O Mobile World Congress entra hoje no seu terceiro dia e damos agora conta de mais um promissor anúncio. A Light, empresa responsável pelo desenvolvimento da peculiar câmara do Nokia 9 PureView, firmou agora uma parceria com a 4.ª maior fabricante mundial de smartphones, a chinesa Xiaomi.
O maior certame mundial de tecnologia continua a trazer-nos novidades e poderá encontrar aqui a nossa cobertura completa, no Pplware.
Tudo começaria em 2016 com a apresentação do Huawei P9. Aí o mundo seria confrontado com o primeiro smartphone equipado com uma câmara principal, dupla. Foi também nesse ano que a fabricante chinesa alocou novos fundos para melhorar todo o seu desempenho fotográfico, coroado pela parceira com a Leica.
Tudo começou com a Huawei e a Leica
Entretanto, o mercado escutou com atenção a lição da Huawei. Pouco depois, todos os novos lançamentos traziam já duas câmaras na sua traseira, até mesmo os da Apple. Durante o ano de 2017, e mesmo nos finais de 2016, começaram a popularizar-se os dispositivos com câmara dupla. Assim sendo, a tecnologia foi-se tornando mais acessível e é já presença comum em dispositivos económicos.
Mas, o mercado continuou a evoluir. Em 2018 a Huawei acrescentou outro sensor, elevando para três as câmaras na traseira do seu smartphone. A qualidade fotográfica melhorou, bem como a sua facilidade de utilização nos mais diversos cenários. Mais uma vez, o mercado escutou com atenção as lições da Huawei.
Tudo isto para nos trazer até ao novo Nokia 9 PureView que ficamos a conhecer durante este MWC19. Um dispositivo que, graças à empresa Light, apresenta um total de 5 câmaras fotográficas na sua traseira. Esta abordagem peculiar e distinta, prima pela quantidade bruta de informação capturada, algo que posteriormente se revela uma benesse para os fotógrafos na pós-edição.
O Nokia 9 PureView foi apresentado no MWC19
É uma nova e ousada abordagem, mas promissora sem dúvida. O Nokia 9 PureView já revelou um pouco do seu potencial e cativou o interesse da Xiaomi. Esta fabricante, seguindo as pisadas da Huawei, está a apostar imenso no departamento fotográfico. Prova disso é o seu novo Xiaomi Mi 9 que já ocupa um lugar de destaque no DxOMark.
Assim sendo, a Xiaomi quer continuar a reforçar a qualidade fotográfica dos seus equipamentos. Nesse sentido, a parceria firmada com a Light poderá dotar os seus próximos equipamentos de um aspeto similar ao do Nokia 9 PureView. Um design inconfundível, tal como podemos ver no seguinte vídeo.
Em vez de utilizar lentes com diferentes distâncias focais, o Nokia 9 PureView utiliza 5 sensores com as mesas configurações. A mesma resolução, bem como a mesma distância focal. Todavia, alguns destes sensores são RGB (vermelho, verde e azul), ao passo que os demais são monocromáticos.
A Light trouxe 5 câmaras ao Nokia 9 PureView
Esta é a solução encontrada pela Light, e implementada com o auxílio da ZEISS (óticas) no novo Nokia 9 PureView. Assim, partindo deste novo equipamento, podemos olhar para o futuro da Xiaomi e aquilo que a Light lhe poderá proporcionar. Mais do que um, dois (ou mesmo três) sensores.
Com o anúncio desta parceria durante o MWC19, a Xiaomi mostra-nos claramente o seu objetivo. Agora que os seus smartphones já são conhecidos internacionalmente, já são baratos o suficiente, já são poderosos o suficiente, a marca continuará a aperfeiçoar as suas câmaras.
Para tal, a Light será crucial. Empresa que também trabalha com a Sony, uma das maiores e melhores fabricantes de sensores fotográficos. Por sua vez, a Light autointitula-se como a “plataforma de imagem mais avançada do mundo”. Alegação que se sustente nas várias parcerias e produtos já desenvolvidos.
No MWC19, a Xiaomi fez saber que trabalhará com a Light
Agora, o anúncio no MWC19 da sua parceria com a Xiaomi deixa antever o desenvolvimento de novos equipamentos com várias câmaras. Aliás, a Light conta com uma solução que utiliza 10 câmaras traseiras num mesmo smartphone, aqui com o intuito de recolher a informação capturada por todas elas.
Conta ainda com soluções mais arrojadas, mas não propriamente adequadas para um smartphone. Ainda assim, a premissa é a mesma. A utilização de vários sensores com caraterísticas similares para, em seguida, recolher e processar os dados fornecidos pelos vários sensores.
Para o utilizador final isto significará uma maior flexibilidade na pós-edição das imagens, algo que já marca presença no Nokia 9 PureView. Já, por outro lado, é uma abordagem que pode não interessar a grande parte dos consumidores, pois, serão raros os que editarão posteriormente as suas imagens.
Contudo, é perfeitamente possível que a Xiaomi dedique uma solução deste género apenas a um equipamento específico, talvez o seu próximo Mi MIX. Em suma, agora que sabemos que a Light fornecerá as soluções de hardware, a Xiaomi tem que se concentrar no software correspondente.