessão de licenças especiais à Huawei. Isto é, vários salvo-condutos para que esta possa negociar com a Google e demais empresas. Um desfecho que asseguraria assim toda uma futura geração de smartphones Android. Mesmo assim, para já ainda não temos certezas.

Em síntese, para além da possibilidade de utilizar o Android AOSP, de fonte aberta e disponível em todo o mundo, a Huawei deverá usufruir de uma licença para tirar proveito de todos os serviços Google. Desse modo a empresa teria novamente acesso ao Maps, Gmail, bem como aos demais produtos da empresa americana.

Já, numa última nota, até ao momento nem mesmo a Google comentou o caso, cimentando assim a perceção geral de incerteza.

Exit mobile version