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Biocombustíveis: Depois da Alemanha, Itália também quer exceção e pressiona UE

A abertura de precedentes é um caminho perigoso e a União Europeia (UE) poderá ter enveredado por ele. Afinal, depois de a Alemanha pedir uma exceção que permita a venda de carros de combustível sintético, a partir de 2035, Itália decidiu fazê-lo também, mas para os biocombustíveis.


A partir de 2035, a UE quer que apenas sejam vendidos carros novos elétricos, deixando para trás os combustíveis fósseis. No entanto, sob pressão da Alemanha, a Comissão Europeia cedeu e concordou em abrir uma exceção a esta regra: os veículos que funcionem com combustíveis sintéticos estão isentos da proibição da venda de automóveis novos com motores de combustão interna no mercado comum.

Agora, Itália também assumiu uma postura de finca-pé e anunciou que só apoiará a medida se os automóveis que utilizam biocombustíveis também forem permitidos no mercado.

 

Alemanha, Itália… Comissão Europeia poderá ter aberto um precedente

Numa carta enviada à Comissão Europeia, Itália escreveu que não aceitará “uma interpretação indevidamente restritiva da Comissão de ‘combustíveis neutros em carbono’, que inclui apenas os combustíveis sintéticos e não os biocombustíveis”.

Os ministros que assinaram a carta – Matteo Salvini, dos transportes, Gilberto Pichetto Fratin, do ambiente, e Adolfo Urso, do desenvolvimento económico – propõem a permissão de qualquer combustível que, quando queimado, apenas liberta o dióxido de carbono que foi capturado durante o seu fabrico.

A posição assumida pela Alemanha e, agora, por Itália, diverge daquela que foi partilhada pelo Presidente da Associação Europeia de Fabricantes de Automóveis, Luca de Meo:

Todos os fornecedores de primeiro nível [aqueles que fornecem equipamento diretamente às fabricantes de automóveis] estão a deixar completamente de investir em motores de combustão.

Conforme partilhou, “ninguém está a desenvolver um novo motor de combustão de raiz, na Europa”, pelo que “todo o dinheiro vai para a tecnologia elétrica ou de hidrogénio”. Além disso, indo ao encontro da opinião daqueles que sugerem que só serão viáveis para utilização em carros topo de gama pelo preço que lhes está associado, o também CEO da Renault revelou acreditar que os combustíveis sintéticos serão uma tecnologia de nicho.

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