Com a pandemia, o mundo conheceu uma dimensão ainda mais problemática da desinformação. Com milhões de utilizadores, torna-se fácil disseminar informações falsas sem que ninguém impeça, cabendo esse papel às próprias redes sociais. O Facebook está sempre a deitar cartas neste sentido.
A empresa decidiu adicionar uma nova funcionalidade que permitirá a um grupo nomear um “especialista”, por forma a limitar a desinformação.
O Facebook tem trabalhado e desenvolvido recursos no sentido de mitigar a desinformação que circula, frequentemente, na sua plataforma. Aliás, estes esforços viram-se aumentados com o surgimento da pandemia e de uma necessidade de não entregar conteúdo falso, enganoso ou dissimulado aos utilizadores.
Agora, o Facebook vai começar a permitir que, nos grupos da rede social, seja possível nomear “especialistas”. Estes serão, nada mais nada menos, do que pessoas, à partida, conhecedoras dos tópicos abordados que poderão erguer a sua voz e ver as suas publicações amplificadas. Ou seja, as suas publicações terão mais relevância do que as dos restantes membros, sendo-lhes dado destaque. Segundo a BBC News, as pessoas nomeadas podem aceitar ou não esse rótulo, que será adicionado ao seu nome, no grupo, em caso positivo.
Dessa forma, a plataforma garante que existem especialistas nos assuntos a travar a desinformação e pessoas em quem os membros podem confiar. Isto, porque entregarão, conceptualmente, conteúdo fidedigno e serão consideradas figuras de autoridade. Estas poderão ser definidas por aqueles que moderam ou administram os grupos do Facebook.
Responsabilidade pela desinformação será dos especialistas nomeados no Facebook
Em novembro de 2020, foi criado um grupo, Stop the Steal, com mais de 365.000 membros. Nele alegavam que a eleição para a presidência dos EUA tinha sido uma fraude. Se o Facebook não tivesse apagado o grupo, as consequências poderiam ser muito graves.
Ora, a responsabilidade da desinformação que circula no Facebook é, segundo vários órgãos, do próprio Facebook. Isto, porque este deveria garantir meios que a prevenissem ou que a mitigassem. Portanto, esta ação da empresa é entendida como uma forma de desviar a responsabilidade, depositando-a nos, então, “especialistas”.
A questão que se levanta é como reagirá o Facebook se os “especialistas” forem os próprios a disseminar a desinformação.
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