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Universidades americanas estão a restringir o uso do TikTok e a revoltar estudantes

O ano é novo, mas os conflitos não se resolvem aquando dos brindes da meia-noite. Por isso, o TikTok está a ser alvo de mais restrições nos Estados Unidos da América (EUA), mas, desta vez, por parte de algumas universidades, que estão a proibir os estudantes de acederem à plataforma, dentro do campus.

As reações já começaram a surgir e não são positivas.


Há uns dias, a Câmara dos Representantes dos EUA proibiu o TikTok nos dispositivos do governo, devido a questões relacionadas com a privacidade e a segurança dos dados e das informações. Afinal, o ano pode ser novo, mas as desconfianças relativamente às intenções da plataforma permanecem.

A par disso, algumas universidades decidiram bloquear o acesso à rede social em dispositivos que fossem propriedade das escolas ou que simplesmente estivessem ligados às redes Wi-Fi dos seus campus. De acordo com a CNN Business, esse número é pequeno, “mas crescente”.

A University of Oklahoma e a Auburn University, bem como o University System of Georgia, que inclui todas as instituições públicas de ensino superior da Geórgia, são exemplos de universidades que definiram restrições.

Em conformidade com a Ordem Executiva do Governador 2022-33, com efeitos imediatos, nenhum funcionário ou estudante universitário poderá aceder à aplicação ou website TikTok em dispositivos de propriedade ou operados pela Universidade, incluindo redes com e sem fios.

Escreveu a University of Oklahoma, num e-mail, que revelou que a escola exigirá que as contas geridas pela universidade sejam apagadas e que “plataformas de comunicação social alternativas sejam utilizadas no seu lugar”.

Por sua vez, um porta-voz da Auburn University disse que a decisão “não é uma proibição no campus”, uma vez que os utilizadores poderão aceder à aplicação em dispositivos pessoais, através dos seus próprios dados móveis.

Estão em curso esforços para remover o TikTok de todos os dispositivos estatais fornecidos pela Auburn. Note-se também que a nova política recomenda a exclusão do TikTok de dispositivos pessoais para proteger a privacidade das pessoas ali. A ordem do governador aborda o risco crescente de aplicações intrusivas das redes sociais que recolhem dados totalmente alheios à utilização comercial da plataforma.

Escreveu a universidade, numa mensagem enviada à comunidade universitária.

 

Estudantes estão insatisfeitos com a decisão das universidades

Apesar da intenção que sustenta a decisão das universidades, os estudantes não estão satisfeitos. Isto, porque, na opinião de Christopher Graham, um júnior na Auburn University, “estão a retirar algo aos estudantes que nada tem que ver com o governo ou a tecnologia do governo para o estado do Alabama”.

Mais do que isso, revelou que estavam “assustados e chocados”, pois “o TikTok é algo que fazemos para passar o tempo, porque nem sempre há algo para fazer no campus ou nem sempre há algo para fazer com os amigos”.

Temos um TikTok de engenharia que continuamos a usar apenas para fazer piadas aligeiradas sobre o que é ser um engenheiro.

Disse Nathan Aaron Texada, um sénior na University of Oklahoma, acrescentando que sente que o TikTok tem sido um recurso para a comunidade universitária, particularmente para os estudantes internacionais. Afinal, “alguns deles não têm contacto telefónico e contam com a Wi-Fi para fazer tudo”, bem como com as redes sociais para comunicar.

 

Nem tudo tem de ser sobre o TikTok

Para Ryan Woods, um aluno do segundo ano da University of Oklahoma, os funcionários do estado parecem estar a focar-se em “questões quentes, de minutos, como as aplicações de redes sociais, em vez de se preocuparem realmente com as populações vulneráveis do Oklahoma”.

E nós sentimos que o foco precisa de ser redirecionado.

Partilhou, acrescentando que a educação e os cuidados de saúde são áreas em que o Estado poderia melhorar.

Em resposta a esta nova onda de proibições nos EUA, Jamal Brown, porta-voz da TikTok, disse estar “desapontado com o facto de tantos estados estarem a decretar políticas que nada farão para promover a cibersegurança nos seus estados e que se baseiam em falsidades infundadas sobre o TikTok”.

Mais do que isso, lamentou “que as consequências não intencionais destas políticas precipitadas comecem a ter impacto na capacidade das universidades de partilhar informação, recrutar estudantes, e construir”.

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