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Será que o mundo pode fabricar baterias para elétricos sem a China?

A China é um elemento preponderante em matéria de componentes, nomeadamente baterias para carros elétricos. Será possível fabricar essas baterias sem depender, de alguma forma, da China?


A pergunta é feita pelo The Japan Times, que diz que, numa das competições mais importantes da nossa era, cujo vencedor receberá décadas de vantagens económicas e geopolíticas, o pódio tem sido ocupado pela China.

De acordo com estimativas da empresa de consultoria, Benchmark Minerals, em 2030, a China fabricará mais do dobro das baterias para elétricos que todos os países do mundo juntos. Isto, já considerando os exorbitantes investimentos que o ocidente tem feito e planeia continuar fazer.

A China está de tal forma à frente, em termos de mineração, habilitação de engenheiros e construção de fábricas, que consegue assegurar o controlo de cada etapa da produção de baterias e reforçar a vantagem.

China assegura cada uma das etapas que dão corpo às baterias

Em primeiro lugar, as empresas chinesas têm grandes participações em minas, pelos cinco continentes. Apesar de ter poucos depósitos próprios, os apoios do Estado para o investimento internacional garantem, à China, um fornecimento estável e barato de matérias-primas essenciais.

Por exemplo, atualmente, a China controla cerca de 41% da mineração mundial de cobalto, bem como a maior parte da mineração de lítio.

Depois, a refinação: a maior parte da matéria-prima é enviada para a China, para que possa ser refinada, um processo que requer assombrosas quantidades de energia. Ali, as empresas chinesas conseguem trabalhar com energia barata, pelo que despacham maiores volumes a um custo mais baixo do que os restantes países. Também as regulamentações ambientais menos rigorosas do país facilitam todo o processo.

Em terceiro lugar, a China fabrica e tem capacidade para fabricar a maior parte das peças que dão corpo a uma bateria. Aliás, a mesma fonte recorda que o país é o maior produtor, em parte, porque percebeu como fabricar os componentes de forma eficiente e barata.

Num negócio que acarreta grandes custos, a par de estreitas margens de lucro, o financiamento do Estado e a experiência do país asiático nesta matéria dão uma significativa vantagem à China.

O The Japan Times refere que há especialistas que consideram que é quase impossível para qualquer outro país igualar a China e tornar-se autossuficiente na cadeia de fornecimento das baterias para os elétricos. Aliás, diz até que as empresas de qualquer parte do mundo tentarão sempre juntar-se a fabricantes chinesas para entrar ou expandir o seu negócio neste setor.

Para Scott Kennedy, consultor sénior do Center for Strategic and International Studies, dos Estados Unidos da América, “não há como ter sucesso no setor dos veículos elétricos sem cooperar de alguma forma com a China, direta ou indiretamente”.

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