A e-Platform 3.0 da BYD, lançada em 2021, foi desenvolvida especificamente para veículos movidos a novas energias, com o objetivo de redefinir a experiência de condução. O pilar desta plataforma é a “integração”, um conceito que permitiu à BYD estabelecer novos padrões na indústria. Conheça tudo sobre a tecnologia.
Esta plataforma oferece vantagens substanciais em áreas críticas como a segurança, a eficiência e o desempenho. Adicionalmente, gere de forma inteligente os recursos e abre novas possibilidades estéticas, o que resulta numa experiência de condução completamente transformada.
O que é a e-Platform 3.0, em poucas palavras
Lançada pela BYD como a sua plataforma de terceira geração para veículos 100% elétricos, a e-Platform 3.0 foi desenvolvida para maximizar quatro pilares:
- Estética (layout modular que melhora habitabilidade);
- Segurança (estrutura do veículo e integração da bateria);
- Eficiência (cadeia motriz e gestão térmica);
- Inteligência (arquitetura eletrónica e software).
1️⃣ Bateria integrada: de “Cell-to-Pack” para “Cell-to-Body”
Um dos grandes saltos arquitetónicos da e-Platform 3.0 é a integração da Blade Battery na própria estrutura do veículo – o conceito Cell-to-Body (CTB). Em vez de um pack de bateria montado dentro de um bastidor, as células são integradas na carroçaria e passam a contribuir para rigidez, resistência à colisão e gestão térmica.
Os ganhos práticos são enormes: aumento da rigidez torsional do veículo, melhor proteção em impactos, redução de volume “perdido” e possibilidade de otimizar a gestão térmica e o espaço interior.
2️⃣ Segurança e durabilidade
Ao transformar a bateria num elemento estrutural, a BYD afirma que a rigidez do conjunto carroçaria-bateria dobra em comparação com soluções tradicionais, o que melhora a performance em colisões e a durabilidade da estrutura.
A Blade Battery tem já provas de comportamento térmico e resistência a danos que reforçam esse argumento. Além disso, a integração reduz interfaces e componentes auxiliares (menos pontos de falha) – um fator relevante para durabilidade a longo prazo.
3️⃣ Eficiência: 8-in-1, cadeia motriz otimizada e desempenho a baixas temperaturas
A e-Platform 3.0 é entregue com uma cadeia motriz altamente integrada – a BYD divulga um sistema “8-in-1” (que integra motor, redutor, inversor, e demais subsistemas num conjunto compacto) com eficiência total do sistema próximo dos 89% nos modelos homologados.
A integração dos componentes elétricos e a otimização da gestão da energia contribuem para menor perda entre bateria e rodas, além de permitir respostas mais rápidas e melhor controlo térmico.
A arquitetura da e-Platform 3.0 inclui soluções de gestão térmica da bateria e do grupo motriz pensadas para recuperar eficiência mesmo em clima frio – um ponto onde muitos VE perdem autonomia. A combinação do CTB e dos sistemas de aquecimento/recuperação térmica melhora a consistência de autonomia em várias condições.
4️⃣ Inteligência e eletrónica: carro, software e atualizações
Além da mecânica e da bateria, a e-Platform 3.0 foi concebida com uma arquitetura elétrica e de software mais moderna (alta velocidade, domínio eletrónico integrado, e um bom sistema operativo).
Isto facilita funcionalidades avançadas de condução assistida, atualizações over-the-air (OTA) e melhor coordenação entre sensores, central de controlo e atuadores.
Evoluções: e-Platform 3.0 Evo e o caminho para carregamentos ultrarrápidos
A BYD continuou a evoluir a plataforma – na variante “Evo” (presente em modelos como o BYD Sealion 7) e nas apresentações do que a empresa classifica como “Super e-Platform” (arquiteturas mais recentes com capacidades de alto sistema elétrico, p.e. 800-1000 V e picos de carga superiores).
Estes desenvolvimentos procuram reduzir dramaticamente tempos de carga (falamos numa arquitetura capaz de cargas muito rápidas, com anúncios públicos da BYD sobre carregamento ultra-rápido e planos de infraestrutura). É um sinal de que a e-Platform 3.0 é uma base ativa para progressões tecnológicas futuras.
O que isto significa para o condutor? Eis os benefícios concretos
- Segurança: maior rigidez da estrutura e melhores resultados em colisões por integração da bateria.
- Autonomia e eficiência: menor perda na cadeia motriz (sistema integrado) e melhor gestão térmica – traduz-se em mais km por kWh reais.
- Espaço e habitabilidade: redução de volume do pack permite mais liberdade no packaging e melhor habitabilidade.
- Durabilidade e manutenção: menos interfaces e um design mais integrado implicam menos componentes expostos a falhas mecânicas; expectável redução de intervenções relacionadas com suportes/encaixes do pack.
- Evolução tecnológica: plataforma pensada para upgrades (software, novos motores, carregamento mais rápido) – o carro pode melhorar com o tempo via atualizações OTA e novas variantes da plataforma.
A e-Platform 3.0 representa uma abordagem verticalmente integrada: hardware, software e bateria pensados em conjunto. A passagem de Cell-to-Pack para Cell-to-Body altera os trade-offs clássicos em VE – em segurança, eficiência e packaging – e cria uma base flexível para inovações futuras.
Para quem segue tecnologia automóvel, a BYD deixou claro que não está apenas a otimizar componentes: está a redesenhar a forma como um VE é concebido desde a célula até à carroçaria.
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