A decisão da União Europeia (UE) relativamente à imposição de taxas adicionais sobre os carros elétricos chineses não foi consensualmente aceite, em especial pela Alemanha, que alberga algumas das fabricantes que poderão ser mais prejudicadas. Assim sendo, o país procura evitá-las ou atenuá-las.
Quando a UE decidiu que a venda de carros de combustão interna seria proibida a partir de 2035, a Alemanha refutou, exigindo uma exceção para os veículos que utilizassem combustível sintético neutro em emissões de CO2. Em 2023, o Ministério dos Transportes da Alemanha explicou que o país não estava a rejeitar a proposta europeia, mas antes a melhorá-la.
Agora, e após criticar e mostrar-se contra a restrição do comércio automóvel, uma vez que o país está a beneficiar dos negócios na China e poderá competir com as fabricantes do país asiático, se o comércio continuar a ser “justo e livre”, a Alemanha volta a retaliar uma decisão europeia em matéria automóvel.
Conforme avançado pelo Automotive News Europe, citando fontes conhecedoras do assunto, o Governo alemão está a trabalhar no sentido de impedir – ou, pelo menos, atenuar, caso não seja possível suspender totalmente – as novas taxas da UE sobre os veículos elétricos chineses.
A Alemanha acredita que ainda há espaço para um acordo com os chineses antes de as taxas entrarem em vigor a 4 de julho. Além disso, acredita que tem aliados dentro do bloco que poderão concretizar este pedido. Segundo as fontes, um acordo depende da China, mas também da UE.
Logo após a decisão da UE, o ministro alemão para a Economia, Robert Habeck, afirmou que “existe agora uma oportunidade para tentar e, esperamos, conseguir travar” a ameaça de uma escalada de taxas em espiral.
O ministro deslocar-se-á à China, durante esta semana, e tenciona discutir a questão com os responsáveis governamentais locais.