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Contas verificadas no X geram 74% das notícias falsas sobre a guerra em Israel

Quando o clima de guerra esquenta, sabemos que devemos adotar olhos de falcão e ser críticos relativamente à informação que no chega, pois nem sempre será verdadeira. Ora, um novo estudo concluiu que os utilizadores que pagam pela verificação no X/Twitter espalham mais notícias falsas do que qualquer outra pessoa.


A guerra em Israel provocou uma onda de desinformação semelhante à que conhecemos aquando do início da guerra na Ucrânia. De facto, os dois conflitos têm em comum a disseminação através do X.

Aliás, um novo estudo da NewsGuard concluiu que os utilizadores verificados geram 74% das notícias falsas, sendo que muitas delas tornam-se virais.

De ressalvar que as contas pagas não só recebem o selo azul, como também têm prioridade no algoritmo – compondo o cenário ideal para a propagação de desinformação.

O estudo analisou os 250 posts com maior engagement, que promoviam uma das 10 narrativas falsas sobre o bombardeamento da Palestina. De acordo com os dados, 186 deles provinham de utilizadores verificados do X. Em apenas uma semana, este conteúdo registou 1.349.979 interações e foi visto mais de 100 milhões de vezes em todo o mundo.

Entre a lista de notícias falsas ou sem fundamento estão o vídeo de crianças palestinianas em jaulas, a montagem de uma criança israelita morta pelo Hamas ou a teoria de que o ataque inicial é obra de Israel e do Ocidente.

Embora a desinformação se dissemine noutras plataformas, o estudo centrou-se no X, uma vez que este reduziu a moderação de conteúdos.

Para o estudo, a NewsGuard utilizou o Misinformation Fingerprints, um sistema que extrai e cataloga as principais narrativas falsas que se espalham online. Cada uma delas é recolhida como um conjunto de dados que contém características específicas, como hiperligações, hashtags ou palavras-chave.

Dessa forma, concluiu que a maioria das notícias falsas relacionadas com a guerra torna-se viral no X antes de se espalhar para plataformas como o TikTok ou o Instagram. Apesar de ter uma função que visa catalogar e dar contexto a cada publicação, o X não consegue desmentir as notícias falsas.

Embora este seja um problema real, que pode ter consequências graves, na perspetiva de Elon Musk, é prejudicial para a empresa ser responsável por determinar o que é verdade ou o que pode ser dito, no sentido em que viola a liberdade de expressão.

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