O Android já passou por um caminho atribulado no que diz respeito à segurança, é inegável. Mas também é inegável que é o mais popular sistema operativo móvel e, por isso, é naturalmente mais apetecível como alvo de malware.
No entanto, mantém-se a questão: continua a fazer sentido utilizar apps antivírus no Android?
A resposta não é fácil, nem há uma resposta certa ou uma receita infalível para a segurança. Há sim alguns factos que podemos colocar em cima da mesa para que seja possível avaliar o panorama atual.
Atualizações de software e de segurança
Foi há poucas semanas que soubemos que a Google pretende facilitar as atualizações do Android, pelo menos de segurança. Em breve, poderemos vir a receber uma forma de contornar parcial ou totalmente a limitação das atualizações do fabricante e, em vez disso, atualizar o sistema via Play Store.
Será, portanto, um novo esforço com o intuito de resolver aquilo que o Project Treble não foi capaz. Ao mesmo tempo, a empresa continua a disponibilizar uma nova versão do sistema operativo a cada ano. Ou seja, é algo que coloca sempre nova pressão sobre os fabricantes de smartphones e acabamos por ter que esperar bastante por cada atualização.
A par com isso, a Google também tem intenções de obrigar os fabricantes a lançar atualizações periódicas. Nesse sentido, o grande objetivo é realmente diminuir a elevada fragmentação que paira sobre este sistema operativo. E claro, aumentar a segurança do sistema.
Segurança da loja de aplicações Google Play
É recorrente a divulgação da existência de aplicações infetadas com malware na Google Play Store. Ainda no início deste mês se soube que mais de 200 apps com malware foram retiradas dessa loja.
Pode não parecer muito mas, segundo a mesma fonte, o download dessas aplicações foi feito em 440 milhões de utilizadores Android, o que é realmente um número bastante significativo.
Em todo o caso, é notório que têm sido feitos esforços no sentido de minimizar estas situações. Nesse sentido, os mecanismos de aceitação das aplicações por parte da Google estão mais difíceis de contornar (Play Protect).
Além disso, os smartphones já trazem mecanismos nativos que fazem a verificação da aplicação imediatamente após a sua instalação. Da mesma forma, também os fabricantes têm preocupações nessa área e incluem ferramentas próprias, como a Xiaomi.
E o antivírus, justifica-se?
Depende. Existem muitas soluções de antivírus no mercado mas, além de não ser fácil indicar qual a melhor, também não é fácil perceber que é mesmo algo necessário.
Costuma dizer-se que o melhor antivírus é o utilizador. Isto é, está nas mãos do utilizador ter a capacidade de perceber se realmente está perante algo perigoso. Por outro lado, quando há excesso de confiança, também se costuma dizer que no melhor pano cai a nódoa. Digamos que é uma possibilidade mas, de facto, não é para qualquer um.
Quanto aos antivírus, a maior parte das soluções têm opções gratuitas. A par com isso, além de detetarem malware nas aplicações instaladas, têm muitas outras funcionalidades úteis. Assim, poderá contar com funcionalidades de proteção da rede Wi-Fi a que se liga, deteção de resultados de pesquisa maliciosos, permitem a captura de uma foto remota no caso de roubo do dispositivo, ou mesmo a limpeza completa remota no caso de o perder.
Em resumo…
Estamos numa altura em que os smartphones têm muitos recursos de processamento e são muito menos afetados pelo “peso” adicional que pode trazer um antivírus. Dessa forma, sim, deve considerar utilizar um antivírus se achar que não tem controlo pleno de tudo o que faz com o seu smartphone. E na onda dos ditados, há outro que descreve perfeitamente o que se pretende evitar: “casa roubada, trancas à porta”!