A repetição da informação, ainda que falsa, pode levar à sua interpretação como sendo uma verdade. Este é o mote que está fundamentar a pressão dos legisladores à Google e à rede social Facebook. A propagação de notícias falsas e alertas sem fundamento está a preocupar as autoridades mundiais.
Como resultado o Facebook e a Google poderão passar a censurar este tipo de conteúdos.
De acordo com o relato da publicação Fortune, a rede social de Mark Zuckerberg poderá ser obrigada a censurar alguns conteúdos relacionados com campanhas contra a vacinação. O mesmo poderá suceder com o motor de pesquisa da Google.
O sarampo voltou a assolar os Estados Unidos da América
Outrora erradicado dos Estados Unidos da América há cerca de 20 anos, o sarampo voltou a ser um flagelo nesta nação em 2018. Aliás, em 2019 já se registaram 101 casos verificados de sarampo nos primeiros 38 dias do ano.
Entretanto, a Organização Mundial de Saúde (OMS) aponta um “número recorde” de casos espalhados pela Europa que naturalmente está a preocupar este orgão. Já de acordo com o centro para controlo de doenças, a entidade norte-americana (CDC), isto deve-se a dois fatores primordiais.
Em primeiro lugar ao aumento das viagens entre continentes. Algo que expõe a pessoa ao agente patológico, a infeta e, ao voltar para o seu país de origem, pode infetar outros seres humanos.
Em segundo lugar, a entidade norte-americana aponta o dedo às campanhas de anti-vacinação. Fenómeno que teve origem nos Estados Unidos da América e que rapidamente se propagou através do Google e da rede social Facebook, entre outras.
O resultado da não vacinação
Esta nefasta tendência já foi bem documentada. Alegando que a vacinação traz consigo novos problemas e inconvenientes, podendo até provocar autismo nas crianças. Gerou-se entre uma significativa percentagem de pais uma aversão à vacinação.
O fenómeno levou a que, em casos extremos, algumas crianças procurassem ser vacinadas sem o conhecimento dos seus pais. Contudo, o dano já tinha sido causado em vários casos e o resultado está à vista com doenças outrora erradicadas que voltam a despontar.
A pressão ao Google e à rede social Facebook
Perante uma incapacidade de combater as notícias falsas, os pseudorelatórios e estudos, as autoridades norte-americanas olham agora para o principal meio de divulgação dos conteúdos apologistas da não vacinação. O motor de pesquisa da Google, bem como a rede social Facebook.
De acordo com a fonte supracitada, Adam Schiff, representante da CDC já contactou a rede social e o motor de busca com o intuito de os levar a agir. Sem que outra solução se apresente eficaz, a sugestão de censura dos conteúdos antivacinação foi a tese apresentada.
Em resposta a estas preocupações, a rede social Facebook prometeu encontrar novas formas de combater este fenómeno. Já em declarações à Bloomberg, o Facebook admitiu remover ou censurar este tipo de conteúdos com o intuito de reduzir o seu alcance.
Estas e outras medidas estarão a ser estudadas pela rede social, bem como pela própria Google. Sendo o seu motor de busca um dos meios primordiais para a divulgação destes conteúdos. Por conseguinte, também a tecnológica de Mountain View está a par desta problemática.
Aliás, a Google afirma ter alterado o algoritmo de recomendações de vídeos no YouTube. Aqui excluindo as temáticas da não vacinação. A Google promete continuar investigar novas formas de conter a propagação deste tema.