As redes sociais são uma importante forma de estarmos atualizados sobre tudo um pouco do que nos rodeia. E no que respeita à pandemia da COVID-19, estas plataformas foram, e continuam a ser, essenciais para a partilha de informação e contacto com os nossos familiares e amigos.
No entanto, também são meios fáceis de disseminação de informações falsas. Neste sentido, o Facebook detetou agora uma empresa de marketing que pagava a utilizadores influencers para criticarem a vacina da COVID-19.
Empresa pagava para dizerem mal da vacina da COVID-19 no Facebook
O Facebook proibiu a atuação de uma empresa de marketing na rede social por estar envolvida numa campanha de desinformação. A empresa pagava a utilizadores influencers e também recorria a contas faltas, para que falassem mal da vacina contra a COVID-19. Como consequência, a plataforma de Zuckerberg eliminou 65 contas do Facebook e 243 contas do Instagram, associadas a esta campanha.
Segundo as informações, esta rede de desinformação teve origem na Rússia e estava ligada à Fazze, uma subsidiária de uma outra empresa de marketing registada no Reino Unido, mas que exerce funções na Rússia. Estas contas tinham como alvo sobretudo países como a Índia e a América Latina, assim como os EUA, apesar de com menos impacto neste último.
Segundo o relatório completo do Facebook:
Primeiro, em novembro e dezembro de 2020, a empresa publicou memes e comentários que afirmavam que a vacina AstraZeneca iria transformar as pessoas em chimpanzés.
Cinco meses depois, em maio de 2021, foi questionada a segurança da vacina Pfizer através da publicação de um documento da AstraZeneca supostamente hackeado e vazado.
Apesar de o Facebook não especular quem poderá estar por detrás desta iniciativa, Ben Nimmo, líder de Inteligência de Ameaças Globais das Operações de Influência da empresa revela que a atividade “coincidia aproximadamente com os momentos em que os reguladores e alguns dos países-alvo discutiam autorizações de emergência para cada vacina”.
Influencers denunciaram a situação
No entanto, a campanha de desinformação foi “descuidada”, com um impacto “bastante baixo”, segundo Nimmo. A campanha utilizou influencers que eram pagos para divulgar as informações falsas, mas as publicações “atraíram alguma atenção limitada”.
O mais curioso é que foram os próprios influenciadores que expuseram a campanha, após vários terem revelado publicamente que a Fazze lhes havia proposto pagar para “alegarem que a vacina da COVID-19 da Pfizer era mortal”, segundo o The New York Times.
Apesar de o Facebook ter várias medidas previstas para estes casos, as autoridades acusaram a rede social de não fazer o suficiente para evitar a desinformação sobre a vacina.