A Tesla espera escassez global de níquel, cobre e outros materiais necessários para o fabrico das baterias dos carros elétricos. Segundo informações veiculadas por um executivo da Tesla, o problema resulta da falta de investimento no setor da exploração mineira. Estas declarações foram recolhidas na passada quinta-feira num conferência do setor.
A mesma fonte referiu posteriormente que a preocupação não era imediata, mas sim uma expectativa de longo prazo. No entanto, a falta de alguns dos metais utilizados em carros elétricos não está fora de questão.
Tesla olha com preocupação para o fornecimento de metais no futuro
Sarah Maryssael, responsável global de fornecimento de metais para as baterias da Tesla, disse numa conferência à portas fechadas para mineiros, reguladores e legisladores em Washington que a empresa observa uma escassez de importantes minerais para os veículos elétricos.
De acordo com um porta-voz da Tesla, os comentários eram específicos para o setor e referiam-se aos desafios de fornecimento a longo prazo que podem ocorrer em relação a estes metais.
O cobre, por exemplo, apresenta um grande peso nos VE, com a maior concentração no seu motor: a quantidade de cobre usada em motores dos veículos elétricos é duas vezes superior à usada em motores de combustão interna. Com milhões de elétricos planeados para chegar às estradas no futuro, é fácil entender a preocupação com a escassez.
Além do mais, já não são apenas os veículos elétricos que usam muito cobre. Como foi também apontado, os sistema inteligentes domésticos, os smart-home systems – como o Nest da Google ou a Alexa da Amazon, os chamados assistentes pessoais, irão consumir 1,5 milhões de toneladas de cobre até 2030. Atualmente estes dispositivos já consumiram 38 mil toneladas, de acordo com dados a agência de consultoria BSRIA.
Usar mais metais de locais com exploração mineira ética
Desta forma, o consumo do metal vermelho – e de outros minerais – poderão levar a uma escassez destes produtos. Esta situação naturalmente preocupa a Tesla.
A Tesla, como também foi reportado, continuará a se concentrar mais no níquel, parte de um plano do presidente-executivo Elon Musk de usar menos cobalto nos cátodos das baterias. O cobalto é extraído principalmente na República Democrática do Congo, e algumas técnicas de extração – especialmente aquelas que usam trabalho infantil – tornaram o seu uso profundamente impopular em toda a indústria de baterias, especialmente com Musk.
A alternativa é comprar os metais a terceiros, a partir de locais éticos. Segundo Maryssael, este negócio está em marcha através de parcerias. Existe já comércio entre a fabricante e exploradores de minério da Austrália, Canadá e Chile.