Seguramente que o nosso planeta, para nós, durará para “sempre”, teremos oxigénio que nunca irá acabar. Mas isto é à escala de uma vida. Porque, na verdade, o oxigénio da Terra irá diminuir, sufocando a maioria dos organismos vivos, segundo referem os cientistas. Dados do passado mostravam-nos que os níveis do nosso mais precioso gás, que nos mantém vivos, caiu 0,7% nos últimos 800 mil anos… e os cientistas não fazem a mínima ideia da razão!
Novos estudos sugerem, contudo, que o planeta vai ficar mais rapidamente sem oxigénio do que aquilo que inicialmente pensávamos.
Desoxigenação matará a maioria dos seres vivos
O oxigénio é um elemento químico essencial à vida, ajudando alguns organismos vivos a respirar, alimentar as nossas células e apoiar os nossos corpos nos seus processos fisiológicos. O elemento é também atribuído à proliferação da vida e ao crescimento da mesma a partir de microrganismos, especialmente desde o fenómeno chamado Grande Evento de Oxidação (GOE), há cerca de 2,4 mil milhões de anos.
O GOE é um fenómeno que permitiu a acumulação gradual de oxigénio na atmosfera e oceanos da Terra. As provas científicas existentes demonstraram que o evento histórico ocorreu quando as cianobactérias que vivem nas nossas águas começaram a emitir oxigénio através da fotossíntese, substituindo o composto químico metano na atmosfera.
Agora, um estudo mostra que a Terra passará por um evento de desoxigenação ou diminuição do oxigénio no futuro, onde a quantidade de oxigénio é baixa, sendo o metano dominante. Os cientistas preveem que a queda de oxigénio irá sufocar a maior parte da vida na Terra, incluindo humanos, animais e plantas.
A previsão baseia-se em modelos que mostram que o oxigénio atmosférico irá cair para níveis semelhantes aos de uma Terra Arqueana (ou arcaica).
O oxigénio da Terra é… finito!!!
No estudo publicado na revista Nature Geoscience, em março de 2021, investigadores dos Estados Unidos e do Japão expuseram a noção de que a vida futura da atmosfera oxigenada da Terra é incerta. Além disso, reconheceram que a atmosfera moderna do Planeta Azul é altamente oxigenada, mas indicaram que a presença de oxigénio na biosfera de superfície é finita.
O estudo implica que o evento da desoxigenação não acontecerá pelo menos nos próximos mil milhões de anos, mas quando ocorrer, o esgotamento do oxigénio ocorrerá rapidamente. Além disso, a equipa de investigação descobriu que é pouco provável que o oxigénio atmosférico seja um aspeto permanente dos mundos habitáveis em geral. Esta teoria pode ter implicações na nossa luta para detetar sinais de vida no Universo, tal como exposto pela Science Alert.
Abordagem Estocástica
Os autores por detrás do artigo de 2021 utilizaram uma combinação de biogeoquímica e modelo climático para determinar a provável escala de tempo das condições atmosféricas ricas em oxigénio no nosso planeta. Usando um método chamado abordagem estocástica, a equipa descobriu que a duração média de vida futura da atmosfera terrestre é entre 1,08 e 0,14 mil milhões de anos, com apenas 1% de níveis de oxigénio da nossa atmosfera atual.
Segundo as simulações do estudo, os cientistas notaram que uma desoxigenação da atmosfera a níveis arcaicos (período compreendido aproximadamente entre 4 e 2,5 mil milhões de anos) ocorrerá rapidamente e terá o gatilho antes da generalização de condições húmidas pelo efeito estufa no clima da Terra, bem como antes da perda extensiva de superfície da água atmosférica.
Assim, se no passado os cálculos apontavam que devido à radiação solar cada vez mais alta os oceanos iriam desaparecer em cerca de 2 mil milhões de anos, agora, recorrendo a cerca de 400.000 simulações, preveem uma queda drástica nos níveis de oxigénio antes mesmo desse evento. Possivelmente até menos da metade desse tempo.
A procura de um novo planeta que ofereça as condições de vida começam a ser uma prioridade, não para a vida de agora, mas para as gerações vindouras, daqui a pouco mais de mil milhões de anos.